"Ciências e humanidades é tudo a mesma coisa", disse Rómulo de Carvalho. E disse-o com verdade, pois esse lema trespassa a sua obra científica, docente, poética, biográfica, histórica, pedagógica... imprimindo-lhe uma comovente harmonia.
É reconfortante saber que deixou discípulos em professores. Sara Raposo é um exemplo: podendo, liga a Filosofia à Física e a outras disciplinas. Ela sabe que o Amor ao Saber tem de ser ensinado para se ser aprendido, ainda que o ensino não seja sempre condição de aprendizagem.
Veja-se aqui e aqui o que escreveu e deu a ver sobre o assunto.
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
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2 comentários:
A ciência é o primor pela descoberta é o florescer da evidência! A ciência meus senhores, trás ferramentas, vestimentas, equações e soluções em tudo que fomenta. Está para a ciência um rio que passa: há os que contemplam, há os que aventuram-se de banhar-se e há os que constroem pontes a nem molhar-se; mas, a gentileza navega. E, recordamos barcas que sobem e descem ao rio, as correntes; então, prudência e competência são a risca, inteligência ou vocação de práctico?! Eis da arte a ciência e a verdadeira philosophia cultiva desta sabedoria!
Professora Helena Damião;
Sara Raposo escreve:
“Já teve muitos alunos que tivessem em relação ao conhecimento a atitude que Feynman descreve?
Não, nem mesmo entre aqueles (poucos) a quem atribui as melhores classificações. Os excelentes resultados escolares não são incompatíveis com uma visão mercantil do saber e a ausência de genuína curiosidade.”
Repare que, aquilo que Sara Raposo escreve, só é verdade, porque, “os excelentes resultados escolares” de Sara Raposo, outra coisa não podem ser, que os os 20 valores do Conselheiro Acácio, mas leia-se neste texto abaixo o sistema de ensino que ainda hoje temos (que que Sara Raposo nos confirma);
[…] “O que importa focar, sobretudo, é que estamos em presença de um sistema educacional que não ensina a observar, nem a experimentar, nem a refletir, nem a raciocinar, nem a escrever, nem a falar: ensina apenas a repetir mecanicamente, a imitar e, por conseguinte, a não ter personalidade. É um sistema. É um sistema que reprime o espírito de autonomia e todas as possíveis qualidades criadoras do aluno, nas idades decisivas em que essas qualidades deveriam ser estimuladas ao máximo: um sistema feito à medida da mediocridade obediente, que acerta o passo enquadrada em legiões de explicadores. É, portanto, um ensino em regime de desdobramento: professor-explicador (e o mais grave é que o professor já conta com o explicador). É, portanto, um ensino que favorece os passivos, os superficiais e os privilegiados economicamente, em prejuízo dos autónomos, dos inteligentes e dos economicamente débeis. Em conclusão: é um ensino capaz de atribuir 20 valores ao Conselheiro Acácio e orelhas de burro a Einstein!”[J. Sebastião e Silva]
Mas a pergunta, impõe-se sempre, o que é que seria importante e necessário fazer para evitar o precipício?
Eu só lhes posso dar sugestões/ideias de pessoas eminentes, como o Professor J. Sebastião e Silva;
“Tive a sorte de ser iniciado relativamente cedo em hábitos de pesquisa.”
“Quem escreve estas linhas beneficiou de dois anos de alemão no curso complementar de ciências (anos letivos de 1931 - 32 e 1932 - 33) e só hoje sabe avaliar quanto lhe foi útil esse breve estudo - bem mais útil do que a absorção forçada duma considerável massa livresca de conhecimentos científicos. As enciclopédias são sempre de fácil consulta, principalmente quando se conhecem várias línguas...”[testemunho de Sebastião e Silva]
O que já é de admirar, e até difícil de aceitar, por incompreensível, é que a Professora Sara Raposo, venha lamentar a ausência de alunos excecionalmente curiosos, porquanto estes se combatem, nas idades decisivas; não fosse a Professora Sara Raposo uma fervorosa entusiasta das técnicas pedagógicas do Dr. Guilherme Valente e seus seguidores.
“Penso, aliás, que ele [Dr. Guilherme Valente] tem feito mais pela educação em Portugal do que todos os ministérios da educação.”[comentário de Sara Raposo no DRN]
Toda a gente sabe, que as ideias pedagógicas do Dr. Guilherme Valente, sobre a Educação, não vão além de uma “absorção forçada duma considerável massa livresca de conhecimentos científicos” a qual é preciso depois avaliar duramente, não vá algum aluno criativo, na sua autonomia, dispor de tempo, para assuntos do seu interesse, que não os regimentais; porque só assim se consegue o pleno do “favorece os passivos, os superficiais e os privilegiados economicamente, em prejuízo dos autónomos, dos inteligentes e dos economicamente débeis”.
Professora Helena Damião, porque vem então a Professora Sara Raposo aqui lamentar-se, ... Será por cortesia ao Dr. Guilherme Valente (Editor...)? Será por desconhecimento e falta de preparação pedagógica? Porque será...?
Seja porque for presta um mau serviço na defesa dos interesses dos Jovens Inteligentes e de pensamento profundo. Aqueles cuja ausência lamenta.
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