Depoimento que prestei ao jornal Público:
A prova de avaliação de professores (PACC) tal como a concebeu Nuno Crato, é uma aberração.
Não se destina a escolher os melhores, que era o que o ministério devia fazer,
mas sim a eliminar alguns candidatos de uma maneira muito
duvidosa. A PACC parece ser uma arma de arremesso político contra os
professores: em vez de reforçar a confiança neles, quer miná-la.
Quando o Ministério diz que chumbaram 63% dos 68 professores que se
apresentaram a concurso em Físico-Química, dizendo implicitamente
que a culpa das falhas na educação nacional é dos docentes, esquece-se
que há por todo o país vários milhares de professores dessa disciplina competentes e empenhados.
Ainda há pouco estive em Braga numa acção de formação e estavam, só dessa cidade, mais professores
do que aqueles que em todo o país fizeram a prova. Fui à margem do ministério, claro.
Numa altura em que a formação de professores devia ser reforçada por haver novas metas e
programas em Física e Química, o ministério demitiu-se por completo das suas responsabilidades.
O Instituto de Avaliação Educacional (IAVE) pouco sabe de estatísticas.
É ele que anuncia que a média mais alta é a Educação Especial (3.º ciclo) com a nota de 88 em 100.
Mas, pasme-se, só havia três candidatos, pelo que essa média não tem qualquer significado! E é o mesmo IAVE
que nestas e noutras provas cometeu erros crassos. Para não falar das trapalhadas em que meteu as escolas e os professores
de inglês com a prova em "outsourcing". Tal como está, o IAVE não tem credibilidade. Teria não só de ter competência
técnica, mas também de mostrar independência relativamente ao ministro.
segunda-feira, 11 de maio de 2015
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2 comentários:
Não deixa de ser monstruoso tanto chumbo - 63% de 68 professores. A reflexão deveria centrar-se no "porquê" e não no "quanto". Das três, uma; das três, duas ou das três, três:
Ou os exames se encontram discrepantes dos conteúdos que se trabalham nas faculdades;
Ou o ensino superior é incompetente e prepara mal os professores;
Ou os professores não sabem mesmo.
Tambem se deve escrutinar e bem a responsabilidade que tanta oposição e greve tem trazido para as alterações e rumo das avaliações. A unica preocupação que devia ser a qualidade do ensino -aferido sem inclusão de "eu acho", na altura das avaliações, tem sido preterido por abusos como "defesa da escola publica, praticas de gestão de escola e turmas que escondem os incompetentes...enfim artimanhas que quem por isso se interessa percebe que o resultado seja tão mau, como o que se verifica nas descidas nos rankings das escolas publicas. Em vez da prioridade da politica no seu pior devia mover o interesse das partes a qualidade e ajuda dos professores e do ensino e resultado dos alunos. Como sempre os mais afectados, os pais nada dizem.
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