sábado, 22 de março de 2008
Eldorado II
Tenho mantido uma discussão com o Ludwig, tanto no blog dele como privadamente, sobre este tema. Compreendo melhor as suas ideias, mas não fui persuadido da beleza de uma economia em que as pessoas podem ouvir música, ler livros em PDF e usar software sem pagar directamente aos criadores uma parcela do seu trabalho. Penso que é muito importante explicar às pessoas por que razão devem pagar aos autores do freeware que usam, assim como aos músicos cuja música ouvem, etc. Ao contrário do que Ludwig argumenta, pagar uma parcela aos criadores directamente ou tão directamente quanto possível não é pagar a cópia -- e é nisto que se baseia todo o argumento dele. É pagar uma parcela do trabalho que deu fazer aquilo que depois é copiado tão facilmente.
Esclarecer o público é também importante para que se perceba as diferenças. Por exemplo, se eu pegar numa enciclopédia portuguesa com 90 anos, a digitalizar e a colocar online, não é preciso pagar aos autores originais da enciclopédia, nem faria sentido. Só é preciso pagar-me a mim pelo trabalho de digitalização. Mas se essa enciclopédia depois começa a usar o trabalho de outras pessoas, criadores que actualizam os artigos originais, então esses criadores devem ser pagos.
O que eu acabei de descrever é o que a Wikipédia fez. Mas as únicas pessoas que ganham dinheiro com a Wikipédia são os gestores e o director -- os autores dos artigos nada ganham. Porquê? Porque é gratuita. Sendo gratuita, não gera capital suficiente para pagar aos autores. Mas gera o suficiente para pagar ao director, secretária, advogado, programador, etc.
O mesmo acontece com a campanha Creative Commons. Esta campanha protege os criadores do quê, exactamente? De nada. Qualquer pessoa pode dar o que quiser, para isso não precisa de protecção legal. E as leis existentes já impedem o aproveitamento comercial do que as pessoas criam, sem o seu consentimento. O movimento Creative Commons não tem por objectivo proteger os criadores, mas antes espalhar uma mentalidade na Internet: a mentalidade de que é feio pedir dinheiro pelo trabalho criativo. Não é disto que precisam os criadores. O que os criadores precisam é de campanhas que sensibilizem as pessoas para que elas saibam a importância que é pagar aos criadores sempre que possível, e tão directamente quanto possível. Então para que serve a campanha Creative Commons? Bom, serve para haver algumas pessoas que vivem dos donativos que as pessoas enviam para a campanha. Mas essas pessoas não são os criadores.
O que precisamos é de uma campanha como o Fair Trade, mas para o mundo digital. Precisamos de dar discernimento às pessoas para que saibam que devem pagar todo o freeware que usam, pois só desse modo esses criadores poderão competir com as grandes companhias, como a Microsoft ou a Apple ou a Sun. Que precisam de pagar aos músicos e escritores tão directamente quanto possível, pois só assim poderemos ter criadores independentes. Que precisam de pagar as revistas e jornais online, pois só assim essas revistas e jornais podem manter-se independentes, sem ficarem reféns das grandes companhias que fazem publicidade e dos intermediários da publicidade, como o gigante Google.
Nada disto implica perseguir as pessoas com a polícia, ou proibir o "file sharing". Nada disto implica pagar tudo, incluindo shows de TV que foram feitos e pagos há 40 anos. Há muita coisa que já foi feita há anos, já foi paga e pode ser disponibilizada gratuitamente. Mas para podermos produzir agora coisas novas e de qualidade é preciso que se acabe com a mentalidade borlista que invadiu a Internet.
Uma estátua para Giordano Bruno

A propósito da estátua de Galileu no Vaticano, alguém falou de uma estátua para Giordano Bruno (1548-1600), o filósofo que morreu na fogueira da Inquisição no Campo dei Fiori em Roma. Acontece que uma estátua dedicada a ele foi há poucos dias inaugurada em Berlim, na Potsdamer Platz. É seu autor o artista berlinense, nascido em 1973, Alexander Polzin. Feita em bronze, com seis metros de altura, a estátua representa Bruno de pernas para o ar, com os dedos das mãos e dos pés a imitar chamas. Antes de Berlim, essa peça esteve em frente à Universidade da Europa Central, CEU, em Budapeste (na foto).
A complexa avaliação de professores

Rui Baptista esclarece a sua posição sobre a avaliação dos professores:
“Abyssus abyssum invocat”
“Salmo de Davi” (XLI, 8)
Embora fosse minha intenção não voltar a debater tão cedo a avaliação dos professores, uma circunstância ponderosa leva-me a voltar a um assunto em que, como diria Cesar Cantú, não pretendo namorar a popularidade renegando a minha própria consciência. Refiro-me a um oportuno e correcto comentário feito ao meu post ( “E agora?”, de 15 de Março passado): “Caro Rui Baptista: Leio com atenção os seus posts e gostaria de conseguir perceber a sua posição sobre o estado actual da educação e do conflito que está gerado. Por um lado, parece que acusa o Ministério, mas por cada acusação apresenta imediatamente atenuantes”.
