"Deus não joga aos dados"
Mas há no MUNDO QUÂNTICO quem jogue aos dados e há coisas no MUNDO QUÂNTICO que não lembram ao DIABO.
Quando e em que contexto proferiu, ou escreveu, Albert Einstein a frase que lhe é atribuída de que "Deus não joga aos dados"?
Einstein contestava que a mecânica quântica fosse indeterminista. Mais concretamente, não aceitava a ideia de que tal teoria (a função de onda da equação de Schrödinger) nos desse toda a informação possível sobre um dado sistema e que as distribuições de probabilidades a ela associadas fossem aspectos fundamentais e irredutíveis da realidade, como Niels Bohr defendia.
Einstein acreditava que a aleatoriedade de certos fenómenos quânticos, como o instante em que um átomo radioactivo emite uma partícula, apenas reflecte a nossa ignorância sobre os aspectos fundamentais da realidade.
A célebre citação é de uma carta de Einstein a Niels Bohr, datada de 4 de Dezembro de 1926, como reacção à proposta de que a função de onda da equação de Schrödinger tinha um significado probabilístico.
A frase é a seguinte:
"A mecânica quântica é certamente impressionante. Mas uma voz interior diz-me que ainda não é a última verdade. A teoria diz muita coisa, mas não nos leva mais perto do segredo do "old one" (o velhote). Eu, de qualquer modo, estou convencido de que Ele não joga aos dados. [The Born-Einstein Letters (trans. Irene Born) (Walker and Company, New York, 1971)].
Einstein estava convencido de que no Universo existe objectivamente lei e ordem, e que mesmo o grande sucesso da teoria quântica não o levava a acreditar que houvesse fenómenos naturais aleatórios, embora estivesse consciente de que havia colegas mais novos que interpretavam essas suas ideias como consequência de senilidade.
No fundo, Einstein acreditava que um dia viria em que lhe dariam razão. Einstein acreditava que, contrariamente à doutrina da mecânica quântica, as propriedades da matéria têm uma realidade independente das medições que são efectuadas. Que o electrão tem spin, posição, etc., mesmo quando essas propriedades não estão a ser medidas.
David Mermin diria, mais tarde, que gostava de pensar que a lua está lá no sítio dela mesmo quando não estamos a olhar.
Einstein achava que a descrição da realidade física pela teoria quântica não podia ser completa e, em 1935, publicou na Physical Review, um artigo, juntamente com Podolsky e Rosen com o título “Pode a Descrição da Realidade Física pela Mecânica Quântica ser Considerada Completa?”, onde levantava essa questão, dando origem ao que é conhecido na gíria como o paradoxo de EPR, dos nomes de Einstein, Podolsky e Rosen.
Esse artigo motivou uma reacção de Bohr e um extenso artigo de Schrödinger, intitulado ”A Presente Situação da Mecânica Quântica” onde faz uma análise das implicações da teoria quântica e introduz o célebre paradoxo do gato de Schrödinger.
Luís Alcácer
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11 comentários:
Deus é um dado possível. E nessa possibilidade está o seu contrário, a sua impossibilidade.
Einstein foi um belo ladrão que se apropriou do estudo feito por Olinto de Pretto (físico e empresário) intitulado a “Hipótese do éter na vida do Universo” no qual explicou a natureza do éter e da força gravitacional. Eis o Zé Pretto de Pascoaes, caricatura do destino. “Lá vamos de feira em feira, de carnaval em carnaval, de estrela em estrela… Para onde?” Umberto Bartocci, professor de matemática, publicou um livro sobre a verdade dessa fórmula em 1999.
