O matemático Nuno Crato é o novo ministro da Educação, Ensino Superior e Ciência. É uma excelente escolha de Pedro Passos Coelho. Terá nas mãos uma tarefa hercúlea, imensas resistências e muitas dificuldades de uma máquina pesada. Mas encontrará também uma comunidade sedenta de oportunidade e com vontade de colocar toda a sua experiência ao serviço do país.
Boa sorte Nuno.
:-)
segunda-feira, 20 de junho de 2011
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25 comentários:
Não sei se Nuno Crato concordará com os votos de "boa sorte". Tanto quanto resulta do seu discurso, será muito mais uma questão de saber e de poder do que de sorte. Reconheço que Nuno Crato tem a ousadia de por em causa alguns dos disparates do ensino atual, mas receio que lhe falte um conhecimento mais profundo de algumas realidades.
É fácil perceber e denunciar falhas do "eduquês" como Nuno Crato o faz, mas isso não basta. Às vezes é até muito desanimadora a forma como o faz. Essa coisa do "ensino centrado no aluno", por exemplo. Nuno Crato parece ignorar que as ideias sobre a aprendizagem centrada na atividade do aluno estão corretas enquanto sejam uma reação à ineficácia de um certo ensino demasiado centrado na atividade do professor, opção esta que se praticou e pratica ainda muito nas nossas escolas com péssimos resultados. Mas este ponto de vista da questão é sempre ignorado pelo atual ministro.
Os exemplos do saber necessário são muitos. Para não me alongar muito, refiro apenas que é quase certo que muitas das ideias de Nuno Crato sobre educação vão ficar no tinteiro. Num conhecido discurso, perguntava ele por que motivo o Ministério não dá às escolas liberdade na elaboração dos horários. Estas e outras coisas Nuno Crato irá agora finalmente perceber. Recomendo-lhe a leitura (ou releitura) do livro "Difícil é educá-los", de David Justino. Como é que um homem que revela ter tanto e tão bom conhecimento da educação em Portugal não conseguiu mexer muito com ela quando foi ministro? O autor dá alguns subsídios para a resposta, nomeadamente no capítulo 8.
¿Nuno Crato es el matemático que también se dedica a la divulgación? Hace varios años fui miembro de un comité de selección de candidaturas para los premios Descartes de divulgación de la Unión Europea y recuerdo que me impresionó ver todo lo que habia realizado este matemático en el mundo de la divulgación (si es el mismo).
A derradeira oportunidade de arrepiar caminho no desastre que é a Educação, iniciado no consulado de Roberto Carneiro e, a partir daí, sempre a descer.
Espero que Nuno Crato consiga, com o seu Conhecimento, reconstruir a partir de escombros, um dos pilares do colectivo nacional.
Não lhe gabo a sorte, face a um sector onde quem manda são as "máquinas" burocráticas e "pedagógicas". Mas saúdo-lhe a coragem e o desejo de provar e servir.
OS GRILOS DA NAÇÃO E a minha curiosidade em ver como Nuno Crato vai descalçar esta bota.
... "sedenta de oportunidade" ou farta de oportunismo?! JCN
Anónimo lá de cima: então o que era melhor? Meter lá algum político que não percebesse pêva de educação?
O meu agradecimento ao Nuno Crato por ter aceite o cargo.
Desejo-lhe tudo de bom, a começar por um Ministério que tenha orgulho na pessoa que agora o vai gerir, e que saibam ser dignos do novo Ministro.
Ass.: um pai com 3 filhas e que sabe que a população indiana com QI de génio, é sensivelmente a mesma que toda a população da UE.
AM
Falar antes ou falar depois é fácil. Fazer durante é que tem sido difícil! Foi o que aconteceu com a maioria dos que foram ministros da educação ao longo destes alegres anos.
Nuno Crato tem agora a sua hora - vamos ver. Vamos ver se a montanha não pariu (mais) um rato. Até tem tudo de feição - a crise, a troika, os resultados da educação - para entrar duro e "fazer sangue".