Em nome do mérito, entendo que o processo avaliativo da passagem do 8.º escalão aos escalões imediatamente superiores deve ser feita por provas públicas e não cozinhado, apenas, entre as quatro paredes da escola e “inter pares” permeáveis a simpatias pessoais, a identificação política ou de natureza clubistica, ou a meras manifestações de curvatura da cerviz. Sobre a continuação do antigo sistema de avaliação para a passagem dos escalões inferiores poderia aceitá-lo, mas, mais uma vez o digo, debaixo da seguinte condição: sem incluir os professores que entretanto se reformaram, faleceram ou desistiram da carreira docente, a divulgação pública da percentagem de docentes que, cumpridos os requisitos legais, não chegaram ao topo da respectiva carreira, 9.º e 10.º escalões, respectivamente para bacharéis e licenciados. Na hipótese de essa percentagem ser diminuta, por não chegar ou pouco ultrapassar um número de um único dígito, a conclusão a tirar-se é a de que a triagem da qualidade docente não satisfazia padrões mínimos de exigência, sendo de a excluir liminarmente pelo prejuízo causado aos bons professores e benefício aos maus professores numa injusta e gritante igualdade entre desiguais. Não, não se trata de exigir um quadro docente utópico preenchido apenas por professores excepcionais. Basta contentarmo-nos com homens e mulheres que, na opinião d’Eça, referindo-se, salvo erro, a Pinheiro Chagas, “não têm ambições – excepto saber, não têm receios – excepto errar”.
“Ipso facto”, sou a favor de um exame de acesso à profissão docente como forma de evitar que haja professores que se expressam mal na língua materna e redijam pior em páginas cheias de erros ortográficos. Para além disso trata-se de uma forma de acabar com a injustiça de um valor a mais num diploma politécnico ser condição de preferência relativamente a um diploma universitário no referido ingresso. Uma das coisas que me deixam perplexo é o facto de tanto os sindicatos como o Ministério da Educação não se mostrarem receptivos ao apelo do Presidente da República, do dia 1 deste mês: “Temos de ter um ambiente de confiança entre todos os intervenientes do nosso processo educativo”. Em vez disto o que vemos? Assistimos à continuação de um verdadeiro braço-de-ferro entre a ministra da Educação e os sindicatos. A ministra não quer ceder um milímetro sequer, insistindo com teimosia doentia em levar avante a desoras a “sua avaliação” sem pelo menos testar ao menos a sua eficácia. Os professores sindicalizados ou não, por seu turno, avocam em seu favor o facto de o novo processo avaliativo levar a que professores menos qualificados possam avaliar outros professores mais classificados academicamente. Têm razão! Só foi pena que, quando a avaliação dos professores esteve igualmente a cargo de indivíduos pouco credenciados que ocupam lugares na presidência dos conselhos directivos de algumas escolas, não tivesse havido idêntica contestação. Outro argumento contra a nova forma de avaliação reside no facto de um professor titular de uma determinada disciplina poder avaliar um colega de outra disciplina que nada tem a ver com a sua. Argumento de indiscutível validade!
Entretanto, perante a irredutibilidade de ambos os litigantes, chegou a ser proposta uma arbitragem por uma comissão formada por independentes de idoneidade científica e moral livre de mácula ou simples suspeita. Ficou esta sugestão em águas de bacalhau. Uma possível maneira de ultrapassar o impasse seria criar um corpo de inspectores, com idêntica formação académica de base dos inspeccionados, devidamente preparado cientifica e pedagogicamente, para a difícil, mas não impossível, função de assistir às aulas e dar as devidas orientações para a sua melhoria. Como escreveu Mário Gonçalves Viana, “se já é difícil manter uma harmonia simpática e colaborante entre os diversos professores [e todos verificamos que esta situação muito se agravou], mais difícil se torna, ainda, manter essa harmonia simpática e colaborante entre os professores e os inspectores; semelhante facto resulta quer da essência inspectoral, quer da maneira, tantas vezes inapta e imprudente, como essa função é exercida”. Por isso mesmo, é que aventei acima, apenas como hipótese, um “corpo inspectivo “devidamente preparado científica e pedagogicamente” para esta missão”! Residirá aqui o nó górdio do impasse e seu possível desfazer? Nem o sei bem!
Neste ambiente de rejeição ao processo de avaliação dos professores, em que os próprios e verdadeiros interessados - os professores - não apresentaram até agora, preto no branco, uma solução alternativa a não ser um certo saudosismo, tão próprio da alma lusitana, da situação anterior, recusando-se a fazer o luto do falecido sistema de avaliação, bem sei que nenhuma solução é óptima. Até porque, como é uso dizer-se, o óptimo é inimigo do bom!
Curiosidade pascal

A Páscoa é sempre no primeiro domingo depois da primeira lua cheia após o equinócio de Primavera (20 de Março). Esta datação baseia-se no calendário lunar que o povo hebreu usava para identificar a Páscoa judaica, razão pela qual é uma festa móvel no calendário romano. Este ano a Páscoa acontece mais cedo do que qualquer um de nós poderá ver na sua vida! A próxima vez que vai ser tão cedo como este ano (23 de Março) será no ano 2228. A última vez que tal ocorreu foi em 22 de Março de 1818.
O regresso de Adão - II
Excerto da entrevista sob falsos pretextos a PZ Myers, escolhido pelos produtores de Expelled para mostrar quão malvados são os evolucionistas.
Chegou às páginas do New York Times a expulsão de PZ Myers do teatro onde iria decorrer a apresentação do filme Expelled - que ainda está numa versão «em bruto», provavelmente por uma questão de direitos de autor, não só da música como da animação «Inner Life of a Cell» («A vida íntima de uma célula»), por uma qualquer razão bizarra, um hit entre criacionistas.
De facto, nas páginas de ciência da edição de hoje do periódico norte-americano, Cornelia Dean diverte-se apresentando ao público o hilariante episódio e as ainda mais hilariantes desculpas de Mark Mathis, o produtor do filme que marcou presença no Hall of America para a exibição do seu pedaço de lixo populista e mentiroso.
