terça-feira, 22 de abril de 2008

PIONEIROS PORTUGUESES VISTOS POR UM INGLÊS


Acaba de sair em português mais um livro do historiador inglês, formnado em Oxford, e que ensina na Universidade de Londres (Queens Mary College) e na Universidade de Tufts, nos Estados Unidos, Felipe Fernández-Armesto. Nascido em 1950 e muito prolixo, detém actualmente a cátedra de História Ambiental Global em Londres e dirige o programa de História Global do Institute of Historical Research da Universidade de Londres. A sua especialização é, portanto, a “história global”, sendo autor de numerosos livros de grande difusão que pretendem fornecer perspectivas históricas abrangentes sobre temas como os descobrimentos, as ideias, a alimentação, a reforma religiosa, etc. Muitos dos seus livros estão traduzidos em português, mas só alguns em português europeu. É o caso de Cristóvão Colombo, Presença, 1992, Milénio, Presença, 1996, As américas: história breve, Círculo de Leitores, 2004, e Ideias que mudaram o mundo, Civilização, 2005 (consultei as fichas da Biblioteca Nacional de Portugal, que, curiosamente, dão o autor como morto).

O novo livro intitula-se Pioneiros” e subintitula-se “A história épica das explorações do homem ao longo dos séculos”. Trata, ao longo das suas 508 páginas, da história das grandes explorações e dos grandes exploradores, desde as peregrinações dos homens pré-históricos até aos nossos dias. É sabido que Portugal teve um papel de vulto na descoberta do nosso planeta. Comprei curioso para saber como Portugal era tratado. Lá estão, como não poderia deixar de ser, alguns dos maiores exploradores portugueses: o Infante D. Henrique, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e Fernão de Magalhães. Mas esses nossos locais não aparecem muito bem tratados no contexto global. Os portugueses como eu não especializados em história e, por formação escolar, receptores da historiografia oficial do Estado Novo, que tendia a heroicizar os nossos descobridores, encontrarão motivos de surpresa neste livro.

Quando Fernández-Armesto disseca os motivos que levaram aos descobrimentos ibéricos começa logo por relativizá-los ao escrever: “Podem aplicar-se à Península Ibérica as palavras de um camponês que, ao ser-lhe pedido por um motorista que passava que o orientasse, respondeu: ‘Se fosse a si, não começaria por aqui’. Por vezes, o dinamismo da actividade marítima resulta da abundância de recursos, de um poder dominante ou de um excesso de população. A Península Ibérica pertence a uma categoria menos privilegiada. A saída para o mar da Espanha e de Portugal faz lembrar os países do Terceiro Mundo que actualmente [sic], pela sua partida desesperada em busca de recursos e a sua confiança inicial no capital estrangeiro e no seu ‘savoir-faire’, já que os empresários e técnicos italianos, especialmente os genoveses, desempenharam um papel importante nas aventuras marítimas dos espanhóis e dos portugueses nos séculos XIV e XV.” É certo que no século XIV éramos pobres e em larga medida dependentes, mas talvez seja algo exagerado atribuir aos italianos o mérito na partida dos portugueses para a aventura marítima. Talvez seja mais certo dizer que estávamos no sítio certo, a ponta Europa, na altura certa, o fim da Idade Média.

Sobre o Infante Dom Henrique, o historiador inglês não é menos surpreendente para um leitor português. Diz que o cognome internacional de “Navegador” é “enganador, porque se aplica a um patrono de navegadores que nunca fez mais de duas ou três viagens marítimas por rotas conhecidas entre a Península Ibérica e Marrocos”. Até aí tudo bem, pois, de facto, o Infante permaneceu em terra. Mas para o autor inglês o nosso Infante era um pirata e um comerciante de sabão: “Henrique vivia num mundo de aparências. As suas gratificações aos homens de letras, apesar de serem dinheiro bem gasto, provinham de magros recursos. Parece que a sua fortuna prematura lhe vinha da pirataria e da sua crescente habilidade no monopólio do sabão. Apesar de falar e escrever sobre as suas empresas como guerreiras, esforçou-se por conciliar os seus interesses com o espírito das cruzadas. (...) O seu castelo da em Sagres, que costuma ser considerada [sic], inapropriadamente, uma espécie de lugar de encontro de sábios, estava possivelmente mais próximo em espírito, e prefigurava de algum modo, o Castle Drogo de Julius Drewe, que fundou a cadeia Home & Colonial Stores, ou talvez – por causa do sabão – o Thornton Manor de William Lever, o fundador da Unilever”. Já sabíamos que a escola de Sagres não existiu aí, mas agora ficámos a saber que Sagres é comparável ao castelo de imitação feito no século XIX por um comerciante inglês ou à mansão de um industrial de sabões da mesma época...

