sexta-feira, 18 de março de 2011

O Grego em finais dos anos quarenta

Na sequência do texto O Latim em finais dos anos quarenta.

"Introduz-se agora nos programas do ensino secundário o grego. Pretende-se com a inovação que não só promover o desenvolvimento mental dos alunos e dar-lhes a possibilidade de entrar em contacto directo com as obras de uma literatura vasta e original, que, pode muito bem afirmar-se, serviu de modelo às literaturas dos demais povos europeus e constitui o veiculo mais importante de um civilização que ainda perdura, como também apetrechá-los com os conhecimentos básicos de uma língua à qual muito deve a língua portuguesa e que, como é notório, oferece precioso subsídio para os estudos superiores e para a perfeita compreensão da terminologia técnica e científica de quase todos os ramos do saber humano.

A maior parte das observações feitas a propósito do estudo do latim aplica-se
igualmente ao estudo do grego. E desde já se inculca a vantagem de, na medida do possível, ao estudar a língua grega, se tomar como ponto de referência e da comparação a língua latina e vocábulos portugueses de origem grega em que entrem elementos bem conhecidos dos alunos. São tantas as afinidades que unem a língua grega e latina que o estudo de uma pode e deve contribuir para facilitar o estudo da outra. Aliás a experiência testemunha o mesmo.

Deverá o professor, desde o início, estimular os alunos, auxiliá-los ao máximo na aprendizagem da gramática ao mesmo tempo que na compreensão dos textos, e abster-se de complicar o estudo com amiudadas e profundas digressões de carácter linguístico ou filológico, próprias do ensino superior, mas descabidas num curso onde se ministram os rudimentos de uma língua sob tantos aspectos diferentes da nossa.

O intuito primitivo da disciplina será a interpretação dos autores gregos, a análise e a crítica da lição que a sua experiência documenta, em vista à cultura geral do aluno.

O ensino deverá ser feito à base de textos, quanto possível graduados em dificuldade crescente e de maneira que se prestem à aquisição de novos conhecimento nos domínios do vocabulário e da gramática.

O método de aplicação de toda a matéria do programa firmar-se-á na simplificação dos assuntos e no desenvolvimento do interesse dos alunos.

Convirá fazer-se o estudo em colectâneas de textos, não só graduados, mas devidamente anotados, de princípio com a tradução das formas verbais e de outras que o aluno não esteja ainda habilitado a traduzir e a compreender, e sempre com a explicação dos passos menos acessíveis e com remissões para gramática elaborada adequadamente.

Pondo assim a gramática ao serviço dos textos, como meio indispensável que é para lhes desvendar os mistérios, ler-se-ão, no 6.º ano, fábulas de Esopo e extractos do Novo Testamento, de Luciano, de S. João Crisóstomo e de Xenofonte, e, no 7.º ano, excertos de Platão, de Homero, de Demóstenes, de Eurípedes e de Aristófanes.

Os textos serão escolhidos de entre os passos mais célebres destes autores e no intento de darem uma ideia do género literário a que pertencem. O desenvolvimento e extensão do estudo de cada autor regular-se-á pela sua influência no pensamento moderno, particularmente na cultura
portuguesa.

Deverá cada trecho constituir um todo de sentido completo e ser precedido de breve introdução que o integre no plano geral da mesma obra a que pertence. Quando haja mais que um trecho da mesma obra ligar-se-ão por um resumo da parte não seleccionada.”

Referência completa:
- Programas do Ensino Liceal. Lisboa: Livraria Popular de Francisco Franco, páginas 50-52
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6 comentários:

O Eleitorado Morre Mas Não Se Rende disse...

