Carta ao Director publicada no "Público" de hoje a respeito deste artigo:
"Há pessoas em relação às quais não vale a pena fazer desmentidos, dado ser manifesto que abusam de insinuações e calúnias na esperança de assim chamarem a atenção para a sua própria pequenez. Não é esse, porém, o caso do Prof. Carlos Fiolhais, ilustre colaborador do PÚBLICO. Pelo contrário, o que escreve na sua coluna merece a justo título a atenção e o crédito dos leitores. Por isso mesmo, solicito-lhe, sr. director, que me permita desfazer, deste modo, o equívoco em que me parece incorrer o artigo do prof. Carlos Fiolhais de 26 de Setembro.
Escreve a dado passo o articulista: "Dizem que foi o Governo que mandou comprar os direitos do futebol. Não me admirava nada, pois, para distrair a crise, o povo sempre pode ver uns jogos. Também pouca gente se admirará que haja cuidada e atempada intervenção governamental no concurso do quinto canal generalista (...)."
Ora, ambas as afirmações são falsas. Nem o Governo mandou a RTP comprar fosse o que fosse, nem o Governo tem qualquer intervenção no concurso do 5.º canal generalista que entravasse a decisão de o lançar e a aprovação do respectivo regulamento."
Augusto Santos Silva
Ministro dos Assuntos Parlamentares
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
O corpo e a mente
Por A. Galopim de Carvalho Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...
-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
-
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
-
Cap. 43 do livro "Bibliotecas. Uma maratona de pessoas e livros", de Abílio Guimarães, publicado pela Entrefolhos , que vou apr...
5 comentários:
O Prof. Augusto Santos Silva, autor em tempos idos de contundentes crónicas no "Público" que muito apreciei, cumpre agora o seu papel de governante ao tentar desdizer o que por aí se diz. Se tivesse que comentar, citaria as palavras de Desidério Murcho publicadas por espantosa coincidência no mesmo número em que esta carta saiu:
"Vivemos rodeados de meias verdades, que são as mais perigosas mentiras. Quase nada do que se vê na publicidade ou no discurso dos políticos é inteiramente mentira, mas também quase nada é rigorosamente verdade. E a mentira é tanto mais perigosa quando se alimenta deste lusco-fusco da verdade a meio-gás precisamente porque não pode ser claramente denunciada."
Carlos Fiolhais
Recorrendo a um aforismo conhecido, eu diria que Augusto Santos Silva se tem revelado como o tipo de pessoa a quem não se deve comprar um carro em segunda mão.
Recordei-me, agora mesmo, destas palavras de António Aleixo:
P`rá mentira ser segura
e atingir profundidade
tem que trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.
Lá vi a cartita, no Público, do ministro Prof. (ou Prof. ministro?)Santos Silva.
Ao associar o seu nome ao do Prof. Carlos Fiolhais, teve o mérito (valha-nos isso!) de exaltar, uma vez mais, a sua figura pública que não precisou de cargos políticos para atingir o prestígio e a popularidade que o tornam uma personagem de referência, aquém e além-fronteiras, no mundo da Ciência e sua divulgação.
Mais uma vez, a "vox populi" se fez ouvir como sendo a "vox Dei": Há males que vêm por bem!
Esse Ministro Augusto Silva desempenha muito bem o seu papel de fiscal do Governo. Pena é que tenha surgido no firmamento político completamente deslocado no tempo e no lugar.
Que extraordinário êxito ele teria obtido há uns 40 anos, em qualquer elenco governativo autoritário da Europa do Leste !
Hoje, convenhamos, o seu hipotético campo de sucesso encontrar-se-á extraordinariamente minguado.
Enviar um comentário