quinta-feira, 17 de março de 2022

O USO DAS PALAVRAS

Dedico este poema ao futuro carrasco de Putine.

Canta a guerra quem não vai à guerra
e vai à guerra só quem a não canta:
quem é pela guerra a verdade enterra
e a mentira, em solo fértil, planta.

Com a mentira, os que não morrem
matam os que morrem antes de terem vivido.
Com palavras, eles arrebatam
quem nelas não vê o vero sentido.

Com palavras, se mata e se morre,
que as palavras são balas também:
das palavras, há sangue que escorre,

visto que balas não poupam ninguém.
Com as palavras, tudo se obtém,
dão-nos o sublime e o horror também!

Eugénio Lisboa

1 comentário:

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