G. Lipovetsky, De la légèreté (2015) — título a lembrar os Tratados Ciceronianos (De leuitate).
Gilles Lipovetsky, filósofo francês, autor de obras, com títulos tão sugestivos como O Império do Efémero (Dom Quixote, 2010), Os Tempos Hipermodernos (Edições 70, 2011) ou a Era do Vazio (Relógio d´Água, 1898), publicou, em 2015, um livro com um título simples, mas elucidativo na classificação do nosso tempo Sobre a Ligeireza.
Mais uma vez, Lipovetsky analisa a sociedade actual, com todo o seu desenvolvimento, com o domínio das tecnologias, uma sociedade que caracteriza como a sociedade do "ligeiro": tudo tem de ser leve, fácil, simples, divertido (?)... mas a vida não é assim, a vida é pesada.
Por isso afirma: "hoje [ao contrário do passado] educamos docemente, queremos que as crianças sejam felizes e não os preparamos para o difícil".
O filósofo fala-nos sobre a modernidade, sobre esta sociedade individualista que "oferece condições de vida ligeiras (prazer, turismo, bem-estar, tecnologia) mas a vida é um peso"!
Em entrevista ao Jornal espanhol El País discorre sobre a vida actual, o consumismo e as suas consequências, sobre as mudanças da vida em família, sobre a vida em sociedade e sobre a política, sobre as mudanças que estão a acontecer na Europa. Em relação aos partidos e aos seus falhanços afirma que "há falta de liderança", daí o desencanto dos cidadãos em relação à política e aos políticos, daí o aparecimento de extremismos.
3 comentários:
apanhei uma desilusão.. o excerto dá uma ideia , mas quando lemos a entrevista
toda percebemos que o Giles não se compromete : ele gosta da ligeireza , é devido à ligeireza que não temos guerras , diz ele , a malta quer é consumir .
mas acontece que não somos " ligeiros como um pássaro , somos ligeiros que nem uma pluma".
E como nós , ligeiros , iremos ripostar contra as pesadas ameaças que rondam a mole , superficial e em processo de despovoamento nativo ( os casórios são muito ligeiros , não combinam com natalidade ) Europa é que gostava de saber.
provavelmente como enfrentamos a corrupção da "apurada " democracia : comeremos e calaremos. Bonito.
Chamo a atenção para a edição portuguesa de "De la légèreté", http://www.edicoes70.pt/site/node/661, que eu tive o prazer de traduzir.
Obrigada pela informação.
Enviar um comentário