Ficamos também a saber que D. Henrique tinha uma grande crença na astrologia: “ ‘A motivação que deu origem a todas as demais’, afirma Zurara, foi a fé de Henrique no seu próprio horóscopo. Marte e Vénus eram as suas influências dominantes, com Marte na sétima casa dos ‘segredos e ambições’ “. Mas isso não admira nada pois na época não tinha nascido a astronomia moderna... Ficamos ainda a saber sobre a fama do Infante, iniciada por Zurara: “A adulação científica que Henrique conseguiu no seu tempo não era mais do que o equivalente aos títulos honoríficos que actualmente professores bajuladores concedem a ‘estadistas’ sem escrúpulos ou a ‘piratas’ financeiros bem sucedidos”. Mas há pior, D. Henrique era para o historiador inglês o chefe de um grupo de bandidos: “Uma parte surpreendente dos documentos que se conservaram referentes a Henrique são indultos para membros do seu séquito por crimes violentos, especialmente homicídios e violações. “ Por último, Fernández-Armesto desmente que D. Henrique pretendesse expandir a fé, como eu e muitos outros aprendemos na escola: “Com excepção das doações feitas no final da sua carreira para o estudo da teologia em Lisboa e Coimbra, Henrique nunca investiu recursos para espalhar a fé. O reino por cuja expansão lutava era, em todos os aspectos, deste mundo. É notável que os únicos frades que obtiveram uma bula para actividades na costa da Guiné- ou seja, na região ao sul de Marrocos – em vida de Henrique ou pouco depois, não foram sequer portugueses, mas franciscanos de Castela, para quem os portugueses eram ‘piratas com nomes de cristãos’ “

Vasco da Gama não fica melhor no retrato: “Vasco da Gama não foi nem herói nem vilão, mas um provinciano irascível, sem estômago para a vida na corte: um ‘hobereau’, um fidalgo provinciano catapultado para uma situação de poder, um xenófobo que dificilmente se teria mudado para os trópicos, um frustado adepto do culto renascentista da fama que procurava promover o comércio através das armas. Foi também uma vítima a quem as coisas saíram bem. Se saiu do anonimato e lhe confiaram a missão de comandar a expedição, isso só aconteceu graças à aquiescência de uma fracção que esperava que fracassasse”. E, mais adiante, acrescenta Fernández-Armesto: “Vasco da Gama tinha cometido praticamente todos os erros imagináveis. A sua famosa travessia do Atlântico Sul merece ser reconhecida como o trajecto em mar aberto de maior duração até então realizado por um navegador europeu. No entanto, foi mais uma demonstração de audácia que de perícia”. Pergunto: de que lhe serviria, naquele tempo, a muita perícia sem a equivalente audácia?

Poder-se-á dizer que o historiador inglês é descendente de espanhóis (o seu nome hispânico provém da nacionalidade espanhola do pai) e que a velha rivalidade ibérica não será estranha a alguns dos conteúdos do livro. Mas poder-se-á também dizer que são bem conhecidas outras afirmações do mesmo tom de ingleses sobre Portugal e os portugueses. Foi Lord Byron quem se interrogou num poema (“Childe Harold's Pilgrimage”, 1818) porque desperdiçou Deus os seus talentos com os “escravos” lusitanos? Poor, paltry slaves! yet born 'midst noblest scenes / Why, Nature, waste thy wonders on such men?” O historiador inglês não foge à regra ao dizer a certo passo que os habitantes do Índico “mal se deram conta da presença dos pobres bárbaros de Portugal”. Enfim, um livro que se tem de ler com algumas reservas.

