De uma entrevista muito interessante de José Riço Direitinho a Rafael Chirbes, escritor espanhol, autor de um livro recente - Na margem - sobre a "crise" europeia, que também é mundial.
«... vivem-se tempos estranhos: a situação actual faz com que que todas as revoluções mais ou menos proletárias dos últimos dois séculos pareçam nunca ter chegado a acontecer. As recentes leis laborais, a austeridade com cortes na saúde, na educação e nos apoios sociais, e a transferência desses dinheiros para um sistema bancário corrupto são para ele o perfeito exemplo. “A diferença é que antes se conhecia o inimigo e lutava-se contra ele fazendo barricadas nas ruas; actualmente não conhecemos o sujeito histórico do nosso tempo contra quem lutar. Não sabemos como combater. No século XIX faziam-se trincheiras, mas agora não conseguimos identificar o rosto do inimigo. Estamos a viver uma guerra mundial, e já faz algum tempo."»
«... refere ainda a crescente intervenção do Estado na vida privada, o controlo sobre todos os aspectos mundanos, e a tipificação de novos crimes, e tudo isto revestido da capa da protecção aos cidadãos. “Criou-se um ambiente de suspeita sobre todos nós. Como com a pornografia, por exemplo, que está permitida na Internet. Mas de repente a polícia pode entrar em nossa casa e isso funciona como agravante de qualquer coisa de que sejamos acusados, não importa o quê. Deus nos livre dos que nos querem proteger.”».
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1 comentário:
Diria mais "Deus nos livre dos que nos exigem que paguemos por uma proteção imposta, que não é proteção mas domínio", ou seja, "Deus nos livre das máfias e dos governos dos mafiosos"
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