Mark Mathis afirmou à jornalista que embora tivesse reconhecido Dawkins o deixara assistir ao filme porque ele se tinha portado honoravelmente (?) e era um convidado no seu país que tinha realizado uma longa viagem de propósito para ver o Expelled. Na realidade, como a jornalista indica, Dawkins deslocou-se ao Minnesota para participar na convenção ateísta, onde é orador convidado e não foi reconhecido porque... o seu primeiro nome, inscrito no passaporte, é Clinton e não Richard!
De facto, outra testemunha do que aconteceu indica que na altura das perguntas&respostas em que Dawkins se levantou para questionar o produtor este empalideceu quando finalmente se apercebeu quem tinha na audiência.
A expulsão de Myers, para além de fazer as delícias da blogosfera americana - que confirma o subtítulo da produção criacionista: nenhuma inteligência é permitida no filme -, chegou ainda a outras páginas de jornais, incluindo ao jornal local de Twin Cities.
Eugenie Scott, directora do National Center for Science Education que está a construir uma página para contrapôr os imbecis argumentos contra a evolução apresentados no Expelled, que assentam em patetas e patéticas mensagens subliminares igualando evolucionismo a nazismo e estalinismo, foi pré-expulsa da visualização do filme para que também foi enganada a «colaborar».
Eugenie, como todos os que estão fartos das desonestidades criancionistas, considera que «não é desapropriado darmos uma boa gargalhada às custas dos criacionistas». Já Dawkins, que disponibiliza no seu site uma discussão do acontecido com PZ Myers, considera que toda a cena foi uma prenda aos que se opõem ao ensino do criacionismo como ciência: «não poderíamos pedir algo melhor», afirmou ao New York Times.
Embora o eco que o criacionismo encontra em muitos deva ser analisado à luz da onda de anti-intelectualismo que varre o planeta, a desonestidade é o único apanágio dos seus promotores. Assim, consideramos que não é boa ideia debates que põem ao mesmo nível evolucionismo e criacionismo, ou seja, ciência e religião, como o que aconteceu na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa fez ontem exactamente um ano. E o que aconterá em Braga para o mês que vem no âmbito das XX Jornadas Teológicas e em que o Ludwig debaterá com Jónatas Machado «Razão da Criação ou Fé na Evolução» ou, como diz o Ludi, razão da bruxaria ou fé no antibiótico.
Se os teólogos de Braga estão interessados em como não tornar o seu discurso «cada vez mais irrelevante», propósito que aplaudo, e se têm dúvidas que a evolução seja uma das «teorias científicas suficientemente fundamentadas» (é na realidade uma das mais fundamentadas e testadas de todas as teorias científicas) poderiam ter convidado o padre Archer, o padre Carreira das Neves ou o padre Resina que sem dúvida os esclareceriam convenientemente sobre o tema.
Como refere o físico Phil Plait no blog Bad Astronomy em relação às mentiras criacionistas, «Nós temos de continuar a discutir isto, arejá-lo, expôr estas pessoas pelo que são. Como qualquer coisa ruidosa e nojenta que encontrem debaixo de uma pedra, exposição à luz é a melhor cura».
Ou seja, devemos expôr as inanidades e mentiras criacionistas mas, como tão bem explicou o Paulo, é um erro, que apenas serve para «dar publicidade a um movimento social e político que tenta a todo o custo adquirir um estatuto de respeitabilidade científica que não tem», entrar em debates autistas, estéreis e inúteis com pessoas que acreditam ser a Lua feita de queijo!
sexta-feira, 21 de março de 2008
A FÍSICA DOS OVOS DA PÁSCOA

O ovo surgiu antes da galinha. E, segundo uma tradição persa muito antiga, o Universo teria nascido de um ovo primordial. Esta é uma teoria mitológica do “big bang”, mas talvez seja por isso que, no renascer da Primavera (na religião católica associado à Ressurreição), se façam bonitos ovos – os ovos de Páscoa – para oferecer. Estes começaram por ser ovos cozidos aos quais se pintava a casca com motivos alegóricos, mas agora são também e sobretudo deliciosos ovos de chocolate.
Podem fazer-se interessantes experiências de física com ovos crús ou cozidos. Muita gente sabe que a qualidade de um ovo cru se pode verificar colocando-o em água. Se afundar estará bom, ao passo que se flutuar estará provavelmente estragado. Claro que só se devem cozer os ovos bons! Um ovo depois de cozido fica muito parecido com um ovo cru. Como distingui-los?
Pois pode-se distingui-los por meio de experiências simples, sem destruir o ovo cru. Uma delas consiste em pôr os ovos a rodar. O ovo cru tem mais inércia a rodar devido à presença de líquidos no seu interior (o processo de cozedura muda a estrutura das proteínas, dando-lhe uma consistência sólida). Pelo contrário, o ovo cozido começa a girar sem grande dificuldade. Se tentarmos parar o movimento, por exemplo pressionando suave e brevemente o ovo com um dedo, o ovo cru tende a continuar a girar, ao passo que o ovo cozido se imobiliza imediatamente.
Mas há uma experiência ainda mais engraçada para distinguir os dois ovos. Coloque-se um ovo cozido – pode ser um lindo ovo de Páscoa todo pintado – a rodar a partir da sua posição de equilíbrio, isto é, o ovo na horizontal. É preciso impulsionar bem o ovo numa superfície larga. Então o inesperado acontece: a certa altura o ovo eleva-se, passando a girar em torno do seu eixo de simetria, isto é, com o ovo em pé e não o ovo deitado. O mesmo já não acontece com um ovo crú. A nova situação dinâmica é estável num caso e não no outro.
