domingo, 13 de setembro de 2020

O METRO DA LOUSÃ E O METROBUS DE SERPINS.

“Eu gosto de escrever quando estou despeitado; é como dar um bom espirro” 
(D. H. Laurence).

Segundo a Antena 1, no programa de João Reis, a construção do Metro em Coimbra, prometido de há trinta anos atrás, arranca hoje (12/09/2020), amputado para Metrobus nas mãos de privados. Em vésperas de eleições, curiosamente, as obras de Santa Engrácia, estas já cumpridas embora compridas, é anunciada, em Serpins, com pompa e circunstância por Pedro Nuno Santos, ministro da Infra-Estruturas e Habitação, a sua adjudicação a privados. Anteriormente, pondo o carro à frente dos bois, foi desactivada a linha férrea do ramal ferroviário da Lousã - Coimbra, tendo desaparecido essa quantidade valiosa de ferro sem que ninguém tivesse dado por isso e, muito menos, por isso se responsabilizasse. 

Aparece agora o Estado Português, pelo voz lamuriosa do supracitado ministro,  a pedir desculpa pelo atraso no início da adjudicação das obras do Metrobus a privados. Não sei se o povo prejudicado por este “status quo”, desculpa ou não a esta entidade governativa. Embora a minha opinião pessoal para nada conte, manifesto-me apenas como cidadão interessado nas questões da minha urbe em que a prioridade têm sido, obras de encher de orgulho desatinado Manuel Machado, presidente da edilidade de Coimbra, através da construção de novas rotundas. 

Destarte, como cidadão da cidade das margens do Mondego, limito-me ao reparo de que sendo o convento rico e os frades poucos escassa importância parece ter um atraso de uma trintena de anos pese embora custar ao Estado Português (ou seja, a quem paga impostos por civismo ou por a eles não poder fugir), uma fortuna para além dos prejuízos causados à população trabalhadora de Coimbra a viver na Louçã.

Como disse o almirante Pinheiro de Azevedo, numa manifestação na Praça do Comércio durante a época quente, ao ser lançado gás lacrimogénio sobre os manifestantes: “Não há perigo. O povo é sereno, ouçam é só fumaça”.

De igual modo, o povo das povoações servidas pelo Metrobus, no dia da inauguração deste empreendimento, estará presente para ovacionar os seus governantes que a hora é de festa com foguetes a estalejar no ar e a fanfarra a tocar, em reminiscência do tempo do Estado Novo em que o almirante Américo Tomás se limitava a cortar fitas durante as obras que eram inauguradas sem a novidade das selfies.

Ou seja, é apenas uma questão de tempo a solução deste imbróglio (quanto tempo?), mas há que dar tempo ao tempo e ter paciência de Job. Que diacho o ministro Pedro Nuno dos Santos já pediu cavalheirescamente desculpa à populaça, tentando salvar, “in extremis”, a honra do convento.

Vá lá, aceitem as suas desculpas governativas “sans rancune”, porque ele é o menos culpado em todo este estado vergonhoso!

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