Pelo que li em 5 minutos, a função de onda não pode ser medida por um instrumento físico, logo, não passa de uma representação matemática abstrata, logo, a informação obtida pode não ser válida. O princípio da incerteza, aquele em que acredito, calcula a incerteza de uma forma brilhante cujos símbolos matemáticos não existem no teclado de um computador mas que passo a traduzir no seu essencial (mais ou menos assim): o (ser) de X = é (X2) e não é (-X2) atestando o preciso momento em que o gato de Schrödinger está simultaneamente morto e vivo. Para além disso, o condicionalismo da Teoria “A consciência causa o colapso” – a observação por um ser consciente provoca o colapso da função de onda: a consciência, como contador de Geiger, detetando radiações, partindo o frasco, libertando o gato, não o veneno.
Seguindo o consciente zombie, vou dar ao multiverso, hipotético grupo de todos os universos possíveis e também à sobreposição quântica de vários estados de idênticos universos, rede látea de circuitos internos matematicamente definidos.
Resumo: Newton – espaço e tempo, conceitos independentes; Einstein - espaço e tempo, entidade geométrica unificada; aqui a Zé Pretta – espaço e tempo, conceitos independentes mas unificados como entidade geométrica apenas na presença de um corpo, só mensurável pela existência, sendo a existência planificada – sobreposição anti-matéria, matéria. Profecia – capacidade de visão antecipada desse corpo etéreo planificado, embrião cósmico do ser.
Ahahah! Ficção científica professor.
O mestre em pleno gozo afirma: “No capítulo “Da astrologia Sínica, a Japoa em particular”, Tçuzzu prolonga o raciocínio de Baltasar Gago, quanto à observação de dois graus diferentes de entendimento (…) e amplia o detalhe da descrição.
Sem comentário!
Eu sei que o cálculo da incerteza não é bem assim, mas, é como o Sinatra canta "My way".
Eu já moderava era esta caixa de comentários... o tuga é mesmo pouco dado a ciência. Que tristeza; patético. Adiante.
Disclaimer: não tenho qq. formação em física, pelo que se abaixo estiver muita asneira, peço paciência.
Nestas férias recuperei o Beginning of Infinity do David Deutsch que tinha aqui a apanhar pó e consegui lê-lo... Gostei imenso; foi a primeira vez que consegui perceber, por exemplo, entanglement e interference (cap 11). Acho eu que percebi.
No livro Deutsch apresenta e desenvolve a interpretação de Everett da teoria quântica, apresentando o conceito de "fungibilidade" que pelo que percebi permite obter diversidade num "multiverso" determinístico.
Cálculo que neste blog alguém já tenha lido o livro, pelo que gostava de ter algum comentário sobre como se relaciona esta interpretação com a relutância de Einstein a que o vosso post faz referência e já agora algum feedback sobre a própria interpretação.
Se eu me calo, isto fica chato e a ciência não evolui.
Irei ler atentamente o livro Deutsch e o seu elegante conceito de "fungibilidade".
Outro conceito interessante e na moda: dadaísmo (multiverso determinista?). Como afirmava Hugo Ball "O que chamamos Dada é um pedaço de estupidez do vazio, no qual todas as grandiosas questões se tornam envolvidas..."
Os desenhos e as fotos não estão mal, dentro do visível... Mas,a consciência da musa colapsa o artista... Colagem disposta segundo as leis do acaso ou uma inteligência superior que manipula o desenhador?
Déjà vu.
Recomendo:
http://www.gradiva.pt/?q=C/BOOKSSHOW/7445
Ok, ok. Vou à FNAC folheá-lo mas não prometo que o compre. Gosto de livros difíceis.
Obrigado caro LA vou experimentar e daqui a uns tempos dou noticias :)
Professor, então? O livro nem sequer foi distribuído! Obrigou-me a comprar o Kaku!
Sobre o que é observável: (A aparência e a essência)
Só acedemos à aparência das coisas, ao seu comportamento.
O seu âmago, a sua essência, reside tantalizantemente inatingível no
limite de uma sempre renovada boneca russa dentro de outra dentro de outra...
'Os fenómenos são a visão do invisível' (Anaxágoras: séc. V a. C.)
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