O leitor pode divertir-se a fazer estas experiências agora pela Páscoa!
Interferência arbitrária

No interessante post da Palmira “As Bananas da Discórdia”, ela escreve:
“Ou seja, se eu resolvesse criar uma religião nova, afirmasse regras de bom senso como «revelações» ou quejandos e declarasse um pecado não seguir regras que todos concordariam ser sensatas, isso não tornaria legítimas regras arbitrárias que resolvesse incluir no «pacote».”
Esta posição é sensata e muitas pessoas poderão perguntar-se, como a Palmira, por que razão no meio de preceitos razoáveis as religiões impõem preceitos aparentemente arbitrários e até absurdos. Contudo, há uma explicação para isso e a verdade é que se a Palmira ou qualquer outra pessoa fizesse uma religião e não impusesse preceitos arbitrários, a religião não teria sucesso. Isto pode parecer estranho, mas o princípio que está aqui em causa é o mesmo princípio usado pelos estados totalitaristas, assim como pelas pessoas manipuladoras e chama-se “interferência arbitrária”.
Por um lado, quando uma religião não interfere arbitrariamente na vida das pessoas, as pessoas esquecem-se dela porque a religião não fica presente no dia-a-dia. As religiões são coisas muitíssimo abstractas e sem qualquer interesse prático a menos que interfiram na vida das pessoas. E caso se limitassem a dar conselhos sensatos, não se distinguiriam umas das outras, nem da mera sensatez agnóstica.
Por outro lado, a interferência arbitrária na vida das pessoas torna possível a religião, o estado totalitarista ou aquelas “melgas” que todos conhecemos — pessoas emocionalmente carentes e que manipulam os outros para obter atenção — porque põe um polícia dentro da cabeça das pessoas. Como? Através da culpa. Num estado totalitarista, um estado orwelliano ou kafkiano, há sempre tantas regras, tantas leis, tantas excepções, tantas coisas dessas que nunca ninguém sabe se realmente está inocente. Basta um polícia olhar para nós atentamente e já ficamos com medo — sabe-se lá que lei desconhecida acabámos de violar. Se uma religião impuser práticas na realidade impossíveis de seguir ou porque contrariam profundamente a natureza humana ou apenas porque são arbitrárias e as pessoas esquecem-se, os crentes dessa religião que são suficientemente honestos para se esforçar para seguir os preceitos que os padres lhes indicam, andam sempre a sentir-se em falta — porque nunca conseguem fazer amor como marido como o padre quer, por exemplo.
Este é o mecanismo de controlo psicológico que funciona nas religiões, nos estados totalitaristas e nos “melgas”. É um mecanismo que funciona através da culpa. E sem esse mecanismo não pode haver religiões, estados totalitaristas ou “melgas”.
Imagem: Chris Weston
O renascimento do anti-intelectualismo - I
Começa hoje em Minneapolis, no Minnesota, a American Atheist Conference 2008 em que Richard Dawkins será um dos oradores. PZ Myers, o biólogo que mantém o meu blog de ciência favorito, o Pharyngula, convidou Dawkins para assistirem ontem à noite a uma premiére do zénite da desonestidade intelectual dos criacionistas, o filme Expelled.
Myers, a família, Richard Dawkins e os membros da Dawkins Foundation estavam na fila para o teatro quando Myers foi reconhecido e ... foi expulso, isto é, foi impedido sob ordens explícitas dos produtores de assistir ao filme. A ironia máxima é que embora tenham expulsado PZ Myers, um dos cientistas americanos mais vocais a denunciar as imbecilidades criacionistas, Dawkins assistiu ao filme para o qual foi ludibriado a colaborar (assim como PZ Myers).
Acho divertidissimo que aqueles que investiram milhões de dólares para denunciar a «expulsão» de Deus e de todos os «esforçados» criacionistas das aulas de biologia em escolas públicas se achem no direito a expulsar de um teatro um dos «actores» que enganaram descaradamente para figurar no filme. Mas claro, este tipo de comportamento é completamente coerente com a linha de acção criacionista assim como o que se seguiu: como pensam que todos se comportam como eles, vandalizando e agredindo os que não seguem as suas crenças, devotaram-se a deturpar o que na realidade se passou, presenciado e testemunhado por outra blogger norte-americana, a autora da foto que ilustra o post.
Um jornalista do Orlando Sentinel que viu o filme faz uma análise do mesmo que recomendo vivamente. Alguns excertos do artido explicam porquê:
«He uses "straw man" tactics to attack, mainly The Origin of the Species, as Darwin wrote it in 1859. That's like a music critic reviewing "the latest" by only referring to Edison's wax cylinders. He sets up false theses that "the other side" must hold (classic Limbaugh, putting lies in the other fellow's mouth, then calling him a liar) and knocks those straw men down. Citing scientific research as recent as 1953, he can't understand why no peer-reviewed scientist thinks his "fairytale" version of the emergence of life is worth his or her time. No, not having a definitive answer about the moment life began...YET...is damning enough for Ben.
Most despicably, Stein, a Jew, invokes the Holocaust, making the Hitler-was-a-Darwinist argument, this AFTER he's used the Holocaust denier's favorite trick, probabilities, "math," to show how remote the chances are that life was created by natural, not supernatural processes.(...)
Animation, similar to that used in Columbine, makes its mock points about how science comes to conclusions and how the culture is structured to accept them. Snippets of The Wizard of Oz, Inherit the Wind and other films (if this polished, credited, scored film is indeed "unfinished," it may be from unresolved rights-clearance issues) to make his points funny. Not really. The Stalin and Soviet and Nazi clips are used in a not-quite-subliminal seduction way to demonize the people who might hold a contrary view.
