sexta-feira, 5 de março de 2021

AS DUAS CARAS DO RACISMO

O mundo começa a ser perigoso quando se divide em blocos em confronto sejam eles da natureza que forem.

Haja em vista os dois mundos polarizados em sentidos políticos opostos pelos Estados Unidos e pela ex-União Soviética  que, inclusivamente, separou a Europa com o Muro de Berlim tendo havido o perigo iminente de uma guerra nuclear que faria retroceder  a humanidade à sua pré-história.

De igual modo, a intransigência do racismo negro, sob o “manto diáfano” de dizer à boca cheia estar a combater o racismo branco, não preconiza nada de bom para uma humanidade de concórdia e amor defendida por Jesus Cristo que foi sacrificado na cruz em defesa do seu ideal de cristandade.

Só homens com o senso político e a elevação humanitária de Nelson Mandela, que evitou um banho de sangue aquando da independência  da África do Sul e, por outro lado,  de um Morgan Freeman que teve o bom senso de perspectivar o racismo  em termos de Consciência Humana e não da cor da pele. Passo a citá-lo: “No dia em que paramos de nos preocupar com Negros, Amarelos e Brancos e nos preocuparmos com a Consciência Humana o racismo desaparece”.

Em Portugal o racismo é atiçado quando é dada voz e imagem televisiva a Mamadou Ba  declarando ele que o podem impedir de dizer o que diz, mas o não podem interditar de falar,  em nome de uma liberdade que tem limites ultrapassados quando chama bófia à polícia portuguesa, chegando, até, ao desplante de dizer que se deviam dissolver as forças de segurança: Polícia e GNR.

Em tirada de um patriotismo de conveniência, subalterniza a sua pátria de origem – o Senegal  dizendo “ser tão português como nós”. Ou seja como nós portugueses de gema, que fomos gerados nesta ocidental praia lusitana, que nela crescemos e nela nos fizemos gente adulta e com responsabilidades que deu novos mundos ao Mundo tendo sido prendados com o poema épico lírico pessoano: "Mensagem"!

“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu”.

Mamadou, na TVI, mostrou a outra sua cara de grão de bico passando da agressividade de lobo mau ao dócil papel de cordeirinho. Aliás, nada de espantar se tivermos em conta a sua meteórica passagem de servente de obras a dirigente da organização estatal “SOS- Racismo”, onde debita o que bem quer e lhe dá na real gana com o dinheiro pago com os impostos do povo que insulta quando lhe convém ou lhe passa as mãos pelo lombo quando o verbo não lhe corre de feição. 

Mas o que está verdadeiramente em jogo não é o que convém ou não a Mamadou Ba, mas a dignidade de um país que não pode, e muito menos deve, ser espezinhado seja qual for a razão. E muito menos a interesses cuja intenção pode ser bem pior do que aquela que imaginamos. Afirmou ele, sempre ele, Mamadou Ba, “é preciso matar o homem branco, assassino, colonial e racista”.

Por não citar a fonte em que bebeu o elixir do ódio, residia a dúvida se era ele a falar em boca própria ou a ser ventríloquo do filósofo francês Fantz Fanon a quem pertence a paternidade da frase. Esta uma questão, entre muitas outras, mas não de somenos importância, por ele enfeitiçado pelo poder querer colher frutos da árvore do colonialismo, por ele, tão vilipendiado, num mundo em que a palavra feitiço deixou de ter lugar por ter sido ultrapassada pela verificação dos factos vistos à luz da Razão. Mas não na sua perspectiva sobre a verdade dos factos quando ele, armado em árbitro de um debate televisivo com mais personagens, meneava a cabeça em reprovação com o que argumentava Helena Matos, cronista do “Público”.

Mas não se pode nem deve apagar com a borracha do esquecimento o que é indelével na alma de um “nobre povo, nação valente e imortal”, tido como obsoleto patriotismo que embora rime com arrivismo nada tem a ver com ele, porque, como li em tempos, “para o esquerdista – agitador profissional  o conceito de “revolução socialista, é fruto de seus ressentimentos, vitimismo, revanchismo e arrivismo e ambições pessoais”. E se for bem remunerado pela fazenda pública por esse facto, desaparece qualquer boa intenção que, porventura, possa ter estado   por detrás da sua origem!

A pátria do arrivista são os seus interesses pessoais incontroláveis sob o pretexto humanitário de defesa de povos martirizados pelo azorrague do homem branco desencantado do baú de uma memória que parou no tempo de séculos passados ressuscitados em nossa época num revanchismo serôdio em achas de ódio!  Que serve de trampolim para uma subida meteórica na vida com proventos materiais condizentes. Ou seja, trata-se, indubitavelmente, de ouro sobre azul!

4 comentários:

Carlos Ricardo Soares disse...

Se fosse de caras que o racismo é de duas caras, não seria relevante ao ponto de atrair as atenções dos meios de comunicação e de suscitar debates e dar origem a processos judiciais.
O racismo e os racistas deixa de ser um problema deles a partir do momento em que o colocam na esfera dos outros.
Os racistas devem ser impedidos de se manifestar e de agir como se tivessem o direito a fazê-lo.
Mas não devem ser impedidos de dar a cara, de se responsabilizarem, de explicarem, de perceberem e fazerem perceber o que querem, quais são as suas dores, de que se queixam, em que é que gostavam de ser compreendidos, em suma, qual é o seu problema.
Se não souberem ou não tiverem consciência de qual é o (seu) problema e o que é que a sociedade pode fazer por eles, o caso muda de figura.
Se o problema deles fosse de ordem ideológica, filosófica, científica, então, não tinham por que ser um problema social, político e jurídico. Era tudo uma questão de conhecimento, de verdeiro ou falso.
Se o problema deles for de ordem tribal, racial, religiosa, partidária, clubística, sentimental, traumática...não se pode impedi-los de sentirem o que sentem, como ninguém pode ser impedido de amar ou odiar, ou de passar o resto da vida a chorar pelos infortúnios, mas não têm o direito de importunar os outros com isso e, muito menos, de tirar desforra de quem não tem responsabilidade, ou culpa dos seus traumas, complexos e perturbações mentais.

Luís Fernandes disse...

«««Mas o que está verdadeiramente em jogo não é o que convém ou não a Mamadou Ba , mas a dignidade de um país que não pode, e muito menos deve, ser espezinhado seja qual for a razão. E muito menos a interesses cuja intenção pode ser bem pior do que aquela que imaginamos»»».

Se não fosse por mais (e há muito mais), só isto merece o meu reconhecimento.

Muito obrigado, sr. Carlos Fiolhais, por este Postal.

Rui Baptista disse...

Este o cerne da questão que levantou. Não se pode, e muito anos se deve, que à custa do combate ao racismo se tudo se faça para o acicatar com interesses de dele tirar dividendos chorudos de natureza material.

Rui Baptista disse...

Lê-se e é difícil de suportar. Mamadou Ba foi convidado pelo governo para a missão oficial de combate ao racismo para que foram disponibilizados 15 milhões de euros por António Costa, conquanto haja portugueses a passar fome e a dormirem na rua e em que as verbas para o Sistema Nacional de Saúde não chegam para as encomendas mesmo antes da pandemia. Daqui, se pode tirar a ilacção de que o PS é masoquista, porque quem mais ofende o seu povo é mais acarinhado e mais prebendas colhe da governação. Dá para meditar!

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