domingo, 17 de fevereiro de 2019

LANÇAMENTO DO “COLÓQUIO DOS SIMPLES” DE GARCIA DE ORTA



Na próxima terça-feira, dia 19 de Fevereiro, pelas 18 horas, no RÓMULO - Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra, situado no piso 0 do Departamento de Física da FCTUC, Alexandre Quintanilha, professor jubilado de Biologia da Universidade do Porto e deputado virá apresentar o livro “Colóquio dos Simples” de Garcia da Orta, que é considerado o primeiro tratado de botânica escrito de raiz em Portugal (saiu em Goa em 1563).  Este livro insere-se na colecção em 30 volumes “Obras  Pioneiras da Cultura Portuguesa”,   que tem vindo a ser publicada pelo Círculo de Leitores, um projecto dirigido por José Eduardo Franco e Carlos Fiolhais, sob a égide da Universidades de Coimbra e da Universidade Aberta, que se destina a divulgar ao público de hoje as obras que foram escritas pela primeira vez em português nas mais variadas disciplinas e temas.  Estarão presentes, para além dos coordenadores gerais do projecto, o botânico Jorge Paiva, que foi,  com Carlos Fiolhais, coordenador científico da obra e que escreveu o seu prefácio. E estará também presente Paulo Ferrão, presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia, que foi um dos mecenas principais da obra.  

Trata-se de um grande acontecimento editorial, pois esta obra, absolutamente pioneira  no seu tempo por revelar na Europa plantas do Oriente e suas propriedades medicinais, e que é uma das obras principais da ciência nacional, não conhecia edição em português desde o século XIX, uma edição que a Imprensa Nacional – Casa da Moeda reproduziu. O volume, como os restantes das “Obras Pioneiras”, foi transcrito do exemplar existente na Biblioteca Nacional de Portugal, e o seu texto foi tratado por especialistas de modo a ser acessível ao leitor de hoje. Numerosas notas ajudam esse leitor a entender e espaço e o tempo em eu o livro foi escrito. O “Colóquio dos Simples” tem uma introdução em verso por Luís de Camões, que são os primeiros versos do poeta nacional que foram impressos (os Lusíadas só sairiam em 1572).
A sessão é destinada ao público geral.


Biografias do apresentador da obra e do coordenador científico (segundo a Wikipedia):

Alexandre Quintanilha nasceu no Maputo, em 1945, filho do biólogo Aurélio Quintanilha e de mãe alemã. Trabalhou durante vários anos na Universidade da Califórnia, Berkeley, nos Estados Unidos, onde foi director do Centro de Estudos Ambientais. Entre 1983 e 1990, foi director assistente no Laboratório Nacional Lawrence, secção de Energia e Ambiente, e, entre 1987 e 1990, foi director do Centro de Estudo de Tecnologia da Biosfera. Em 1991 foi nomeado director do Centro de Citologia Experimental e professor no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto. É professor catedrático, director do Centro de Citologia Experimental e coordenador do Instituto de Biologia Molecular e Celular, também no Porto.
Publicou cerca de 100 artigos em revistas científicas internacionais, foi editor e autor de seis volumes em áreas da Biologia e Ambiente, foi consultor redatorial da Enciclopédia de Física Aplicada e escreveu dezenas de artigos e relatórios em livros, revistas e jornais de divulgação, sendo ainda coordenador e autor de vários trabalhos nas áreas da Biologia, do Ambiente e da Física Aplicada. Em 1993 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. Entrou na vida política após a reforma como docente e investigador universitário, em 2015, como cabeça-de-lista do PS pelo círculo do Porto nas Eleições legislativas de 2015.

Jorge Paiva obteve una licenciatura em Ciências Biológicas na Universidade  de Coimbra e um doutoramento em Biologia pela Universidade de VigoRealizou identificações e classificações de novas espécies, publicando-as nas revistas Fontqueria, Anales Jard. Bot. Madrid, Bol. Soc. Portug. Cienc. Nat. e en Bol. Soc. Brot. Realizou extensas explorações botânicas no sul de África (Angola, Malawi, Moçambique), Àsia Ocidental (Azerbeijão), Brasil, ilhas africanas (Canárias, Cabo Verde, Madeira), Europa (Portugal, Espanha), África tropical (Santo Tomé e Príncipe). Recebeu o Grande Prémio Ciência Viva - Montepio.  É um conhecido e incansável ecologista e comunicador de ciência

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