But all the creative editing in the world only appears to let Stein hold his own with noted British scientist and atheist Richard Dawkins, whose words can be twisted to suggest that "aliens" seeded life on Earth, or at least that's more likely than anything in the Bible being literally true about creation. That's still a more rational explanation than any Stein, being a veteran Republican persuader/operator, offers. Does he really believe the blather he tosses out here? Introducing the movie at the church screening I attended, he had to trot out some nonsense about living in Malibu but not among "the stars. The REAL stars are fighting and dying for our freedom in Iraq and Afghanistan."
Ok. Know your audience, if you're a speech-writer (He used to work in the Nixon White House). Pander, baby, pander.»
O «Know your audience» do jornalista é a constatação de um facto: o apelo ao anti-intelectualismo por parte dos criadores de Expelled, patente na descrição do filme por parte dos que tiveram o desprazer de o visualizar, encontra eco em muitos e não apenas nos Estados Unidos.
Este apelo, implícito ou explícito, é cada vez mais recorrente um pouco por todo o mundo, curiosamente misturado com apelos à autoridade quando dá jeito, isto é, para «provar» que determinada opinião é válida, cita-se os especialistas/intelectuais apropriados. Quando os não há, recorre-se à máxima «Também tenho direito à minha opinião» ou acusa-se o interlocutor de elitista, de há uns anos para cá um piores insultos no léxico de vários países.
De facto, elitista ou de elite tornou-se um insulto em tempos recentes, nomeadamente em termos de educação. Vale a pena ler o artigo The Dumbing Of America, de Susan Jacoby, em que a directora do The Center for Inquiry- New York (formado para promover o uso da razão) explica como uma venenosa mistura de antirracionalismo e ignorância ultrapassa as previsões mais apocalípticas sobre o futuro da cultura dos EUA. E explica também como «É quase impossível falar sobre de que forma a ignorância da população contribui para graves problemas nacionais sem ser rotulada de 'elitista', um dos mais poderosos pejorativos».
O ressurgimento dos movimentos criacionistas - com argumentos tão obstinadamente infantis e cretinos que exasperam o mais paciente cientista - não pode ser visto isoladamente mas deve ser entendido num contexto mais alargado, que já abordei no post «Polícia da Palavra» que terminei:
«Cada vez que ligo a televisão, as telenovelas, concursos imbecis e imbecilizantes, big-brothers e quejandos, Maya's e demais vendedores de banha da cobra, fazem-me pensar na sociedade retratada em Fahrenheit 451. A diferença essencial é que não é necessário queimar livros, estes colectam pó nas prateleiras das livrarias, com excepções que são muitas vezes instrumentos que cumprem a mesma função dos «bombeiros» do mundo de Bradbury: a construção de um mundo «ideal» onde ser acéfalo e ignorante constitui a mais prezada virtude...»
No livro Susan Jacoby argumenta que:
«Ao longo da nossa cultura, o desdém pela lógica e pela evidência foi alimentado pelos infotainment media da televisão à Web; fundamentalismo religioso anti-racional e agressivo; educação pública de baixa qualidade; a politização dos próprios intelectuais; e - acima de tudo - um público preguiçoso e crédulo cada vez desinteressado ou incapaz de distinguir entre facto e opinião.
Finalmente, a autora argumenta que o governo anti-racional não é o produto de uma conspiração maquievélica de 'Washington' mas é o resultado inevitável de 'uma crise profunda de memória e conhecimento' que deixou muitos cidadãos comuns e os seus representantes eleitos sem as ferramentas intelectuais necessárias para boas e sólidas decisões públicas. A questão que se deve pôr não éporque razão os políticos mentem ao público mas porque razão o público é tão receptivo e passivo quando ouve as mentiras».
Uns meses depois do «Polícia da Palavra», a expulsão de PZ Myers do cinema fez-me pensar que este é um tema que importa retomar. Porque o que Susan Jacoby escreveu no seu último livro não se restringe aos Estados Unidos...
Galileu ganha uma estátua no Vaticano

Relembro que o anterior papa, João Paulo II, tinha mandado reexaminar o processo de Galileu e, perante as conclusões do relatório, reconheceu que a sua condenação foi um erro judicial. Mas agora trata-se de ir mais longe e de lhe erguer um monumento perto do sítio onde foi julgado. Mais pormenores podem ser vistos aqui na notícia dada há já alguns dias pelo "Times". Um amigo meu comentou que o próximo passo será a canonização...
Re-inventar a roda

O novo Ministro da Cultura, que não tenho prazer de conhecer, afirmou há dois dias no Parlamento, perante os deputados, que uma das formas de conseguir gerir os museus nacionais - 28 dependentes do IMC - e ultrapassar uma crónica e não menos inacreditável situação de falta de vigilantes, seria a de usar voluntários reformados para substituir vigilantes. Acrescentou mesmo que já foi guiado nessas circunstâncias no estrangeiro. É de gabar a perspicácia do Ministro que soube indagar junto dos vigilantes se seriam reformados. Eu, quando visito museus nunca me lembro de uma tal questão. Mas, por outro lado, sei que os museus custam dinheiro a manter e não é possível reduzir o pessoal para lá de certos limites, sob pena de colocar em causa a sua missão e o nível que se lhes exige.
