Com a devida vénia, trancreve-se a crónica de Manuel António Pina do "Jornal de Notícias" de 1 de Junho:
A equipa de Maria de Lurdes Rodrigues tem já, por muitos motivos, lugar assegurado na Galeria dos Horrores da Educação em Portugal. Não precisava de ter agora instruído os professores para que "deixassem passar" os erros ortográficos e de construção na avaliação das provas de Língua Portuguesa do 4.º e 6.º anos onde "apenas" estaria em causa avaliar a "competência interpretativa" dos alunos (como se os limites da expressão não limitassem o pensamento e a interpretação). Enquanto em alguns países da Europa o "eduquês" e as hordas das "ciências da educação" batem em retirada, deixando para trás gerações inteiras equipadas com "competências" mas desprovidas de saber, entre nós floresce a "selva oscura" do "aprender a aprender". Não deve haver Ministério da Educação no Mundo que tantas reformas, reformas de reformas e reformas de reformas de reformas faça, tantas "experiências pedagógicas", tantos "projectos-piloto". O resultado está à vista fornadas de jovens são todos os anos despejadas às portas do ensino superior mal sabendo ler, escrever e contar. O que vale é que para tirar certos cursos superiores não é preciso saber ler, escrever e contar e que para arranjar emprego bastam "competências" como conhecer a gente certa ou estar na "jota" certa.
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23 comentários:
Viva,
o problema maior do eduquês é que, por ser uma ideologia, quem está nela enterrado, sofre de uma ingenuidade que mina todo o seu trabalho real. Cada vez mais, creio que a mudança tem obrigatoriamente de partir de cima ou então, parece-me, quem diz a verdade na terra de mentirosos, passa por mentiroso. Mas vale a pena insistir. Como professor do ensino secundário tenho levado com a acusação que defendo modelos dificeis para os alunos. Pensar que o eduquês é fácil é de uma terrível ingenuidade. Facilitar é saber exigir para educar os jovens na liberdade de poderem optar. Como pode um jovem optar livremente se está desprovido do conhecimento mais básico e se a escola mais não lhe ofereceu do que a apatia da iliteracia? O eduquês trata os jovens como verdadeiros mentecaptos que não são apazes de ir muito mais além do que frequentar uma espécie de creche obrigatória durante 12 anos. Obrigado por terem feito este blog. Sinto-me menos só a desmistificar uma barbárie social desta dimensão.
Obrigado
Rolando Almeida
Já li vários artigos sobre educação neste blog. Em muitos faz-se uma avaliação do ensino e da organização do ensino em Portugal. No entanto, em nenhum texto li um profundo argumento sobre quais os objectivos da escola e quais as suas competências nunca esquecendo quais as competências dos pais. Esta definição, de quais os objectivos da escola, é crucial pois define o que se quer e só depois desta reflexção se pode pensar num caminho para atingir o objectivo pretendido. Eu já reflecti sobre este assunto mas não me sinto com informação suficiente para estar confortável com as conclusões.
Já li sobre este assunto noutros blogs que malham no assunto, e pus-me a pensar se isto saiu mesmo da cabeça de pedagogos portuguêses. será que lá fora não há nada no estilo? Será que isto não tem mesmo lógica nenhuma? Os alunos com mais queda para a matemática e as ciências são normalmente mais fracos a escrever, mas não é por isso que são burros e deixam de saber interpretar as coisas. Não me parece nada que os limites da expressão limitem o pensamento, isso é uma mania dos lesvoetas finos, há surdos-mudos que são super inteligentes, ou cegos como o Ray Charles. Essa coisa do escrever bom português estar correlacionada com refinamento cerebral está errada, nem me venham dizer que o Word do Windows é mais inteligente do qe eu!
Ora pensem lá bem no assunto.
luis
O problema maior é o da cultura de trabalho e do esforço. Hoje não temos esses valores. Eu tenho 39 anos e lembro-me de me terem passado essa ideia que era necessário trabalhar e esforço para conseguir objectivos. Ser inteligente ajudava, mas não era tudo, nem era a parte principal. Era necessário trabalhar, estudar, ler, prestar atenção.
