quinta-feira, 14 de junho de 2007

PENSAMENTO ÚNICO

Uma das penas mais lúcidas da imprensa portuguesa de hoje é a de Manuel António Pina, que todos os dias escreve na última página do "Jornal de Notícias". Passei a comprar diariamente esse jornal por causa das crónicas dele. Ora leiam a de ontem, quarta-feira. Na muche!

Pensamento único

Manuel António Pina

O Ministério da Educação tornou-se na vanguarda do regime de pensamento único entre nós. A ministra ainda não chegou ao ponto de dogmatizar a sua infalibilidade, mas não hesita em mostrar que não gosta de ser contrariada com opiniões diversas das suas. Diálogo, no ME, só assentindo com a cabeça. Daí que a Associação dos Professores de Matemática se tenha, como diz o assessor de Imprensa de Maria de Lurdes Rodrigues, naturalmente "auto-excluído" da Comissão de Acompanhamento do Plano da Matemática quando sobre ele manifestou opinião diferente da da ministra. Porque uma questão tão simples como a do insucesso escolar na Matemática tem apenas uma solução, a da ministra. O que acontece na DREN é só uma metástase do mesmo tumor autocrático. As notícias sobre o modo como a directora regional gere o seu quintalório são, por isso, uma "campanha sem precedentes". Não é a gestão de Margarida Moreira que não tem precedentes, são as notícias sobre ela. Mas o comunicado da DREN sobre a matéria é notável não só pela sua particular concepção da liberdade de imprensa mas também pelo não menos particular Português em vigor na DREN. Não são só erros grosseiros de concordância, é a própria expressão. Para quando um exame de aferição de Língua Portuguesa na DREN?

6 comentários:

Vitor Guerreiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Esta não lembra nem ao diabo, mas pelos vistos lembra à Direcção Regional de Educação do Alentejo (DREALENTEJO). A história é a seguinte: os professores, tal como todos os funcionários públicos, têm a contagem de tempo de serviço para efeitos de progressão nas carreiras congelada desde 29 de Agosto de 2005. A alguns bastariam mais dois ou três dias para terem mudado de escalão. Como recuperar esses dias? Mandando contar mais 1 por cada ano bissexto. Assim, apesar do DL nº100/99 de 31 de Março, nos seus artigos 93º e 94º indicar expressamente que 1 ano são 365 dias, mercê desta esperteza saloia ultrapassa-se o bloqueio. O problema nem seria o facto em si, SE FOSSE UM DESPACHO PARA TODA A FUNÇÃO PÚBLICA!! Mas não, só tem efeito para aquele que assim o requereram o que, apesar de eu não ter formação jurídica, se me afigura ilegal. Funcionário público há mais de 20 anos, nunca vi fazerem-se contagens de tempo de serviço desta maneira, se agora se fazem para alguns (serão amigos do partido??...) terão de se fazer para todos, com reposição de vencimentos que deveriam ter sido pagos mais cedo, por mais cedo se completar o tempo necessário para as progressões.
Se algum jurista ler isto, que me esclareça se é mais uma "trapalhada" ou se depois de dezenas de anos de contabilização de tempo de serviço, em Évora alguém descobriu que andava tudo enganado...

Anónimo disse...

zalmoxis, não venhas cá com tretas, que é que os labregos das tascas têm a ver com tias histéricas?! Não nos difames, não há comparação possível.
luis

Anónimo disse...

na muche???

não será na mouche???

Anónimo disse...

Também tive essa dúvida e foi procurar.
Na realidade, a palavra muche já está dicionarizada como aportuguesamento do fr."mouche".
Agora, mouche é que não poderia ser nunca, julgo eu.
As palavras de línguas estrangeiras integradas em frases escritas em portugês devem escrever-se ou entre aspas ou em itálico.
Cuprimentos.
Cozido à Portuguesa

Vitor Guerreiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

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