A imagem dos museus nacionais está bastante depauperada, entre outras coisas, por não se assegurarem o que chamarei de serviços mínimos. Li com espanto a afirmação há umas semanas de que o problema dos vigilantes nos museus dependentes da administração central estava resolvido até ... Maio. Sim Maio de 2008, não de 2010! Isto é ridículo! É ridículo que o Museu Nacional de Arte Antiga feche as suas portas à hora do almoço por falta de vigilantes, como sucedeu não há muito tempo e poderá voltar a suceder em ... Junho.
Além de vigilantes, para poderem ser atractivos e conseguirem lutar por públicos, os museus necessitam entre outros de serviços educativos e de gabinetes de comunicação. A dimensão de pessoal é algo de que não se quer falar quando se fala de Museus. Porque isso significa gastar dinheiro. O Science Museum de Londres é um grande museu, com muitas atracções e uma área de exposição permanente bastante grande. O espaço, as colecções, as actividades que sempre decorrem ali, requerem pessoas. Quinhentas pessoas na verdade.
Mas, entre nós responde-se ao problema de falta de pessoas - mesmo as menos qualificadas e, por isso, menos custosas - propondo-se a utilização de voluntariado!
Poderá um museu ser rentável? A resposta curta é: não. São muito raras as situações em que as receitas suplantam as despesas. Mas, estamos a falar de receitas directas. Um museu pode constituir um pólo de desenvolvimento muito importante numa região e num país. A abertura do Guggenheim em Bilbau fez elevar o PIB da região em 1% no primeiro ano! Isso significa ter uma visão diferente da promoção da cultura. E em certos casos há que assumir que se trata da prestação de um serviço cultural que tem mesmo que ser prestado.
O nosso novo Ministro da Cultura propõe a inclusão de voluntários para substituir os vigilantes. No estado em que os museus nacionais se encontram, esta proposta é ridícula e ofensiva para a nossa inteligência. É verdade que Portugal é dos países desenvolvidos um dos que menos uso faz do voluntariado. E há um importante caminho a fazer aí. Mas, não se assegura o essencial de uma instituição museológica com a colaboração de voluntários. Quando falta dinheiro para vigilantes significa que já não há verbas para programação, para investigação e formação, para produção de produtos vendáveis.
Admitamos que a notícia do jornal (DN) distorceu as palavras do Sr. Ministro que não colocou ênfase nesta 'solução' e que a terá apenas apontado como uma pequena ajuda para o problema. Fica o benefício da dúvida. Aguardamos, contudo, com expectativa para saber como é que o MC pensa revitalizar os museus sob sua responsabilidade gastando menos.
quinta-feira, 20 de março de 2008
Agressão nas escolas portuguesas
Todos os dias há uma agressão a um professor nas escolas portuguesas, em média. Este é apenas um desses casos. Notícia do Público, aqui.
A alvorada do Homem
Arthur C. Clarke, o genial escritor de ficção científica de quem já falámos diversas vezes no De Rerum Natura, faleceu terça-feira em Colombo, no Sri Lanka.
Quando se fala de Arthur C. Clarke é incontornável falar da obra com que marcou o nosso imaginário. Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke conheceram-se em 22 de Abril de 1964, no restaurante Trader's Vic, do Plaza de New York. Como relata o próprio Clarke no livro «Mundos Perdidos de 2001», o director propôs uma parceria a Clarke para um projecto ousado e inédito na história do cinema. Kubrick queria a colaboração de Clarke para O filme de ficção científica que reescreveria a história do género. Um filme que tratasse da relação do Homem com o Universo e que, nas palavras de Kubrick, fosse:
«uma experiência visual, que se desviasse do campo das palavras e penetrasse directamente no subconsciente com um teor emocional e filosófico... uma experiência subjectiva intensa, que atinja o espectador num nível profundo de consciência, exactamente como a música faz... Um filme que deixe o espectador livre para especular como quiser sobre o sentido filosófico e alegórico do filme»
«2001: A Odisseia no Espaço» foi tudo o que os seus autores desejaram e talvez tenha ultrapassado as suas expectativas: sem sombra de dúvidas um dos melhores filmes de ficção científica de sempre, é igualmente um filme que despertou em muitos nós um fascínio inegável pela história evolucionária do Homem. A cena de abertura do filme, magistralmente acompanhada pelo poema sinfónico de Richard Strauss, «Also Sprach Zarathustra» (Assim falou Zaratustra) baseado no livro homónimo de Friedrich Nietzsche, atingiu certamente o nível profundo de consciência de muitos e estou certa que mesmo 40 anos depois da estreia a sua visualização continua uma experiência marcante.
quarta-feira, 19 de março de 2008
Carta de Einstein para Amzalak

Porque pode ser interessante sobre este tema, transcrevo aqui carta de Albert Einstein para Moses Amzalak, datada de 1927 em que lhe recomendava um rabino que estava a angariar fundos para a causa judaica (o Keren Hayesod, literalmente, "Fundo da Fundação", é uma organização estabelecida em 1920 em Londres na Conferência Sionista Mundial e que ainda hoje existe).
Albert Einstein
Haberlanstr.5
Berlin 30
3 Abril 1927
Sr. Moses B. Amzalak, Lisboa
Caro Senhor Presidente
Permito-me a liberdade de lhe recomendar o senhor delegado da sede do Keren Hayessod, o Dr. Ariel Bension, pedindo-lhe que o apoie nas suas funções.
Ficaria muito feliz se também eu pudesse contribuir desta maneira para os trabalhos de construção na Palestina.
Estou convicto de que conseguirá promover da melhor maneira na sua comunidade a grande obra judaica na Palestina.