Outra coisa que MUITO agradeço que me tenham ensinado foi a "gestão do tempo". Foi uma professora de Física que me ensinou isso. Dizia-me sempre que havia tempo para tudo, que eu só teria de gerir esse tempo dedicando sempre algum tempo para reflectir sobre as coisas que aprendia: isto porque como ainda hoje, eu me metia em N coisas. Hoje ninguem ensina a gerir o tempo, e a frase que mais ouvimos dos alunos é "não tive tempo". É a frase mais triste que existe: é o mesmo que dizer que passou o comboio de uma oportunidade e a pessoa chegou atrasada, ou não chegou. Faz a diferença. Toda a diferença.
Cultura de trabalho e esforço, sendo exigente nos resultados. Gestão do tempo, premiando quem o faz. Incentivo ao trabalho individual e original. Incentivo ao risco e à capacidade de superar objectivos. São estes os valores que perdemos e é URGENTE recuperar.
Nota: se isto existisse, fazer uma prova global admitindo erros ortográficos ou má construção de frases, etc., não seria um problema. Não seria pq nenhuma pessoa de bom senso se lembraria de semelhante alarvidade.
Há três coisas que o Norberto Pires disse aqui e que são basilares na educação das nossas crianças e jovens e que convém reforçar: (1) valores do trabalho, do esforço, do rigor…; (2) gestão do tempo…; (3) objectivos de vida.
(1) É preciso ter em conta que estes valores que devem ser passados na escola (e são-no em boa parte pelos bons professores), não sortirão qualquer efeito se não houver um acompanhamento permanente e disciplinado da parte da família, pois, não podemos esquecer que, as solicitações e hobbies de hoje, são bem mais aliciantes que na década de 70/80 (Séc.XX) e as crianças não sabem sozinhas fazer (2) uma boa e eficáz gestão do tempo. Os pais têm que estar mais atentos ao percurso escolar dos seus filhos… na verdade, sabemos que essa não é a realidade… Por último é preciso fazer a ponte entre (1) e (3), ou seja, desde tenra idade, é preciso incutir nas crianças os valores supramencionados como caminho a construir para atingir objectivos, uns a curto, outros a médio e outros a longo prazo… “premiando quem o faz”. Mas, premiando mesmo e só quem o faz por mérito, reforço! Os pais não podem premiar a todo o tempo os filhos, sempre que eles pedem, chateiam ou fazem birras… (re)lembro um episódio que uma aluna minha de (8º ano) me contou na semana que agora termina. Dizia ela: “eu tenho 3 telemóveis e este último (mostrou-me um 3G dizendo que tinha 2 e ambos funcionavam), fiz birra e chateei a minha mãe até ela mo comprar”. Está errado, acrescento -, os pais não podem ceder a este tipo de chantagem, só para que os filhos os não chateiem… educar também é dizer NÃO (e explicar as razões do não). No meu tempo de estudante, os meus pais só me premiavam 1 vez no ano, depois de saírem as notas do 3º Período… mas orgulho-me dos valores que me transmitiram…
O argumento utilizado pelos burocratas da pedagogia para justificar o injustificável é a existência duma segunda parte da prova em que se avaliam especificamente as "competências expressivas". Mas é óbvio que as competências expressivas nunca podem ser avaliadas autonomamente, já que a resposta às perguntas pressupõe a correcta interpretação destas.
O problema desta gente é querer à viva força uniformizar critérios e esvaziar a margem de subjectividade de todas as avaliações. O que estaria muito bem se o ser humano assim produzido e avaliado pudesse corresponder a um "caderno de encargos" previamente definido, como um sistema informático ou um edifício. Mas o que define o humano é precisamente o que está para lá do "caderno de encargos" e consequentemente para lá de qualquer grelha avaliativa absolutamente objectiva e que só tenha em conta o directamente mensurável.
Caro Luís...
A afirmação de que os alunos de ciências são os que escrevem com menos correcção ou que se expressam com mais dificuldades não corresponde à experiência quotidiana dos professores. Os alunos que melhor escrevem, que são mais criativos em termos linguísticos, que expressam de modo correcto as suas aprendizagens, etc., são, dominantemente, os alunos de ciências. Não há aqui grande mistério. Os alunos que melhor aprendem e que têm melhores notas são os que dominam melhor todos os aspectos da língua materna e, por isso, são os que têm melhores oportunidades de escolha. Assim, são esses que escolhem as áreas das ciências (aparententemente com melhores oportunidades sociais), enquanto que muitos alunos que escolhem as línguas, as humanidades ou os cursos tecnológicos, fazem-no para fugir à matemática, à física, à química, etc.
