segunda-feira, 7 de agosto de 2023

SOBRE A MINHA POUCA IMPORTÂNCIA

O que é ser e o que é não ser?
Haverá, então, alguma diferença?
Meu ser fez a galáxia estremecer?
Pra luzir, ela pede-me licença?

Que peso tem, na galáxia, meu ser?
Que peso tem minha insignificância?
Fez alguma diferença o meu nascer?
Trouxe significado e importância

eu ter nascido e ter tido infância?
O mundo, sem mim, seria pior?
Trouxe comigo alguma concordância?

Ou tornou-se o mundo melhor?
Eu, quanto mais penso, menos existo 
e, não existindo, fico-me nisto. 

Eugénio Lisboa

13 comentários:

Anónimo disse...

... ficar neste estado de resignação e de derrota é o que faz o capitalismo ao ser humano.
Às tantas não vêem os seus males, passam a desculpa-los como uma inevitabilidade, atribuem tudo as comunismo... aí se as duas bombas fossem comunistas, então é que cegavam por completo.

Eugénio Lisboa disse...

Que maneira tão bizarra de ler um poema! É assustador ver que este tipo de insensibilidade ainda persiste! Reduzir tudo a uma ideologia de algibeira é o refúgio dos que nunca aprenderam a ler. Os deuses todos do Olimpo os protejam!
E.

Anónimo disse...

... o que é que vossa excelência tem que ver com a interpretação que cada um faz acerca de um poema... absolutamente nada! Como convirá.
O que é surpreendente neste mundo é alguém aceitar as bombinhas porque fizeram que a guerra acaba-se e morressem menos, ideia louca que é passada.
Eu, quanto mais penso, mais existo, e existindo, não posso aceitar isto.

Eugénio Lisboa disse...

O que o sr. diz não tem rigorosamente nada que ver com o meu poema. O sr. não está minimamente interessado em poesia, porque só está interessado em ideologia (barata).. Se fosse capaz de ser como Marx, que sabia apreciar boa poesia, mesmo que ideologicamente nos seus antípodas, ou mesmo como Lenine, que não se importava de admirar o místico aristocrata Tolstoi, nem de preferir o burguês decadente, chamado Pushkine, ao revolucionário chamado Maiakovsky, teria outras janelas abertas para a arte e literatura. Mas, como todos os da sua esquerda, nunca leu Marx (cujo busto não consegue encontrar-se em nenhuma loja de Moscovo), e limitou-se a ler os seus , "intérpretes", como o sinistro Jdanov, que invocava o seu nome em vão, apenas para constantemente o trair. Marx e Lenine eram homens cultos e sinceros admiradores da grande literatura, sem preocupações de ideologia. Os controleiros baratos, ao serviço de Estaline, faziam o que Marx sempre desaconselhou: ditar aos escritores, aos compositores e aos pintores, que tipo de arte é que "convinha" fazer. Ameaçando, de caminho, quem se desviasse da receita "válida".
Meu caro sr., continue pois a descobrir capitalistas escondidos nos meus poemas, ou debaixo da cama ou na retrete. Mas eu gostaria de ter Marx como leitor dos meus poemas. Do que não gosto mesmo nada é de o ter a si, porque não percebe patavina, nem de poesia nem de marxismo. E, já agora, em democracia, é acintoso, feio e cobarde, escrever sob anonimato. Qualquer sua farronca não tem fundações decentes, se persistir nesse formato indecente..

Anónimo disse...

Tolstoi era Mujique. Não era aristocrata senhor EL.

Eugénio Lisboa disse...

Tolstoi era conde sr. Anónimo.

Eugénio Lisboa disse...

