quinta-feira, 13 de junho de 2019

"Quem quer ser professor?"


Vale a pena ouvir (ou voltar a ouvir) a reportagem "Quem quer ser professor?”, da autoria do jornalista João Torgal. É, basicamente, composto por entrevistas a professores do Agrupamento de Escolas Rainha Santa Isabel, em Coimbra, e a futuros professores e professores da Escola Superior de Educação e da Universidade, também de Coimbra. Aqui, na Antena 1 da rádio.

Faz-se referência a um estudo publicado no final do ano passado sobre estado do ensino (aqui) e a um outro do ISCTE.

São trabalhos a que o Ministério da Educação terá tido acesso, bem como a outros que os corroboram. Conviria que os ponderasse com a seriedade que merecem e, em função disso, tomasse, a muito curto prazo, medidas realistas de modo a obviar que o pouco ânimo que resta aos professores não se esvaia em definitivo. É que, apesar de se fazer crer, não há escola sem professores; melhor, não há uma boa escola sem bons professores.

Apenas uma nota: entendo que não é a idade (conforme sobressai na reportagem) que retira o ânimo aos professores, a idade é uma característica, que pode, inclusivamente, ser potenciada pelo sistema educativo (como, de resto, é aflorado também na reportagem), o que não retira a necessidade de integrar novos professores no sistema.

O que devasta a sua vida profissional (e pessoal), 
são as condições materiais, burocráticas, relacionais, etc. absolutamente adversas em que trabalham, são os discursos irracionais, dogmáticos, ideológicos de políticos, especialistas, empresários, etc., são as ingerências no seu trabalho de toda uma sociedade que deseduca em vez contribuir para educar,
...
é, em suma, o sentimento de impotência, de irrelevância, de não conseguir concretizar o seu dever e que é ensinar.

1 comentário:

Anónimo disse...

Portugal, em termos geopolíticos e económicos, tornou-se completamente irrelevante, desde que perdeu o Brasil no primeiro quartel do século XIX.
Os professores portugueses, do ensino secundário, são profissionais completamente irrelevantes desde que o facilitismo se converteu em política educativa oficial no último quartel do século XX.

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