Eu já estou à espera do novo livro - até lhe sugiro um título "Foi uma vez o eduquês... ou talvez não".
ze do mundo
Excelente escolha. Desejo-lhe um excelente trabalho e que tente aguentar a pressão dos lobbies para que se acabe com o PREC no ensino.
Apenas um conselho, não deixe em momento algum que se misturem questões sociais com ensino. As questões sociais resolvem-se noutro sítio que não na sala de aula. Os lobbies atacarão, demagogicamente, por aqui.
Prezada Mercè Piqueras: O Nuno Crato, de quem fala e tece elogios muito merecidos, é o actual Ministro da Educação de Portugal.
Amistosas saudações e agradecimentos pelo seu esclarecedor comentário porque, na "vox populi" portuguesa, "ninguém é profeta na sua própria terra"!
Vou gostar de ver no futuro os comentários de todos os que aqui o elogiam e acham que foi uma boa escolha...
É preciso salvar a escola torná-la no lugar em que se ensina e se aprende, formar os futuros cidadãos, prestigiar o professor, dignificar a profissão docente, expurgar da profissão de professor a burocracia infernal, a papelada, as grelhas, os relatórios, etc, etc, etc. Deixem os professores ensinar, preparar as suas aulas, investigarem, não os transformem nuns atarefados de coisa nenhuma...
Temos esperança em Nuno Crato!
Tambem tenho esperança em Nuno Crato. Por todos os motivos e mais algum, incluindo este: quem me dera voltar a ter tempo para ler! Sendo a minha área as línguas e literaturas, e apesar de saber que nem com mais 30 mil vidas teria tempo par ler todos os livros que gostaria, penso que será razoável para todos perceber que um professor desta área só poderá desenvolver as suas competências lendo muito. Já há uns anos a esta parte que ler... só no mês de Agosto.
Curioso um conselho por aí deixado a Nuno Crato: as preocupações sociais são um lobbie e seus detentores "atacarão demagogicamente por aí".
Só me vem à cabeça Virgínia Woolf: "Quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau..."
HR
Acrescento - dirigindo-me a quem aqui deixou um curioso conselho a Nuno Crato (sendo que, ainda mais curiosamente, se trata de alguém cujos comentários, de uma maneira geral, considero interessantes e válidos, embora um pouco azedos)- um conselho: a leitura de "Filosofia em Directo" de Desidério Murcho, publicado recentemente pela FFMS e à venda, por um preço completamente acessível, nos supermercados Pingo Doce. É uma leitura que abre perspectivas e pode ajudar-nos a todos a pensar melhor...
A respeito, pergunto aos responsáveis do blogue, onde anda Desidério Murcho que desapareceu daqui? Tenho saudades da sua linguagem. Desidério Murcho escrevia aqui utilizando um calão que, pela inteligência e sentido de humor, era, na voz dele, completamente apropriado. Pena foi que tivesse dado azo a leitores ordinários. Porque poucos têm a capacidade de utilizar calão sem serem ordinários, como Desidério Murcho.
HR
Não falta quem, mesmo sem usar calão, nunca deixe de ser ordinário no mais puro sentido etimológico do termo, ou seja, corriqueiro! JCN
Caro HR,
De facto, quando um professor de línguas e literaturas deixa de ter tempo para ler, que mais comentários podemos fazer?
Caro HR, agradeço muito o seu conselho, mas as minha áreas de interesses são outras.
Quando diz que os meus comentários são um pouco azedos, repare que eu já estou farto há muitos anos de ver o país cair para o abismo, apesar das cartas escritas a quem de direito.
Quando passei pela "escola" pública, até tropecei em professores que professavam o eduquês travestido de ciência. Até progrediam na carreira mais depressa que colegas doutorados na sua área científica.... Havia reuniões para justificar a não progressão de um aluno com 7 ou 8 negativas!!!!
Havia horários para tarefas tão complexas como a impressão de certificados..., porque os funcionários administrativos não sabiam imprimir...
