terça-feira, 5 de maio de 2015

O DESASTRE DOS PEREGRINOS DE FÁTIMA

Fiquei, como toda a gente, chocado com a morte de cinco peregrinos de Fátima no IC2, em Cernache, perto de Coimbra. Julgo que é preciso tirar ilações deste desastre e a primeira deve ser o abandono pelos peregrinos de vias que tenham trânsito intenso e rápido. Para isso as autoridades civis e religiosas devem-se concertar. Julgo que  essas autoridades devem criar e promover, em conjunto, uma rede de percursos por trilhos pedestres ou estradas regionais, que evitem completamente estradas nacionais como o IC2. Poderá ser um pouco mais longe, mas será muito menos perigoso e, além do mais, a paisagem será bem mais agradável. Peões e viaturas em grande número não podem partilhar a mesma via. Neste caso de homicídio por negligência parece que os peões tiveram os indispensáveis cuidados - iam com coletes reflectores e lanternas - mas o condutor desgraçadamente não teve. O risco é grande de haver  peões ou condutores descuidados se ambos coexistirem no mesmo espaço. Tem, por isso, de haver alternativas a estradas onde circulam condutores tresloucados ou alcoolizados (a propósito, não percebo porque não é divulgado o resultado do teste ao álcool, que é fácil  e rápido).  

3 comentários:

Manuel disse...

Pense no acidente de sexta, 1 de maio, ao fim da tarde, 19h em águas férreas, Pombal. 2 senhoras na casa dos 50 anos foram atropeladas. Seguiam numa estrada secundaríssima adequada para peregrinos. Não foi suficiente para permanecerem com vida.

Unknown disse...

Os caminhos e percursos já existem e só são usados pelos caminheiros que o fazem por habito de caminhar. A grande maioria usa o percurso em que têm mais fé.

Anónimo disse...

Confesso que, nesta época do ano, fazendo diariamente uma estrada IC, cujo limite de velocidade é de 90km/h me dá vontade de me tornar uma "serial killer".
Felizmente, para trabalhar, venho na via contrária às hordes que caminham. Contudo, à minha direita, de onde a onde ( contei 10 em 10km de via) estavam estacionadas carrinhas de apoio aos peregrinos, o que , por si só,pressupõe andarem a tourear as viaturas que passam.
Depois, às 8h da manhã, hora em que todos nos queremos despachar, uma outra viatura de apoio a 50 km/h "pastava" à minha frente, sem qualquer cuidado por quem ia trabalhar apressado.
Mais adiante num entroncamento de estradas , diversos peregrinos enxameavam a própria via para irem para a esquerda. Isto para não falar dos que iam aquém do traço delimitador da estrada , do carro da GNR, parado semidentro , em amena cavaqueira com os caminhantes.
Todos os anos é a mesma triste cena, os mesmos problemas com peregrinos a colocarem a vida em perigo por estradas que não foram feitas para se passear e muita falta de respeito por quem conduz.
E quem me pode garantir que indo por uma via rápida se faz menos km? Um carro, porque pode ir a maior velocidade , faz o percurso mais rapidamente, a caminhar tenho dúvidas. Depois há menos vegetação e o alcatrão aquece , muito mais, os pés.
Desculpem-me mas caminhar numa via rápida não tem cabimento a não ser em países como o Brasil. na Europa esperava mais, se não dos caminhantes, pelo menos de quem tem poder devia proibir semelhante insanidade. Já fui muitas vezes em peregrinação a Santiago e nunca caminhei em vias rápidas.
E se se pode caminhar em estradas com limites de 90km/h por que não poderemos conduzir a essa mesma velocidade nas cidades, afinal não tem problema!

Ivone Melo

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