Com a minha mais alta estima
A. Einstein
O papel dos filósofos
O livro é muito desigual, mas impressionou-me sobretudo o texto de Harry Frankfurt, professor na Universidade de Princeton, sobre o papel e o futuro da filosofia (ele tem em português um livrinho sobre a "treta", tradução do original "bullshit": "Da Treta", Livros da Areia, 2006). Começa assim o seu ensaio intitulado "Sobre a filosofia":
"O papel dos filósofos consiste em procurar a clareza e a verdade. Não creio que os filósofos devam procurar um papel social ou político ou pensar neles próprios como intelectuais públicos ou sequer que tenham a responsabilidade de o ser. A sua responsabilidade principal é em relação à clareza e à verdade e à comprensão. Julgo que é muito importante ter isso sempre em mente, pois, de outro modo, todo o seu trabalho fica corrompido e infundido de objectivos e ideias que são contrárias ao seu objectivo natural.
Não penso que a filosofia alguma vez tenha tido uma grande audiência, pelo menos uma audiência que estivesse verdadeiramente comprometida a segui-la de uma maneira rigorosa. Os filósofos sempre tiveram um trabalho solitário, sem muito apoio ou participação do público. Não penso que os filósofos devam pensar que são responsáveis por promover ou fazer avançar o progresso social ou ideias morais. Isso tende a levar a conversa de "treta" em vez da aderência estrita aos requisitos da clareza, dos argumentos rigorosos, etc.
Muita gente tem a ambição de ajudar a tornar o mundo melhor (há mesmo muita gente devotada a isso), mas há muito poucos, como os filósofos, que têm um compromisso específico para com esses ideais mais austeros. É essencial que esse compromisso seja respeitado e mantido, em vez de ser abandonado ou diluído noutros compromissos em relação a outras ideias ainda que estas sejam também válidas e importantes, mas às quais outras pessoas se podem dedicar.
Há aqui uma separação bem adequada entre vários tipos de empreendimentos e uma das coisas que julgo tem sido infeliz nos mais recentes desenvolvimentos no mundo académico é que muitas universidades parecem pensar que têm a missão de melhorar a sociedade e melhorar o carácter moral dos seus estudantes - que têm de os ensinar a ser tolerantes e têm de lhes ensinar o valor da diversidade, e outras coisas boas. Estas são, de facto, coisas boas, mas a universidade tem uma missão diferente. Há muitas instituições na sociedade que têm por finalidade a melhoria das condições sociais. Mas não há nenhuma outra instituição além das instituições educativas, em particular as universidades, que tenham a missão de promover o respeito e a preocupação com a verdade e com a clareza e com a compreensão. Os filósofos deviam ater-se a isso."
Não comento (não sou filósofo como o Desidério!), mas os comentários são bemvindos...
Ensino da Matemática nos EUA

O ensino da Matemática está na ordem do dia nos Estados Unidos. Veja-se a discussão sobre o relatório nacional:
It's 3 AM and the White House Wants to Change Your Math Curriculum!
It's 3 AM and the White House Wants to Change Your Math Curriculum!
• Roger Schank, Ph.D. challenges many of the assumptions underlying the report.
• David Thornburg, Ph.D. takes issue with the panel chair's comments about constructivism.
• Marvin Minsky, Ph.D. (via an external blog) explores why math is hard to learn.
• Gary Stager, Ph.D. discusses the likely harm caused by the report's inauthentic recommendations.
• Math teacher, Michael Paul Goldenberg, wonders if anything is new.
Insucesso a Matemática? Não, obrigado.

“Será que as elevadas taxas de insucesso em Matemática são uma fatalidade?”
Conferência e debate com o Prof. Hung-Hsi Wu, Berkeley, membro do National Math Advisory Panel, que acabou de difundir o debatido relatório sobre a experiência americana.
Com a participação de Cândida Palma, Professora do Ensino Secundário, e de Nuno Crato, Professor do ISEG.
A experiência dos Estados Unidos na democratização do ensino superior tem um século. Na Europa, pretende-se também generalizar o accesso às universidades, tendo alguns países obtido sucesso nesse esforço e outros não. Com o processo de Bolonha e a uniformização do 1º ciclo universitário, criam-se novas condições de acesso à universidade. No entanto, a formação pré-universitária de muitos estudantes tem deficiências graves e as universidades não têm sabido enfrentar esse problema. As taxas de insucesso nas cadeiras iniciais de matemática são dramáticas. Que podem as universidades fazer para reduzir as taxas de insucesso sem esquecer a formação necessariamente exigente nessa importante disciplina?
Talk by Hung-Hsi Wu, University of California at Berkeley, followed by debate:
“The decline of school mathematics education in the U.S.”
Abstract: The percentage of U.S. college freshmen who need remediation in mathematics has become alarmingly high in recent years. The causes of the decline in school mathematics education are complex; societal changes, the deterioration of the teaching work force, and the loosening of the family structure all seem to be contributing factors. There is no solution in sight, but it can be persuasively argued that one should start with improving teacher quality.
Dia: 25 de Março, às 11:30hs
Local: Auditório 3 (Ed. Quelhas)
Gabinete de Comunicação e Imagem
ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão
Rua do Quelhas, n.º 6, 1200-781 Lisboa
Telf. (351) 213 925 834/213 925 813/ 213 922 727
Fax. (351) 213 922 725
Email: gci@iseg.utl.pt
terça-feira, 18 de março de 2008
Ciência na Aula da Esfera

http://www.bn.pt/
http://www.bn.pt/programa-jornadas-aula-da-esfera.html
- No final destas Jornadas, Henrique Leitão lançará o seu livro sobre a Ciência na Aula
da Esfera (às 18.30 de dia 4 de Abril, na BNP).