é falacioso o raciocínio
porque haveria de dar mais desenvolvimento mental
que o russo ou o checo
dizer que era para ler os autores no original
também não serve
o grego do século V a.c.
decerto tem tanto a ver com o grego do século 2º ou IIIºD.c
como as expressões do baixo latim medieval com o latim litúrgico

Dizia Agostinho de Campos em 1917
Quem assim soube remodelar a antiquíssima e universal toadilha de que o estudo do grego e do latim, revela ipso facto uma capacidade de escrever fluentemente na língua lusa, revela como eu disse ao meu velho amigo o Coronel Corrêa Pinto, um desconhecimento destas línguas

e só para reforçar o vazio destas nostalgias linguísticas

Πολεμήστε το καθεστώς
Κατά τη διάρκεια του τελευταίου μήνα, τα βαμπίρ και οι κασσάνδρες της Γ' Ελληνικής Δημοκρατίας, με αφορμή τον κάκιστο κυβερνητικό χειρισμό στο θέμα των ιδιωτικοποιήσεων και της αξιοποίησης δημόσιας περιουσίας ύψους 50 δις ευρώ, έδωσαν μία ακόμη μάχη οπισθοφυλακής για να μην αλλάξει τίποτα. Εργατοπατέρες, κρατικοδίαιτα μίντια και επιχειρηματίες της διαπλοκής, δημοκόποι βουλευτές και πολιτικάντηδες πάσης φύσεως, μαζί με τους διεθνείς σπεκουλαδόρους της πτώχευσης, δημιούργησαν τεχνητή ένταση και εικόνα κατάρρευσης της χώρας, επιχειρώντας να στερήσουν κάθε ελπίδα από τον Ελληνικό λαό ότι οι θυσίες του θα πιάσουν τόπο. Σειρά δηλώσεων και φημών για χρεοκοπία και επιστροφή στη δραχμή, δημιούργησαν κλίμα αποσταθεροποίησης, υπονομεύοντας την προσπάθεια που καταβάλλει η σιωπηλή πλειοψηφία των πολιτών να απαλλαγεί από όλους αυτούς που για χρόνια της πίνουν το αίμα υποδυόμενοι τους ευαίσθητους κι ανιδιοτελείς κοινωνιστές.

de notar que no discurso grego moderno afloram expressões de eras mortas κασσάνδρες

recorre-se à mitologia

tal como alguns buscam significados
no Cassandra crossing....

é a eterna busca do no meu tempo sabíamos escrever
porque líamos latim e grego

mas liam ou pensavam ler?

é que há uma diferença
um emigrante português em salónica
lê melhor do que vós o grego e fala melhor o grego

e estranhamente nem por isso se torna mais fluente na escrituração nacional

e certamente não fica mais claro
nem mais escuro

O Eleitorado Morre Mas Não Se Rende disse...

é como este 2) Seja respeitoso e cordial

é o respeito que os gangs exigem

tipo Ali G. respect...

ou o benção meu pai benção avô

então tratas o teu pai por ó Zé

é falta de respeito

incomoda-me pensar que eu perderei o sentido crítico ou a capacidade de análise com a idade

provavelmente transcrições similares parecer-me-ão assisadas e repetirei estribilhos velhos de séculos

no meu tempo sabiamos escrever

os jovens de hoje são piores que os bárbaros

Júlio César não sabe escrever nem tem estilo
o seu livro nem serve para ensinar latim básico
aos trácios

quem escreveu isto foi....?

O Eleitorado Morre Mas Não Se Rende disse...

curiosamente a livraria Francisco Franco e o seu espólio foi comprado pelos indianos há muitos anos e a maior parte dos livros foi para cortes de papel

curiosamente....

O Eleitorado Morre Mas Não Se Rende disse...

tinha uma colecção interessante de manuais de agricultura

e até a sacrossanta sebenta o exterior do cavalo

não conseguiu acomodar-se aos novos tempos
aferrou-se às crenças antigas e extinguiu-se

Anónimo disse...

O raciocínio subjacente ao programa de intrudução do grego no ensino liceal... é supinamente primário; por isso... falhou! JCN

Anónimo disse...

Corrijo a gralha "intrudução" por "introdução". JCN

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