E era proprietário e teve servos e sobre uma ou outra serva exerceu o seu "droit de seigneur". Não seja ingénuo Sr. Anónimo: os seres humanos, mesmo os maiores, são contraditórios. O mundo não é a preto e branco e os amanhãs que cantam são histórias da carochinha. O Jesus Cristo que deu uma corrida furiosa aos comerciantes no Templo é muito diferente do Cristo do Sermão da Montanha. A grande literatura, como a de Tolstoi, dá conta destas coisas. A literatura por receita ideológica dura o que duram as rosas de Malherbe.

Anónimo disse...

Há uma gravidade nas palavras do sr. E.L. precisamente porque revelam ignorância extrema não só por Tolstói, mas também pelos outros. Frequentemente os maiores elogios a Marx veem de indivíduos cujo interesse é a deturpação da obra.
Essas e outras vestes são bem conhecidas, e servem apenas para os incautos.
O sr. E.L. deverá compreender que essa esperteza saloia já não funciona.
Ó talvez ainda funcione, veja o sr. MACRON, que até há bem pouco se apresentou como um defensor da PAZ, e agora está pronto para angariar esforços para invadir o Nínger, só porque os interesses da França estão em perigo.
O sr. E.L. é tão capaz de deturpar e democrata quanto o é sr. Macron.
Mas isso a comunicação social não fala, nem o sr. E.L. que prefere fantasiar num só sentido, o da inverdade.

Anónimo disse...

*Níger

Anónimo disse...

"os amanhãs que cantam são histórias da carochinha" ... está muito enganado, assim pensa o MACRON, mas o Níger conseguirá.

Anónimo disse...

ÁFRICA conseguirá.

Eugénio Lisboa disse...

É espantoso como um poema que glosa a insignificância do nosso planeta, em termos galácticos, desague em comentários sobre Niger, Macron, Tolstoi etc. Isto serve bem para demonstrar a profunda estupidez de uma crítica que , de literária, não tem nem o cheiro, e de política, só tem o saber ser absurdamente enviesada.
Quanto a eu nada saber de Tolstoi, nem faço comentários a quem afirma que aquele conhecido aristocrata, que tem uma fileira de condes, na sua ascendência, foi mujique! Que diabo, há tantas boas e exaustivas biografias de Tolstoi, que se fica sonhador, diante de tanta ignorância. E, quanto á posição de Marx e Engels, em relação à arte e à arte comprometida, aconselho o Anónimo a informar-se melhor, para não andar a vender as tretas congeminadas por um Jdanov, que, de arte e literatura, não percebia patavina e nem sequer as estimava. Uma coisa é Marx, outra muito diferente é o catecismo pseudo- marxista dos que só gostam do poder absoluto que não sabem conviver com a crítica adversária. E que recorrem ao assassinato, como forma extrema de argumento..
Se quiser analisar o meu poema, com um mínimo de decência crítica, pelo que nele está, e não com uma obsessão ideológica, ainda por cima obtida em segunda mão, estou à sua disposição. Mas para andarmos a confundir galáxias com com Macrons, NÃO O mais curioso disto tudo é isto: o Anónimo nem repara que, ao ficar tão indignado com o facto de eu vir dizer que a Terra não é o centro do mundo e não passa de um grão de poeira insignificante, em termos galácticos, ao ficar tão indignado com isto, está a pôr-se ao lado daquela Igreja Católica que condenou Galileu, por este negar que a Terra fosse o centro do mundo! Se são esses os seus aliados naturais, isso só confirma que certas ideologias assanhadas se parecem muito com religiões, para as quais a fé vale mais do que a razão.

Anónimo disse...

O soneto que o sr. E.L. escreveu é um apelo à resignação.
É a aceitação de que aquilo que o mundo for amanhã não está nas nossas mãos.
Esse alheamento dos povos de exercer o direito de decidir o seu destino, é uma premissa que não é aceite pelo capitalismo, nem pelo sr. E.L. (faz o que pode com sonetos) nem pelo sr. Macron, este que está em prontidão para usar a guerra e colocar no lugar aqueles que podem intentar contra os seus interesses.

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