sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

"Vou-lhes dizer..."

Se o leitor alguma vez ouviu João Villaret dizer a Procissão, de António Lopes Ribeiro, não a conseguirá ouvir noutra voz, nem na sua própria voz... Ora, experimente...

Tocam os sinos da torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.


Não consegue pois não?

A voz de João Villaret a dizer(-nos) poesia, ritmada pelo piano do seu irmão, Carlos Villaret, está fixa na nossa memória e impõe-se-nos... É por isso que continua vivo, meio século depois da sua morte.

Desfrute essa voz, essa música, essa poesia, aqui.

5 comentários:

Anónimo disse...

O poema, que formalmente não prima pela sua excelência, vele efectivamente pelo talento de Villaret. JCN

Anónimo disse...

Corrijo a gralha "vele" por "vale". JCN

Rafael disse...

Totalmente de acordo.
Felicito-a pela partilha

De Rerum Natura disse...

É de facto o que disse - e não foi quase nada - mas foi logo ao coração do problema e do sentimento da nossa memória do Vilaret. Ninguém se consegue esquecer dele e ninguém consegue mais ler aquela poesia sem sobrepor a sua voz à do Villaret, que fica por detrás marcando o passo e dando a graça. E sentindo que vai diminuindo a sua voz até só ouvir a do Villaret, se não souber bem o poema, ou ir aumentando a sua própria voz, se o tiver bem decorado, até acabar num triunfal dueto em que se sente tão bom como o Villaret.
João Boavida

joão boaventura disse...

Aproveito para ouvir o incontornável Villaret, com o prazer de partilhar a audição da Procissão.

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