Mais informação sobre o livro em:
http://chcul.fc.ul.pt/livros/aula_da_esfera-2008.htm
- Vale a pena ver slide-show que o Público fez sobre a exposição de manuscritos da Aula da Esfera, na BNP:
Utopias na casa de Fronteira
Informação sobre a próxima actividade cultural organizada pela Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, recebida dessa Fundação:
GRUPO DE LEITURA "UTOPIAS"
26 de Março, 9 e 23 de Abril, 14 de Maio e 18 de Junho de 2008
(às quartas-feiras, 21h30)
Informações - 217784599
(inscrições limitadas)
O que é um Grupo de Leitura? É, muito simplesmente, um grupo de pessoas que se encontram regularmente para conversar sobre um livro que previamente leram. É ainda a prova viva de que toda a verdadeira obra de arte permite múltiplas leituras.
O que é uma Utopia? Literalmente, é a descrição de uma sociedade que não existe em lugar nenhum (do grego ou, adv. de negação, e topos, lugar); a palavra foi cunhada por Thomas More para a obra Utopia, mas o conceito existe, pelo menos, desde que Platão escreveu a República. De uma forma geral, a palavra Utopia é usada no sentido de uma sociedade ideal imaginária ou de um conceito de sociedade impossível de pôr em prática. Para a descrição de uma sociedade que aparenta ser ideal, mas não o é na verdade, usa-se, com frequência, a palavra Distopia mas, de facto, uma Distopia é também uma Utopia no sentido etimológico, que definimos acima. Assim, neste Grupo de Leitura analisaremos tanto Utopias, no sentido corrente da palavra, como Distopias.
PROPOSTA DE LEITURAS
26.03.2008 – “Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley
por JOSÉ PACHECO PEREIRA.
09.04.2008 – obra e orientador a indicar.
23.04.2008 – obra e orientador a indicar.
14.05.2008 - obra a indicar.
por MANUEL VILAVERDE CABRAL.
18.06.2008 - "Utopia" de Thomas More.
por JOÃO PINA CABRAL.
Iceberg, neve e muitos pinguins

Informação recebida da Fundação Gulbenkian:
O Serviço de Ciência da Fundação Calouste Gulbenkian, em colaboração com a Ciência Viva, realiza no Auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian (Av. de Berna, 45 A) um ciclo de conferências com o título Na Fronteira da Ciência, no qual participam reconhecidos investigadores/cientistas.
A próxima conferência – ICEBERGS, NEVE E MUITOS PINGUINS: AS RAZÕES DO ANO POLAR INTERNACIONAL – terá lugar no dia 26 de MARÇO, às 18h00, e será proferida pelo Prof. JOSÉ XAVIER, do Centro de Ciências do Mar, Universidade do Algarve. Teríamos muito gosto em que estivesse presente nesta iniciativa.
Poderá também consultar o site: www.gulbenkian.pt/fronteiradaciencia para mais informações e assistir à conferência, em directo, através do site: http://live.fccn.pt/fcg/ (e no fim da conferência enviar-nos por email as suas perguntas fronteiradaciencia@gulbenkin.pt ).
Rita Rebelo de Andrade
Serviço de Ciência
E. – fronteiradaciencia@gulbenkian.pt
T. (00351) 21782 3525
F. (00351) 21782 3019
Resumo:
José Xavier é doutorado pela Universidade de Cambridge, Inglaterra, e é actualmente investigador pós-doutoral do Centro de Ciências do Mar (laboratório associado da Universidade do Algarve) e da British Antarctic Survey (Reino Unido). Faz investigação na Antárctica desde 1997. Biólogo marinho com numerosas publicações na ecologia, conservação e gestão de recursos marinhos no Oceano Antárctico, Oceano Atlântico, Reino Unido e Portugal. Tem uma extensa experiência em estudos interdisciplinares e em colaborações internacionais, sendo membro do Comité Português para o Ano Polar Internacional, coordenador nacional de três projectos chave do Ano Polar Internacional.
A recepção de Newton e Euler em França

Informação recebida o Centro de História das Ciências da Universidade de Lisboa:
CONFERÊNCIA
The reception of the work of Isaac Newton and Leonhard Euler among the French, 1780-1830
Ivor Grattan-Guinness
(Middlesex University, London)
Abstract:
During the period treated here France was by far the dominant country for mathematics, starting with senior figures such as C. Bossut (1730-1814), G. Monge (1746-1818), P.S. Laplace (1749-1827) L. Carnot (1753-1823) and A.M. Legendre (1752-1833), and the Italian J.L. Lagrange (1736-1813) from 1787. In this lecture I shall review the presence of Newton's and Euler's theories in the calculus and mathematical physics in the progress of French work. Newton was there to a greater extent than might be imagined, including his optics as well as his mechanics. Euler faced greater opposition than might be imagined, with influential and competing views about both the calculus and mechanics coming from Lagrange. The were also new standpoints, especially with Fourier, Cauchy and Fresnel, that did not owe very much to any of the three giants.
Quarta-feira, 19 de Março de 2008, 16h
Anfiteatro do Complexo Interdisciplinar
Universidade de Lisboa
Av. Prof. Gama Pinto 2,
1649-003 LISBOA Tel. 217 904 700
EM QUE ACREDITA O SENHOR MINISTRO DA EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E INOVAÇÃO E A SUA EQUIPA?
No passado Ano Darwin, numa conferência que fez no Museu da Ciência, em Coimbra, o Professor Alexandre Quintanilha, começou por declarar o s...
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