Apesar de ter lá estado pouco mais de dois anos, tive que ficar azedo. É que a "escola" pública é muitíssimo pior do que aquilo que um ser humano é capaz de descrever. A única expressão que de forma muito leve, talvez, consiga descrever esta desgraçada instituição é a seguinte: "Quase tudo aquilo que nos ensinam, na Faculdade, a não fazer é precisamente aquilo que somos obrigados a cumprir na "escola" pública; e somos obrigados pela Lei!"
Caro Fartinho da Silva,
Acredite que o entendo perfeitamente, eu contiuo lá a engolir sapos enviados profusamente por essa dita lei. Tenho uma vantagem, quando entro na sala de aula, e apesar de tudo o que se diz dos alunos, sinto-me bem, mais que isso, sinto um entusiasmo que não consigo explicar, mas que só pode vir de um lugar profundíssimo.
Mas as atrocidades a boas práticas de trabalho docente sucedem-se, dando muitas vezes lugar a uma exaustão sem qualquer justificação. Já tive várias ameaças de processos disciplinares, várias discussões com directores, este ano decidi que chegava. Ponderei sair do ensino, surgiu outra possibilidade que me garantiria a sobrevivência. Mas, depois de faltar quase dois meses por motivos de saúde, quando regressei percebi, perante as reacções e comentários dos alunos, que se saísse me iria arrepender. Percebi que queria ensinar a meio da adolescência. E esse desejo morrerá comigo.
O motivo pelo qual (e peço desculpa se fui pouco cordial na escolha das minhas palavras) entrei "em desacordo" consigo, é que tenho presenciado situações sociais e familiares com consequências tão graves para quem as vive que é impossível ignorá-las e não levantar os braços de indignação.
Sabendo que as questões sociais não se resolvem na escola, também sei que, sendo nós humanos, não conseguimos, por mais seguros que estejamos, deixar de estender a mão a quem, à nossa frente, se debate para não morrer afogado.
A leitura que referi é importante na medida em que nos ajuda a "configurar" o pensamento para olhar para a realidade na sua duplicidade, no mínimo. A Filosofia é, nessa medida, importante para qualquer área de saber. Ensina-nos a fazer o papel do diabo perante as nossas convicções para que as mesmas não se transformem em dogmas e preconceitos. É só isso.
Agradeço o seu comentário.
HR
Para se ser político não basta
ser um emérito universitário:
importa saber ler o breviário
peculiar da respectiva casta!
JCN
Nuno Crato nasceu para a política muito antes do que vocês pensam.
Anos 70.
Chegou a pertencer ao orgão máximo da UDP, em 1978.
Ainda pensam o mesmo?!
Não se sentem co-responsáveis por tamanha incompetência no MEC (Ministério do Eduquês Cratense)?
Taé chegou a fazer greve de fome... Mas isso não lhe dá competência para ser Ministro!
O entusiasmo, orgulho e apoio que a Escola Superior de Desporto de Rio Maior, do Instituto Politécnico de Santarém, suscita ao Sr. Ministro da Educação, Prof. Nuno Crato, é partilhado por sucessivos titulares do Ministério com a Tutela do Ensino Superior, nomeadamente, pela Sr.ª Prof.ª Maria da Graça Carvalho, titular da pasta do Ensino Superior nos XV e XVI Governos Constitucionais, como resulta da vibrante intervenção da mesma Senhora, no dia 24 de Maio de 2013, na inauguração das instalações da Escola Superior de Desporto de Rio Maior:
http://www.gracacarvalho.eu/xms/files/ACTIVIDADE_EM_PORTUGAL/OUTRAS_ACTIVIDADES/2013/5_24-05-2013_IP_Santarem/Speech_final_site.pdf
Se no motor de busca pesquisarem:
Anexo Técnico nVI –UMa – IPS.tif – GPC – Universidade da Madeira
Vão encontrar um ficheiro PDF, que encerra um documento que ficará para a história do ensino superior – PÚBLICO - e nessa medida, caso nele tenham interesse, aconselho que façam a sua impressão, enquanto está disponível. Documento este, que nos permite perscrutar o modus operandi seguido para o Doutoramento em Ciências do Desporto, da Escola Superior de Desporto de Rio Maior, do Instituto Politécnico de Santarém, em parceria com a Universidade da Madeira. E, com alguma ironia, até concluir que, no ensino superior público português, é muito mais fácil ministrar um Doutoramento do que uma Licenciatura.