- Felipe Fernández-Armesto, Pioneiros. A história épica das explorações do homem ao longo dos séculos, Dom Quixote, 2008.

14 comentários:

Anónimo disse...

E já agora, só por curiosidade, o que diz este senhor de Colombo e da descoberta da América.

E sobre os corsários Ingleses, o que diz?

Que os ilustres descritos tivessem (muitos) defeitos e que a versão da história portuguesa versão "escola primária pre-1974" era uma treta não admira mas convém saber o que este senhor "pensa" sobre outros ilustres.

Então acabaram com os comentários anónimos outra vez?
Vai servir de muito vai...

Anónimo disse...

Parece que este senhor tem muito bom feitio:

http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Felipe_Fern%C3%A1ndez-Armesto&oldid=200117160

«Officer Leonpacher has a different version of the events in the article "Officer Says He Used Discretion Before Arresting Prof" Atlanta Journal Constitution on January 10, 2007. The five-year Atlanta Police Department veteran said when he asked Fernandez-Armesto why he didn't follow his instructions not to jaywalk, the author shrugged him off and walked away."Five times I asked him to stop," the officer said. He then asked him if he was hearing impaired. Once Fernandez-Armesto confirmed he wasn't, Leonpacher said he grabbed the professor's arm. "I let him go when he turned around to face me," he said. Leonpacher then says he repeatedly asked Fernandez-Armesto for his identification, but the professor responded by asking for the officer's I.D. When the historian allegedly repeatedly refused to produce ID, Leonpacher said he told him he was under arrest. The historian began to wrestle Leonpacher. "He was swinging, kicking wildly," Leonpacher said. Backup was called to assist in his detainment.»

Tudo com fontes como não poderia deixar de ser tratando-se de um historiador.

J. C. S. J. disse...

Em primeiro lugar tenho de elogiar-lhe a paciência para ler este livro.
Contudo, tenho de discordar num ponto. Este não é um livro a ler com algumas reservas. É, simplesmente, um livro a não ler - não se deve perder tempo com parvoíces, mesmo que o seu autor esteja revestido da autoridade duma cátedra.
Espanta-me como é que as editoras portuguesas publicam lixo importado como este e não publicam as teses - muitas delas excelentes - que os investigadores portugueses ainda vão fazendo.

F. V. F. disse...

As editoras, coitadinhas, são pobres e precisam de patrocínios!
Gostava de saber quanto é que o autor teve de pagar e se teve de andar a pedir a empresas para lhe financiarem o seu texto, que é o que os autores têm de fazer, pelo menos em Portugal.
Os autores sérios têm de andar de mão estendida e os outros publicam, nem que seja pura invenção. Digamos que é uma excelente política de desinformação.

António Viriato disse...

E o que dirá essa fera de Historiador do excelso «Sir» Francis Drake, bom pirata ao serviço de sua Majestade britânica, «ruling, ruling the waves...», em prol da libertação dos Povos do Mundo, subjugados pelos brutos portugueses, que nem se lembraram de inventar um benigno Apartheid para melhor desenvolverem os pobres diabos dos negros ?

Conhecemos a velha ladainha dos quimicamente puros anglo-saxões, que acabaram praticamente com os índios americanos, a poder de wiskey, canhangulo e aldrabice vulgar...

Mas o opróbrio de negreiros e racistas ficou com os Portugueses, mais ainda do que com os Espanhóis, que também se «cobriram de glória», no seu pacífico convívio com os Maias, os Aztecas e os Incas, que ainda hoje têm para contar... Mas os torcionários foram os Portugueses...

Não cuidem da sua História, os Portugueses, e vão ver com que retrato lá ficam, por obra da isenção destes pimpões...

Com amigos destes, quem precisa de inimigos !

Anónimo disse...
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Anónimo disse...
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Anónimo disse...
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Se Moncho disse...

