De novo o mar que espero
sentada à janela que dá para as rosas.
Que dá para todas as ruas que passei
 com os teus passos. Para a estrada
 onde virámos a cabeça para não ver/
o homem esvaído no chão.
Depois comemos na casa de um amigo,
 bebemos e falámos como se a vida fosse eterna.
À volta a estrada estava limpa, sem sinais
de sangue. As luzes sobre o mar nas duas margens
 e a tua mão na minha perna. Lá no céu
 um homem esventrado procura as suas asas.
 Nada sei de anjos. Eu que espero o mar todos os dias
 acredito na rotação da terra e na lei da gravidade.
Mas quando chegas o corpo não tem peso
e as palavras voam em redor de nós
alagadas em suor. E vem o mar.
 Rosa Alice Branco,
Soletrar o Dia,
V. N. Famalicão, Edições Quasi, 2002
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