Não fora este documento ser o princípio do fim da Universidade Pública, quantos mais empreendedores, em nome do princípio da igualdade, num futuro próximo não seriam tentados a fazer parcerias idênticas.
Os Marajás
O dia amanheceu com notícias pouco auspiciosas, não diversas das habituais nestes tempos. Dizem-nos hoje que existe um número extremamente reduzido de contribuintes para a Segurança Social, a contrastar com o universo de beneficiários, o maior que se conhece. Tal facto resulta da inexistência de compartimentos estanques nas sociedades contemporâneas. Dito de outra forma, o ambiente de crise económica traduz-se num agravamento das despesas públicas e reduzi-las, através de medidas de austeridade como predispõe o Governo, proporciona efeitos contrários aos desejados, a saber, um acréscimo das dificuldades das empresas, através do esforço fiscal e da redução do consumo interno, eixos aos quais sobrevêm o aumento do desemprego e, com ele, uma nova aceleração dos gastos do Estado que, ao invés de baixarem, crescem. Dir-se-ia um ciclo vicioso… agudizado, por outro lado, pelo ritmo de saídas da função pública, uma tendência que o Governo em vão tentou contrariar, do qual resulta uma perda dupla para o Estado, lesado com a saída de recursos humanos experientes e penalizado, de novo, com o peso reforçado das pensões e reformas da Segurança Social e Caixa Geral de Aposentações. Medidas como as previstas para o novo orçamento, como o aumento das contribuições devidas pelos serviços públicos por trabalhador, segundo uma lógica de convergência com o sector privado, constitui um expediente paliativo… porque as causas do problema prevalecem inalteradas, suportadas no recuo substancial da riqueza produzida em Portugal. E sem gerar receita não haverá forma de manter despesas ou pagar dívidas…
Esta asserção, de senso comum, não nos deve eximir da análise sobre o desperdício de dinheiros públicos, mesmo em sectores estruturantes como o ensino superior, verificados num passado próximo. Tal reflexão terá um retorno tão mais meritório quanto dela se extrair a capacidade de alterar substancialmente uma estrutura de cujo sucesso depende a recuperação económica sustentada do país. E, ao contrário do que se possa pensar, não é uma tarefa ciclópica ou inatingível… pode iniciar-se este exercício por atender às vozes de quem tem, ou teve, a frontalidade de dar um contributo sobre a instituição em que se encontra inserido. Por exemplo, conviria ao Ministério da Educação recuperar as afirmações do representante dos alunos do Instituto Politécnico de Santarém, na cerimónia de abertura do ano lectivo realizada em Outubro de 2010. Por essas (afirmações), somos levados a um universo impensável nos nossos dias, o de férias não gozadas que se traduzem em rendimento, se considerado o corte severo aplicado na duração e montante dos subsídios de desemprego e doença.
Assumindo que houve, em Portugal, Marajás (e não apenas na Índia, em tempos recuados) melhor fora que, em nome da equidade na aplicação dos dinheiros públicos mas também da satisfação das reais necessidades (imensas) do país, circunstâncias como estas não voltassem a acontecer. Mais, que o mesmo Ministério que supôs impor aos professores a devolução do dinheiro recebido em resultado de um erro na progressão na carreira, que não lhes era imputável, por maioria de razão usasse de igual exigência com os Marajás, e determinasse o reembolso de verbas por eles despendidas em extravagâncias, tais como, com um cruzeiro com almoço a bordo e transfer ao cais, ou com férias não gozadas que se traduzem em rendimento...
http://videos.sapo.ao/dYgrN75qdYhQMMgy07Jg
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