"as aventuras marítimas dos espanhóis e dos portugueses nos séculos XIV e XV."

Nos séculos XIV e XV Portugal era um pais, mas Espanha não. Havia Castela, Aragão, Navarra, etc. Que se pode esperar dum historiador que fala de espanhóis e portugueses nesses séculos?

Naqueles tempos Espanha era um conceito geográfico, e tão espanhóis eram os portugueses como os murcianos (do Reino de Murcia) ou os granadinos (do Reino de Granada).

Armando Quintas disse...

Não conheço o livro mas pelo excerto tambem me parece não aconselhavel a ler, talvez daqui a uns anos o requisite em alguma biblioteca já que saiu recentemente.
Portugal e Espanha partiram para as descobertas, principalmente o nosso país porque tinha condições para tal, ausencia de guerras, fim da reconquista, necesidade de expansão e a atracção das especiarias, a questão da fé é muito secundária.
Os italianos só entram aqui na questao da itermediação do trafico de especiarias no mediterraneo, durante as cruzadas eles detinham monopolios comerciais com os cruzados, com o egipto serraceno e com o império bizantino, estamos a falar das cidades de veneza, genova e pisa, quando se fecha o mediterraneo com o fim das cruzadas, a queda do imperio bizantino e a dominação de todo o mediterraneo oriental pelos otomanos, o comercio é dificultado, por isso e porque urgia descobir a fonte das especiarias se lançam nas descobertas. O passo incial é conquista de ceuta , depois o norte de africa, a costa africana ocidental, logo, india america e o resto da historia já se sabe.
Que muitos que embarcaram nos navios eram proscritos não há novidade, era uma forma de se redimirem, que o infante e outros praticassem pirataria, era tão comum como hoje os politicos serem corruptos, os portugueses não são melhores nem piores que os outros europeus e se foram os pioneiros é porque tinham as condições materiais e cientificas que outros não tinham, a "gloriosa" inglaterra era no inicio dos descobrimentos um pais completamente atrasado, muito mais que portugal e com lutas internas pelo poder, por cá este estavam bem assente e confirmado.
A escola de sagres pode em ter existido como alguns defendem mas o obvio é que o infante reuniu homens de ciencia em seu redor que sabiam astromia e cartografia para se guiarem pelas estrelas e elaborarem mapas.
Quanto a Vasco da Gama, este foi enviado por ser o mais conhecedor e preparado para alcançar a india que ja se sabia mais ou menos onde se encontrava D.Joao II enviou uma missão por terra para encontrar o seu caminho e depois chegar lá de barco contornando a africa(a missão de pero vaz de caminha é disso ilustrativa), coisa mais inteligente que colombo de ir a direito pelo atlantico ms cujos conhecimentos previos tambem o levavam a perceber que havia terra para aqueles lados, os reis catolicos não autorizavam uma espedição suicida por si financiada em mar aberto sem terras para descobrir e que terminaria com a morte por fome de todos por não encontrarem terra.
O proprio tratado de tordesilhas tomava em conta a terra que os portugueses já conheciam, que seria o brasil, pois fizeram questão de desviar sua marcação para a terem em sua posse, o tratado de tordesilhas foi assinado em 1494 e a descoberta "oficial" data de 1500.
Uma verdadeira historia não deve fazer juizos de valor nem falar do caracter dos itervinientes.
Não recomendo a compra, requisitar primeiro, para os leigos, peçam recomedação aos profissionais da historia.

Anónimo disse...
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MiguelT disse...

