terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Escola (in)segura

Como aluna da primária, do liceu e da universidade tive a grande sorte de entrar e sair sempre pela porta principal das minhas escolas sem usar qualquer cartão, sem passar por detectores não-sei-de-quê, sem câmaras de vigilância apontadas, sem sequer me aperceber que poderia haver alguém especialmente incumbido de me controlar. Desde que entrei no sistema de ensino os adultos, naturalmente atentos, deram-me a liberdade e a responsabilidade que eu podia assumir e que me era devida.

Talvez por isso, por mais vezes que passe em portarias de escolas, não consigo ficar indiferente a toda essa filtragem, a que se junta, em alguns casos, a da polícia. É mais desconforto que sinto do que... segurança.

Como se sabe, há pouco tempo, (mais) um jovem entrou armado numa escola duma pacata cidade americana. Matou e matou-se.

resposta imediata (mesmo imediata) foi reforçar a vigilância: mais câmaras de vídeo para captar tudo a todo o momento; e mais policiamento, não apenas à porta da escola, mas em todo o seu recinto. Vigilância que, no dizer dum porta-voz da polícia, é "constantemente avaliada e ajustada de acordo com as necessidades", seja lá o que for. E, sorridente, acrescentou "acredito que agora deve ser a escola mais segura dos Estados Unidos".

Esta frase tornou-se título de incontáveis notícias que correram mundo e, ao que parece, tanto por lá como por cá entendeu-se que está certa, certíssima. Nenhuma discussão na imprensa, nenhuma apreensão. É esse o caminho, disse-me alguém, que mais se pode fazer para, como explicou o tal porta-voz, "fornecer aos estudantes um ambiente seguro de aprendizagem"?

Na escola muito mais se pode fazer... corrijo: na escola tem de se fazer alguma coisa diferente que contrarie a tendência paranóica de, por princípio, desconfiar de todos, de ver nos "outros" inimigos potenciais e letais, usando-se, para (ilusória) defesa os piores meios.

Não são os cartões, as câmaras de vídeo, as revistas policiais que educam, são as pessoas... temos de voltar às pessoas, temos ensinar o cuidado, a confiança...

6 comentários:

José Batista disse...

Isto é (muito) boa pedagogia. Dentro e fora da escola.
E a mais segura.

É preciso não desistir de o explicar, caríssima professora. Por mais difícil que seja. E é.

Anónimo disse...

Gostei do artigo, acho que é por aí. Sandy Hook é só mais um caso de democídio, não se trata de um miúdo que se passou, isso é a história da carochinha. Aquilo cheira a esturro por todo o lado, infelizmente temos de esperar mais atentados demónicos até os servos do complexo industrial e militar conseguirem destruir a 2ª Emenda da Constituição Americana. Agora, será que conseguirão? Estou certo que só por cima de milhares de cadáveres de patriotas americanos, eis porque a cultura americana precisa das armas e sempre precisou, a cultura tem sempre as suas causalidades e nada está ao acaso.

Anónimo disse...

Hei, que raio é este vídeo, é só mais um episódio estranho:
um tributo às vitimas de Sandy Hook carregado 1 mês antes do tiroteio do massacre?
http://www.youtube.com/watch?v=UDKpyD1jPOM

Anónimo disse...

Investigação da legitimidade do vídeo, através do Twitter, onde é impossível falsificar a data e os dados.
Sandy Hook Tribute to the Victims Twitter / Tweet From 1 month before shooting...
http://www.youtube.com/watch?v=dgKOCb1e0XA

Anónimo disse...

SANDY HOOK "BUSTED WIDE OPEN!!!"
http://www.youtube.com/watch?v=wc8HGPfF8ow

War is in your mind

Anónimo disse...

Afinal é possível falciar datas no twitter e Vimeo.
Este mundo tornou-se de facto uma treta.

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