quinta-feira, 17 de setembro de 2020

DESCER DO PANO DO CASO VIEIRA

Acaba de ser anunciado pela televisão que Vieira retirou Costa e Medina da lista de apoio da sua candidatura à presidência do Benfica.

Menos uma dor de cabeça a atormentar a anunciada reunião para hoje entre a primeira e a terceira figuras do Estado! 

O que estará por detrás deste acordo de "cavalheiros de luva branca"? 

Ao que penso, está tudo no segredo dos deuses que subscreveram esta manobra nas costas dos cidadãos. Irá ser perdoada, ou adiada para as "calendas gregas", a dívida de Vieira à Banca que, entrementes, será paga pelos nossos impostos?

Já nada me espanta, mas enoja, num país em que, segundo Guerra Junqueiro, “somos um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião um mostrar de dentes, a energia de um coice, pois já nem com as orelhas é capaz de sacudir as moscas”.

Para tudo isto ser possível, Vieira pôs a cabeça no cepo onde deveriam rolar , também, outras cabeças da nossa vida politiqueira. Espero que as próximas eleições fazem justiça por mãos próprias. Acordai, Portugueses - a maiúscula é intencional- nem que seja só junto das urnas fazendo descer, finalmente o pano do proscénio desta tragicomédia e pateando os seus protagonistas!

Mexei as as orelhas para sacudir as moscas de corrupção. É o mínimo o que podeis fazer, mas, como nos diz a "vox populi", "devagar se vai ao longe".

Calarmo-nos é tornarmo-nos cúmplices de um crime de lesa-república!

3 comentários:

O Orelhas disse...

Professor Rui, a pregar para os peixes?

Manuel M Pinto disse...

Não foi José Régio mas sim Guerra Junqueiro o autor do texto:
“Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, – reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta;”
…..
PÁTRIA – Anotações (Balanço patriótico) – GUERRA JUNQUEIRO (1896)

Nótula curiosa:
Os dois grandes poetas nasceram no mesmo dia e no mesmo mês: 17 de Setembro; Guerra Junqueiro nasceu há 170 anos, José Régio nasceu há 119 anos!

Rui Baptista disse...

A minha esperança reside no ditado de que "água mole em pedra dura tanto dá até que fura"! Ou nestoutro: "A esperança é a última coisa a morrer"!

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