Quanto aos valores que a escola ensina...
Muitos são os professores que continuam a defender uma escola de exigência e fazem-no, como refere a Fátima, contra a educação dos próprios pais que nos apresentam a desculpa de que ainda são miúdos, quando estamos a falar de adolescentes de 15 a 18 anos.
Ter objectivos, saber gerir o tempo, ser auto-exigente, aprender a ter bons desempenhos independentemente da existência de uma recompensa imediata, etc., continuam a ser objectivos educacionais de muitos bons professores.
Maria Rodrigues
Quando falo de professores tenho o cuidado de fazer sempre a distinção entre os bons e os menos bons, custa-me um bocadinho ver que para os professores os pais são todos iguais mas, como em tudo na vida, não são. O professor dos 2º e 3º anos da minha filha, que devo dizer era um bom professor, quando confrontado por mim para a necessidade de se chamar a atenção para os erros ortográficos e apresentação dos trabalhos, disse-me para não ser tão exigente, que estava tudo bem com ela e que ela ainda era pequenina! Não concordei, insisti e neste momento não escreve com erros. Que lhe devo dizer agora que ela fez a prova de aferição e em vez de ver o seu esforço recompensado ainda se vê prejudicada em relação aos colegas que não se esforçaram?
guida martins
Não será solução de todos os problemas da escola, mas um bom envolvimento da família na vida escolar dos filhos pode dar um empurrãozinho na motivação para aprender e responsabilização dos alunos nessa tarefa. As TIPS (Teachers Involve Parents in Schoolwork), cujo objectivo é o de envolver os pais, em casa, no trabalho escolar… pode ser um caminho válido também em Portugal.
Trata-se de um programa baseado no paradigma do desenvolvimento em contexto que pretende disponibilizar informação e ideias às famílias sobre a forma de ajudarem os alunos com os trabalhos de casa e outras actividades relacionadas com o currículo, decisões e planificação…
Não se trata dos tradicionais (TPC) que o aluno deve fazer sozinho, em casa, e cujos objectivos são praticar o que foi dado na escola, estudar e desenvolver a auto-regulação. Trabalho que deve ser feito individualmente pelo aluno, sem o envolvimento da família. Trata-se sim de outro tipo de actividades a desenvolver em casa, diferente, aquele que visa desenvolver a parceria entre a escola, a família e o aluno – as TIPS. Este trabalho de casa interactivo, regular, dá aos alunos a responsabilidade de discutirem coisas importantes que aprenderam e ajuda as famílias a estarem conscientes do conteúdo das actividades curriculares dos seus filhos na escola.
Para mais informações (Recursos da Internet para pais):
http://nautilus.fis.uc.pt/bl/conteudos/34/index.html
Programa TIPS:
National Network of Partnership Schools at Johns Hopkins University
Center on School, Family and Community Partnerships
www.partnershipschools.org
Guida
Não deixe de ser exigente como mãe.
Neste particular, os estudos sobre o desenvolvimento dizem-nos que de pouco valeria a nossa carga genética se não fosse a estimulação do meio, por isso, não deixe de estimular o desenvolvimento de competências, que hoje podem parecer desprezíveis, insignificantes, pouco valorizadas... mas haverá um dia em que a sua filha, se as tiver adquirido poderá, em vantagem, tirar partido delas, coisa que outros nunca poderão fazer porque nuncas as desenvolveram. Por exemplo negligenciar a memória (querendo-a substituir por confortáveis e luxuosas máquinas de calcular),não a exercitanto, é um outro erro. A nossa memória é como o atleta, se não a mantivermos em forma, ela definha. Os estudos de neuro-ciências dizem exactamente isto: que se não estimularmos devidamente certas aptidões das crianças, elas nunca recuperarão.
Não desanime, Guida, e ajude a sua filha a perceber que a recompensa pelo esforço pode não ser visível hoje, mas um dia virá! Ela vai agradecer-lhe um dia por isso, garanto-lhe! :-)
Pouco haverá a acrescentar ao artigo de opinião do MAP. Permitam-me duas pequenas notas.
