Ontem, por volta da hora de almoço, Portugal foi palco de um fenómeno natural sempre espectacular, a que infelizmente não assisti mas que o Miguel Claro fotografou (foto disponível no Rastos de Luz). Refiro-me ao halo solar que foi visível em todo o território nacional, um fenómeno óptico que ocorre em determinadas condições atmosféricas, mais concretamente, a formação de halos solares e lunares deve-se à difracção (e reflexão) de luz nos minúsculos cristais de gelo existentes nas nuvens que dão pelo nome cirros-estratos.
Os cirros-estratos são nuvens de cristais de gelo, que lembram um véu transparente, que se formam entre 5 e 11 km e portanto o fenómeno pode ocorrer em qualquer ponto do globo, dos pólos ao equador, como confirmaram há uns meses os gaúchos de Rio Grande do Sul.
Por vezes, em latitudes que permitem temperaturas suficientemente baixas, ocorre um fenómeno conhecido como «Pó de diamante», em que os halos são formados por difracção da luz em cristais de gelo formados próximo do solo, tão próximo que o fotógrafo deste espectacular exemplo, o finlandês Jari Luomanen, pode «tocar» os raios de luz com as mãos.
Este halo solar que perdi ontem recordou-me um ritual que observei sempre que tive oportunidade em San Diego e em todos os locais da costa californiana que visitei, a espera em grupo pelo fenómeno óptico da atmosfera que primeiro pensei ser uma «caça aos gambozinos», mas ao fim de muitos meses pude apreciar em toda a sua glória efémera: o «green ray», uma das mais raras ocorrências do «green flash».
6 comentários:
Ó dona Palmira, um post todo só para dizer que estiveste em San Diego?! Não havia necessidade!
luis
Ó D. Palmira, da próxima avise com antecedência, sim?
De vez em quando os nefelibatas (aprendi esta palavra aqui no DRN) têm sorte e deparam-se com espectáculos belos e raros como este, que tive o prazer de ver e fotografar.
guida martins
Ontem fui tomar café à beira-rio em Coimbra por volta das 19h45m e vi à esquerda do Sol um clarão que me pareceu ser uma reminescência de um arco-íris muito esbatido e luminoso. O que me intrigou foi que na posição diametralmente oposta relativamente ao Sol podia observar o mesmo fenómeno, o que a ser um arco-íris seria uma grande coincidência. Afinal o que eu observava sem o saber, era um halo solar, ou o que restava dele.
Carlos Daniel
Ai se os beatos sabem onde se deu este fenómeno!!!... correm logo desenfreados a gritar que é milagre e em poucos anos montam uma próspera filial de fatima no local. Cuidado com eles!rsrs..
Maria
O espectáculo de halo solar é mais frequente do que se pensa. Já vi 3 só este ano. Não é raro.
Quanto ao Km, tal não existe - nem devia - já que o K é de kelvin (unidade da temperatura absoluta). Assim, o correcto é sim: 15 km e não 15 Km. ;) Reparem que no velocímetro dos carros aparece a forma correcta: km. ;) Já agora, para mantermos a coerência, como acontece com o francês (neste caso), deveríamos dizer: quilometro e não quilómetro (mas isto já são pormenores). ;)
Confrontem com o livro de Unidades SI de Guilherme de Almeida e com o site SI: http://www.bipm.org/en/si/
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