Além de descendente de espanhóis (e portanto tentando fazer passar a perspectiva histórica destes), o historiador em questão, como "emigrantezinho" rafeiro que é, provavelmente anseia sofregamente pela aceitação do meio anglo-saxónico em que luta por se assimilar totalmente, o que o leva na mesma direcção. Os ingleses, os franceses, os alemães um pouco menos por razões óbvias, são muito mansinhos quando não lhes pisam os calos, ou seja, em face da insignificância dos outros. Quando alguém lhes faz frente (o que manifestamente foi o caso de Portugal nos Descobrimentos, por muito incompetente que tenha sido a exploração), mostram os dentes. Isto manifesta-se frequentemente através de uma visão ferozmente sectária e tendenciosa do mundo. O que é mais triste em tudo isto (mas infelizmente impossível de mudar no actual equilíbrio de poderes internacional) é que, se um inglês, um francês ou um americano diz umas bacoradas, nós vamos logo lê-las e preocupar-nos com elas, qual cão que fareja o ânus ao macho dominante da matilha; ao passo que eles, e de resto todo o mundo, podem dar-se ao luxo de ignorar totalmente as nossas opiniões, "indignações" e argumentos contra.

Anónimo disse...

Além de descendente de espanhóis (e portanto tentando fazer passar a perspectiva histórica destes), o historiador em q

Anónimo disse...

Não li o livro em questão de Fernandez-Armesto, pelo que me limito ao que foi dito pelo autor do post. Sabemos que parte dessas opiniões fazem parte da famosa "lenda negra" com que a historiografia de matriz anglo-saxónica mimoseou os ibéricos, vendo o argueiro no olho do vizinho, para minimizar o tranqueiro no seu próprio olho. E não será dispicienda a origem espanhola do autor, no freudiano processo de recalcamentos que o levam a aderir às teses inglesas. O autor do post citou Byron; poderia ainda ter citado outro "eminente" hitoriador inglês (incensado como especialista nos Descobrimentos lusos), um tal de Ch. Boxer. A ideia é a mesma, grosso modo: como é que um povo de maltrapilhos e esfarrapados chegou a ter primeiro um império desses, coisa que deveria ser apenas apanágio de gente superior, como "nós, os ingleses" ou outros "civilizados" que tais.
Já sabemos que os tugas não foram nenhuns anjinhos, mas é preciso situar os homens no seu tempo. E o que faz o capitalismo selvagem de hoje, a povos como tugas e gregos? Enfim, há muitas formas de esclavagismo.
Até aqui nada admira, mas não percebo tanta indignação quando essas ideias, só porque ditas por um estrangeiro, beliscam os méritos tugas, quando o amor-próprio destes, ao tentar cortar com a historiografia dos antigamentes, desatou no pós-25 de Abril, numa auto-flagelação confrangedora, incluída até em manuais escolares ao nível do 1º ciclo? (lembro-me de um desses manuais, citando o "historiador" Borges Coelho, dizer que isso da expansão da fé pelo Infante, era uma aldrabice, porque o que levou os portugueses a Ceuta e por aí abaixo,não foi fé nenhuma, nem coisa nenhuma, foi antes, e cito: "o ouro, o ourinho reluzente"..... - E, nessa linha, para toda uma historiografia moderna (moderno e esquerda equivalem-se, claro), fomos de facto uns bons malandros que andámos lá por fora a escravizar e a roubar outros povos! (isto dito e escrito por historiadores tugas, fazendo coro com o que os do "mítico lá fora" diziam e dizem, sem que ninguém lhes fosse às canelas). Mais: no contexto daqueles esbanjamentos das Expos do tempo do gueterrismos, há só uma dúzia de anos, parece que até pagaram a um eminente "historiador" hindu, mas que aparece como um sábio da Sorbonne, para vir a Lisboa dizer, numa conferência, precisamente sobre o Vasco da Gama,cujo 5º centenário da viagem se comemorava, que foi, de facto, um bandido que, entre outras coisas, inaugurou o Colonialismo nas terras asiáticas. Ninguém lhe foi às canelas, já que o cavalheiro até foi convidado e como tal pago pelo ministério da cóltura de M.M.Carrilho... Obviamente, o governo britânico jamais pagaria a um estrangeiro para ir "comemorar" algum feito de um súbdito de S. Magestade... atirando-lhe lama!
Em conclusão: se são os próprios portugueses que não têm respeito por si próprios e enfileiram em baboseiras pouco ou nada científicas, só porque são debitadas por "sumidades" do mítico lá fora, ou por outros que, caseiramente, recalcaram questões políticas que lhes deturpam a visão, que havemos de fazer??

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