quarta-feira, 20 de novembro de 2013

JÁ NÃO HÁ PAPEL NAS REPARTIÇÕES DE IMPOSTOS

O Estado português está aparentemente falido. Estamos perante a falência total da máquina do Estado, que não tem ideia nenhuma sobre como sobreviver.

Fui a uma Repartição de Finanças e quiseram não só ver o BI (hoje CC), um costume muito português, como quiseram fotocópia dele, outro costume muito português. Não sei francamente por que razão  tantas repartições do Estado querem fotocópia de informação que lá têm.

Autorizei-os a fotocopiarem o cartão. Mas disseram-me que não, que eu é que tinha de fazer a fotocópia. Ofereci-me então a ir para o outro lado do balcão e fazer o que me era sugerido. Responderam-me que não podia fotocopiar ali. Porquê? Perguntei. Porque não havia papel. Como faltava  papel-moeda no Estado, faltava a moeda para o papel. Havia, de facto, uma grande crise. As Finanças que sempre tinham tido papel, agora não tinham dinheiro nem para comprar uma resma. Eu não tinha trazido papel, mas, condoído, ofereci-me para ir buscar papel (teriam ainda na casa de banho, ou seroa melhor trazer também um rolo desse além das folhas A4?). Não, não queriam o meu papel. O meu papel seria apenas ir ao quiosque da esquina fazer uma fotocópia. Um contributo ao comércio local, portanto. Uma  parceria público-privada.

Foi então que me deu um clique e sugeri, sem êxito, uma saída para a crise das Finanças que deu na falta do papel. Simples, muito simples. Só tinham que cobrar as fotocópias que faziam às pessoas directamente interessadas de modo a que as Finanças, graças aos contribuintes, não só tivessem o papel, mas pudessem ter um pequeno lucro. Um cidadão nas Finanças paga tudo o que for preciso, paga couro e cabelo, pagar fotocópias é, na verdade, uma insignificância. Mas não quiseram aceitar a minha sugestão. Eis por que fica aqui depositada. A recusa foi de uma funcionária,  que não pode funcionar por míngua de papel,  e pode muito bem ser que que a responsável do Ministério das Finanças leia esta mensagem, e decida aceitar o pagamento das fotocópias  À atenção da Dr.ª Albuquerque.

PS)  Parti do princípio que as Finanças não podem viver sem papel. Mas podem, embora elas não saibam. Hoje em dia há scanners muito baratos que guardam a cópia do documento, sem necessidade do papel.  Da próxima ver que lá for vou sugerir que digitalizem o meu CC e guardem os bits bem guardados num bocadinho de disco.

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