Caro anónimo : Começo por lhe agradecer o seu comentário que, pela certa, despertou a reflexão dos leitores que o terão lido, ou venham a
ler, e que, com a isenção de meros observadores, melhor saberão avaliar se a
citação, ainda que expressa em linguagem metafórica, de Richard Thompson é merecedora da sua contundente
análise crítica: “Isto é disparatado”(sic..).
A matéria dela constante foi por
mim reproduzida, verbo
pro verbo, no meu post intitulado"As aprendizagens escolares e o controverso papel da memória" (01/05/2013). Reedito-a: “O cérebro humano consta aproximadamente de 12
biliões de neurónios e o número de interconexões entre eles é
superior ao das partículas atómicas que constituem o universo inteiro” (”Introduccion à la
psicologia fisiológica”, Harla, México, 1975). Apesar
dos meus estudos superiores em Fisiologia, aprimorados por uma declarada paixão
sobre “Os mecanismos da mente” (título de um livro de Collin Blakemore), no já conhecido e naquilo que a previsão do futuro nos possa antecipar, assumo a posição humilde de “um diletante de coxia”, como diria Eça.
Mas, desde já, convém, por outro lado, ter
presente que Aristóteles, com lugar no pódio dos melhores filósofos da
humanidade, considerou o cérebro como um sistema de arrefecimento do sangue e o coração como sede dos sentimentos. Ainda
mesmo hoje, na tradição popular e mesmo na
linguagem gestual de personagens teatrais actores há que levam a mão ao
coração para demonstrar as labaredas de
amor pela sua amada. Isto porque, como sentenciou Georges Gusdof
(“Da história das ciências à historia do
pensamento”, Pensamento,
Editores Livreiros Ldª., 1997), “a biologia aristotélica só foi verdadeiramente
ultrapassada depois de um intervalo de 2.000 anos”. Por esse facto,
curvei-me (e curvo-me) reverentemente
perante quem, no firmamento do
conhecimento desta matéria, apresenta o
currículo valiosode Richard Thompson que enuncio (em consulta feita na Internet):
“Richard F. Thompson is Keck
Professor of Psychology and Biological Sciences at the University of Southern
California. For many years he was Director of the Neuroscience Program (Program
in Neural, Informational and Behavioral Sciences) at the University of Southern
California and is currently Senior Scientific Advisor to the Neuroscience
Program. Prior to this he was Bing Professor of Human Biology and Professor of
Psychology at Stanford University, where he served as Chair of the Human
Biology Program from 1980-1985. Previous positions include Professor of
Psychobiology in the School of Biological Sciences at the University of
California, Irvine, Professor of Psychology (Karl Lashley's chair) at Harvard
University and Professor of Medical Psychology and Psychiatry at the University
of Oregon Medical School. He received his B.A. degree at Reed College, his
Ph.D. in Psychobiology at the University of Wisconsin, and did post-doctoral
research in the Laboratory of Neurophysiology at the University of Wisconsin and
Laboratory of Neurophysiology at the University of Goeteborg in Sweden”.
E aqui está, meu caro anónimo, o interesse do
seu comentário que gostaria de ver despertar uma reflexão de peritos na matéria biológica e matemática e da qual me retiro na modéstia dos meus conhecimentos que, porventura, possam envolver conhecimentos matemáticos que excedam os por mim adquiridos
no ensino liceal até ao 7.º ano da antiga Secção de Ciências. Não querendo, de forma alguma, assumir para mim o papel do sapateiro audacioso que
queira ir além da chinela pintada pelo pintor grego Apeles, reverto esta
matéria para os especialistas que, porventura, se desejem pronunciar sobre esta questão e a transcrição que faço do Prefácio do livro “Matéria Pensante” (Ciência Aberta, Gradiva, 1991) , da autoria
de Jean-Pierre Changeux (neurocientista)
e Alain Connes (matemático), ambos cientistas de renome internacional: “Os matemáticos, em geral,
dão-se bem com os biólogos. Mas eles conversam pouco uns com os outros. Os seus
conhecimentos e as suas motivações são tão distantes que o diálogo parece
impossível”. Será impossível, uma vez mais?
P.S.: Neste mesmo dia, cerca das 23 horas, para evitar a respectiva consulta "in loco", transcrevo a argumentação do leitor justificativa da frase: "Isto é disparatado":
"Cada interconexão entre neurónios é constituído por partículas atómicas. Assim, mesmo que a cada interconexão neuronal correspondesse a uma partícula atómica apenas, mesmo nesse caso absurdo haveria tantas partículas atómicas no universo inteiro quanto ao conjunto de todas interconexões neuronais. E comparando com total das partículas atómicas poucas serão as que compõem os seres vivos e respectivas redes nervosas... "
P.S.: Neste mesmo dia, cerca das 23 horas, para evitar a respectiva consulta "in loco", transcrevo a argumentação do leitor justificativa da frase: "Isto é disparatado":
"Cada interconexão entre neurónios é constituído por partículas atómicas. Assim, mesmo que a cada interconexão neuronal correspondesse a uma partícula atómica apenas, mesmo nesse caso absurdo haveria tantas partículas atómicas no universo inteiro quanto ao conjunto de todas interconexões neuronais. E comparando com total das partículas atómicas poucas serão as que compõem os seres vivos e respectivas redes nervosas... "
4 comentários:
Em modesta, limito-me. O papel da memória nem poderia ser controverso.
Em controvérsia, modesto-me. O papel dos limites é de boa memória.
Este removido foi comentado pelo autor.
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