segunda-feira, 27 de julho de 2020

PALAVRAS QUE CONSOLAM!

(Resposta ao comentário ao meu “post” – “O Serviço Nacional de Saúde e as Finanças Públicas” , 25/07/2020 - para enviar uma petição à `AR). 

“Preserve-se a memória dos indivíduos para se construir uma memória colectiva, 
que sirva para as gerações seguintes as compreenderem e estudarem 
nas suas variadas nuances, transformações, vitórias e frustrações". 
(Heloísa Paulo, investigadora da Universidade de Coimbra)

Sempre me causou repulsa um país e os partidos políticos que orbitam à sua volta tratarem como lixo espacial os cidadãos que sofrem na pele os seus efeitos nefastos.

Hoje, sentado numa cadeira de rodas, ainda que provisoriamente, motivado por uma queda desastrosa, em véspera de meses de me tornar nonagenário, se Deus quiser, tenho pouca pachorra para me deter num Portugal, como escreveu Camilo (cito de memória) , em que há lágrimas espremidas nas faces esquálidas do povo e o lenço da Justiça tarda em as enxugar! Ou nunca chega mesmo a enxugar aprisionando-me em fado triste dedilhado em garras de prepotência de uma ADSE desprovida de humanismo em genuflexão ao trono do rei Midas.

Conta-se em pequenas linhas a minha inicial odisseia com a ADSE, vários anos atrás, em que me foi destinado, durante uma governação então do PSD, o papel do pastor Jacob que serviu Labão, pai de Raquel durante sete longos anos tantos como eu mantive de litígio com esta instituição de assistência na doença a funcionários públicos e seus familiares, com muitos ofícios de cá para lá e poucos de lá para cá, tendo tudo terminado em águas de bacalhau em que esta instituição estatal ficou com o bacalhau e eu com as suas águas de mau odor.

De igual modo, neste meu litígio actual, de novo com a ADSE, numa queixa que enviei à Provedoria da Justiça o desfecho da mesmo julgo que se deve ter perdido no teclado dos computadores de uma burocracia asfixiante por nunca me ter chegado o conhecimento oficial e oficioso do seu desfecho. Apenas, conversas telefónicas esporádicas sem serem nelas aduzidas razões devidamente especificadas, e muito menos, justificadas.

Por esse facto embora agradeça penhorado o comentário supracitado que me foi endossado para eu elaborar uma petição à Assembleia da República no sentido de repor aquilo que tenho como injustiça de bradar aos céus, desolado em esbarrar contra um mundo de incompreensão , vou mitigando as minhas dores com epístolas utópicas correndo o risco delas serem tidas pelos atingidos como voz de burro que não chega ao céu dos poderosos desta ocidental praia lusitana. 

Acresce que para a sua apreciação subir a plenário são precisas, salvo erro, 4.000 subscritores número astronómico que, ao que li algures, a AR pensa aumentar substancialmente quiçá para evitar sobrecarregar os “trabalhos” dos seus deputados, a exemplo da diminuição do número de debates quinzenais havidos entre António Costa e os partidos políticos com representação na Casa da Democracia! Espero, todavia, que possa eu, ainda que só, incomodar consciências adormecidas ou na letargia de um esquecimento propositado e pecaminoso. Neste caudaloso rio de desesperança actual que me assalta e me aconselha a não perder tempo com coisas que, vezes, me tiram o sono, encontro desafogado estuário em Henry Ford: “Quer você acredite que consiga uma coisa ou não, você está certo”. 

O título deste meu texto devolve-me a ténue esperança de um hipotético futuro de justiça entre os homens que detêm as rédeas de um poder legislativo livre de mácula e os cidadãos de um país verdadeiramente democrático em luta constante e sem tréguas contra um poder de falinhas mansas. Basta de cinismos da ADSE em sacudir a água de um capote permeável a injustiças e silêncios comprometedores. 

Hoje são uns tantos atingidos por esta espúria medida, amanhã serão mais que com o seu silêncio actual deram cobertura a esta situação em que se virará o feitiço contra o feiticeiro! 

Então nada adiantará chorar lágrimas de crocodilo!

4 comentários:

Insistir disse...

ADSE
https://portaldaqueixa.com/brands/adse

Conselho Geral e de Supervisão da ADSE
presidente.cgs@adse.pt

Presidente: Dr. João Proença

Conselho Geral e de Supervisão da ADSE
ADSE – Instituto Público de Gestão Participada
Praça de Alvalade, 18
1748-001 Lisboa


Procuradoria Geral da República
https://www.ministeriopublico.pt/contato/procuradoria-geral-da-republica
Rua da Escola Politécnica, n.º 140, 1269-269 Lisboa-Portugal
Telefone:
213 921 900
Fax:
213 975 255
Email:
correiopgr@pgr.pt

Provedor de Justiça – Defesa do Cidadão
Entidade visada: Subsistemas de Saúde da Administração Pública (ADSE)

Rui Baptista disse...

Para que os deputados não deitem os bofes pela boca fora de tanto trabalhar, as 4.000 assinaturas passaram para para 20.000. Que tal ampliarem essa cifra para a casa dos milhões. Não me agradeçam senhores representantes do povo e, muito menos, muito menos, não me presenteiem com um Ferrari acabado de sair da fábrica! Não sou tão exigente, contendo-me como umas férias milionárias nas praias paradisíacas das Bermudas. Já agora uns charutos da pátria de Fidel também vinham a calhar. Valeu?

Mais um disse...

Deco Proteste
Tel. 218410858
Entre as 9h e as 18h
Av. Eng. Arantes e Oliveira, 13
1900-221 Lisboa

Rui Baptista disse...

Agradeço muito penhorado a indicação das moradas das entidades a quem dirigir os meus protestos , com excepção da Proteste bati a estas portas que não me franquearam uma solução para o problema. Até se compreende por estarem maioritáriamente sob a tutela do PS. Se até aqui tenho insistido nesta senda é por encontar suporte em crónicas no Público de João Migul Tavares: "O respitinho não é bonito!" A minha idade (89 anos) dificilmente suporta mais desilusões sem me afectar a saúde. Como derradeira tentativa darei brevemente conta de démarches junto do Presidente da República sem qualquer resultado, apenas para a minha odisseia com a ADSE não fique sem um dos seus capítulos.

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