sexta-feira, 28 de março de 2014

Um país de navegadores?


Com a devida vénia, destaco a opinião de João Pereira Coutinho no "Correio da Manhã" de hoje sobre a restrição ao uso de algumas partes da Internet na escola. Concordo com os que têm afirmado que o Ministério da Educação devia afirmar claramente que a Internet não pode ser usada indiscriminadamente na escola: por exemplo, os telemóveis deviam ficar à porta da sala de aula. Não é uma questão técnica de sobrecarga de rede, mas uma questão pedagógica, de sobrecarga de cabeças.

Navegadores
João Pereira Coutinho

Qualquer professor conhece a tortura: durante as aulas, enquanto o docente disserta, o aluno navega. Com o computador, o tablet, o telemóvel - as opções são infinitas. A paciência do professor não é. Por isso merece aplauso a intenção de Nuno Crato de limitar o uso da internet na escola.

Porque existe sobrecarga na rede ? Admito. Mas o Ministério devia ir mais longe e afirmar, sem medo, que se os discentes querem brincar no Facebook, podem fazê-lo em casa. Ou no recreio. Mas a custo próprio.

Quanto às acusações de 'censura digitai; elas fazem tanto sentido como acusar um professor de ' censura oral' por proibir o falatório entre a turma: se uma disciplina de informática precisa de usar a internet, isso não autoriza o alargamento do método às restantes disciplinas. Se assim fosse, nada impediria que, depois da ginástica, o aluno não continuasse aos saltos em plena aula de matemática.  

Correio da Manhã 2014.03.27

1 comentário:

Fernão Mendes Piinto disse...

Éramos grandes navegadores, lá isso éramos, mas ainda somos bons em terra.

O corpo e a mente

 Por A. Galopim de Carvalho   Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...