O MAP tem-nos presenteado com excelentes artigos de opinião numa revista semanal de grande tiragem (nomeadamente a última crónica sobre um tema que já aqui foi trazido ao blog, a abertura do túmulo de D. Afonso Henriques). Estranhei o facto de a tal revista não trazer esta semana a habitual crónica do MAP que felizmente tinha algo para dizer, só que noutro local. Vou ficar atento, e congratulo-me pelo facto do DRN nos trazer esta crónica.
Relativamente ao assunto da crónica, não posso deixar de me lembrar da forma leviana e "desportista" como são tratadas minorias numa das provas do 4º ano, em que aparecem expressões como "os anões não existem" e "se vires algum não olhes para ele".
Um pai,
Artur Figueiredo
Nos bons sistemas de ensino também há maus professores, e não é por isso que os sistemas deixam de ser bons. O inverso também é verdadeiro: nos maus sistemas de ensino há bons professores, sem que o sistema beneficie disso.
Dizer que o sistema de ensino em Portugal está no estado em que está por haver maus professores é a mesma coisa que dizer que a causa dos incêndios florestais é haver maus bombeiros.
É ter o alvo a Norte e atirar para Leste.
O sistema de ensino está mal porque se abateu sobre ele uma calamidade que nenhum responsável quer reconhecer como tal: a pedagogia delirante da qual as provas de Língua Portuguesa a que se refere o post não são mais do que um exemplo entre centenas.
Para combater esta calamidade vamos precisar de quase todos os professores: os bons, os menos bons, e até alguns dos maus (já que não temos assim tanto por onde escolher).
Do que não precisamos é da senhora Ministra, nem da gigantesca burocracia que a rodeia e sustenta, nem das teorias pedagógicas validadas administrativamente que sustentam ideologicamente todo o edifício: tudo isto é parte do problema, não da solução.
Eu não sei nada, eu só sei que os ingleses já há muito dividem a literacia entre: read, write, listen, e speak. Nos testes de inglês para cientistas estrangeiros (tip IELTS test) aparecem estes 4 tipos de testes, os gajos não misturam escrever com ler!
Falar espanhol é fácil, mas já não é qualquer um que o sabe escrever bem!
Os gajos, normalmente, não exigem um nível de inglês muito alto, para cientistas, parece que preferem gajos com um inglês mínimo e umas matemáticas máximas, do que o contrário!
E já dizia o conhecido Snow no "The Two Cultures" que há muitos cientistas, das ciências puras, que nunca leram um romance, e até parece que isso é verdade!
Se calhar estes pedagogos até estão a adoptar métodos melhores e mais modernos e o pessoal está aqui a mandar bocas sem saber muito bem do assunto, a mandar umas bocas das suas experiências pessoais, mas sem base em qualquer estudo. Seria bom fazer umas pesquisas para saber o que é que o pessoal que sabe do assunto já concluiu sobre a correlação entre o bem falar, o bem escrever, o bem falar, e o bem compreender.
Até à próxima!
luis
Cara professora Fátima
provavelmente não me fiz entender no meu comentário. Eu não me sinto nada desanimada, tendo sido aluna tanto tempo, quando decidi ser mãe já fazia uma ideia daquilo em que me estava a meter :)
Além disso nem eu, nem a minha filha temos razões para estar preocupadas com o resultado da prova e nem preciso de esperar para ela me agradecer, ela já o faz, professora Fátima, ou seja, a recompensa pelo esforço já é visível.
Fiz o comentário por subscrever por inteiro a crónica do Manuel António Pina e por me preocupar o facto de muitos alunos, terminado o percurso escolar, não terem ninguém a quem agradecer. Espero, isso sim, pelo dia em que os professores do ministério deixem de nivelar por baixo e que corrijam os erros em vez de os perdoarem.
Agredeço-lhe os links para pais, mas parece-me justo que também sejam dados alguns para professores que se possam sentir à deriva :)
guida martins
Exactamente (ao anónimo acima). Banalidades e bons sentimentos tanto há no eduqués como, pelos vistos, nos seus críticos (onde eu me incluo).
Se o objectivo, face a um texto, for ver se os leitores o perceberam, parece evidente que contar os erros ortográficos das respostas só pode viciar os resultados (ex: se eu escrever "vissiar os resoltados", nem por isso os meus leitores, espero, deixariam de perceber o meu ponto - o de eu ter perfeitamente entendido o texto do MAP).
