Em 2007, na Cimeira de Santiago de Chile, fez historia a admoestação do rei Juan Carlos de Espanha dirigida então ao presidente da Venezuela Hugo Chavez: “Por que no te calhas”?
O jeito bem latino dos nossos políticos servirem-se da verborreia para dizerem em centenas de frases o que os anglo-saxónicos
sintetizam em poucas palavras, mereceu, no jornal “Público”, anos atrás, a António Guterres o “nikname”de “picareta falante”, pela pena impiedosa e cáustica de Vasco Pulido Valente.
Aliás, a nossa Assembleia da República, com raras
excepções, é o lugar de eleição para os jovens ambiciosos do
Partido Socialista se iniciarem, fazerem carreira e eternizarem-se no segredo
de muito dizer para nada dizer. Em adaptação de um naco de prosa acaciana, eles
“hesitam,
tataranham, amontoam, embaralham, e fazem um pastel confuso que nem o Diabo lhe
pega, ele que pega em tudo”!
Não temos em nosso tempo homens de barba rija que ponham cobro às juventudes partidárias que
procuram oportunidades numa forma de
profissão de quem se preocupa nada com o país e bastante com as benesses que
a vida interesseira da política obriga a
mudar de políticos como quem muda de fraldas a putos mijões de que é exemplo paradigmático o facto de
três anos de governação do actual do Partido Socialista terem existido, cito de memória, 54 secretários de Estado que, aposto dobrado
contra singelo, não irão cair nas garras do desemprego.
O mundo e, como tal, Portugal atravessa uma cise pandémica comparável, ainda que em menor escala, segundo espero e faço votos, que a Gripe Espanhola que dizimou grande parte da sua população na I Grande Guerra Mundial. Sem ainda termos a noção do que pode vir a acontecer em tempos do coronavirús temos a “sorte” de termos um primeiro ministro, finalmente, liberto da responsabilidade de fazer parte da lista de apoio de Vieira às próximas eleições do Benfica.
Desta forma, tendo paz de espírito, para debitar do alto da sua cátedra politica que “o país não pode voltara a confinar”. E logo acrescentar, a título de previsão: “A manter-se esta tendência (refere-se ele, porventura, à manutenção nos respectivos lugares da actual ministra da Saúde, figurinha frágil de porcelana de Sèvres, e da directora-geral da Saúde, avozinha das estórias para embalar criancinhas com medo do papão coronavírus) chegaremos aos 1.000 casos por dia, 60 óbitos e 780 infectados em 24 horas”.
Nenhuma destas personagens, e nem sequer o Governo em peso tiveram a coragem de impedir a recente Festa do Avante sob a desculpa que iam ser tomadas medidas, ainda que pouco convincentes, para impedir o perigo de contágio sem cuidarem saber que a preparação destes três dias de festividade seriam precedidos de um tempo bem maior em que os operários/comunistas não podiam executar as grandes obras necessárias a um evento desta grandiosidade com preocupações de natureza de saúde publica.
Peço desculpa ao leitor em voltar a Eça, meu escritor de mesinha de cabeceira de noites insones, indagando a seu exemplo: “No meio de tudo isto que fazer? Portugal tem atravessado crises igualmente más, mas nelas nunca nos faltaram nem homens de valor e caracter, nem dinheiro ou crédito. Hoje crédito não temos, dinheiro também não – pelo menos o Estado não tem - e os homens não os há, ou os raros que há são postos na sombra pela Política. De sorte que esta crise me parece a pior – e sem cura”.
Ora, Costa não parece ter arcaboiço para ser a solução para a um problema, em certa medida, criado por ele próprio chorando, agora, sobre o leite derramado limitando-se a previsões estatísticas sem atender que na voz do povo: “Se a palavra é de prata, o silêncio é de ouro”.
Já chega de bla-bla-bla para preencher, a título de propaganda política, os écrans televisivos com entrevistas suportadas pelos costados de Costa!
2 comentários:
"A latere": Critico da Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, algumas vezes, neste blogue, não posso deixar de reproduzir, com agrado, este seu texto publicado no SAPO em que ela demonstra o alto conceito que tem sobre o nobre sentimento da AMIZADE!
Assim: “O André foi meu colega no Conselho Nacional do PSD, onde eu já não estou e ele também já não está. Acho muito importante as pessoas terem atividade política da mesma forma que a defendo para os enfermeiros”, disse Ana Rita Cavaco à agência Lusa.
A responsável sublinhou que a sua “militância continua onde está, no PSD”.
“Hoje vim mesmo dar um beijo de Ana Rita, de amiga. Amanhã [domingo] estarei cá de forma oficial, como estive no PS, no PCP, no PP, a representar os enfermeiros. Mas o André, acima de tudo, é meu amigo e será sempre”, esclareceu.
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