Podemos discutir a pertinência do objectivo (por mim, não me parece mal, entender o que se lê é diferente de escrever sobre, e é interessante perceber como vai a aptidão de leitura neste país). Mas bater genericamente no ceguinho do eduquês a propósito de tudo é esvaziar completamente a crítica necessária, coerente e informada aos seus disparates (que não este, que não é disparate, é apenas uma opção discutível, e que devia ser discutida com argumentos e não com posições de princípio).
Logo, também não é com as generalidades do MAPina (e mais a ministra ao barulho) que se vai a lado nenhum
Cumprimentos a todos
Marvl
Cara Guida
Obrigada pelo seu comentário. Apraz-me a sua satisfação com o progresso escolar da sua filha e desejo as maiores felicidades para ambas.
Quanto à afirmação que faz de “os professores do ministério deixem de nivelar por baixo e que corrijam os erros em vez de os perdoarem”, peço desculpa, mas não subscrevo integralmente as suas palavras, embora reconheça que as orientações curriculares apontem nesse sentido. Se tem lido os meus comentários a anteriores posts, já percebeu que eu sou opositora a estas medidas que se confundem com a pedagogia, a que prefiro chamar pseudo-pedagogia, disfarçadas em embrulhos com fitas cor-de-rosa, quero dizer, discursos politicamente correctos... A escola para todos com 100% de sucesso como o actual ministério quer à viva força, só pode dar no que está à vista de todos e o ME não quer ver. Refiro-me a estas medidas de relativização das aprendizagens e relativização dos valores que como alguns investigadores vêm dizendo, e ninguém lhes dá ouvidos, é isso mesmo que a Guida diz, anda-se nivelar por baixo, e mesmo assim, garanto-lhe que os níveis de insucesso ainda não baixaram. É uma vergonha… mas a culpa não pode ser enfiada directamente nos bolsos dos professores como presentinho envenenado… os professores andam tão desorientados com estas políticas educativas quanto andaria qualquer funcionário de uma empresa que recebesse do seu director meia dúzia de ordens contraditórias num só dia… isto não vai lá com links, nem para pais, nem para professores. Mas também não tenho a solução (mas eu ensino os valores do trabalho, do esforço, do rigor… ainda que esteja contra a maré). Eu só pus os links como exemplo de programas que podem ser desenvolvidos nas escolas e que têm produzido resultados muitos positivos no envolvimento da família na educação dos filhos. Em Portugal sei que o mesmo já foi testado (pelo menos ao nível de estudos de investigação).
Cumprimentos.
O problema é sempre o mesmo. Podemos contar com mais uns aninhos para discutir a validade das teorias pedagógicas.
Quem sabe, claro! Não eu.
Não resisto a deixar aqui uma observação que disse a propósito desta questão dos erros. Possivelmente, também fazem provas de matemática sem validarem a tabuada, só para verem se as crianças compreendem se é para multiplicar ou dividir.
Artur Figueiredo
A redução de exigências imposta pelo Ministério é apenas mais um indício da nossa crise educativa.
O País está em crise educativa generalizada, resultado das políticas governamentais dos últimos 20 anos, que empreenderam experiências pedagógicas malparadas na nossa Escola. Com efeito, 80% dos nossos alunos abandonam a Escola ou recebem notas negativas nos Exames Nacionais de Português e Matemática. Disto, os culpados são os educadores oficiosos que promoveram políticas educativas desastrosas, e não os alunos e professores. Os problemas da Educação não se prendem com os conteúdos programáticos ou com o desempenho dos professores, mas sim com as bases metódicas cientificamente inválidas.
Ora, devemos olhar para o nosso Ensino na sua íntegra, e não apenas para assuntos pontuais, para podermos perceber o que se passa. Os problemas começam logo no ensino primário, e é por ai que devemos começar a reconstruir a nossa Escola. Recomendamos vivamente a nossa análise, que identifica as principais razões da crise educativa e indica o caminho de saída. Em poucas palavras, é necessário fazer duas coisas: repor o método fonético no ensino de leitura e repor os exercícios de desenvolvimento da memória nos currículos de todas as disciplinas escolares. Resolvidos os problemas metódicos, muitos dos outros, com o tempo, desaparecerão. No seu estado corrente, o Ensino apenas reproduz a Ignorância, numa escala alargada.
Devemos todos exigir uma acção urgente e empenhada do Governo, para salvar o pouco que ainda pode ser salvo.
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