sexta-feira, 29 de maio de 2009
E agora?
Um relatório da EIA divulga hoje as previsões da evolução do consumo mundial de energia. Se o relatório estivesse disponível umas horas antes, praticamente toda a apresentação no debate sobre energia nuclear de Joanaz de Melo, que não saiu da dimunuição dos consumos, tinha ido directamente para o lixo: a EIA prevê,até 2030, um aumento do consumo mundial de energia de 44%, com os países em desenvolvimento a assegurar a maior fatia deste aumento, cerca de 2/3.
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2 comentários:
Bem, agora, parece que a solução será o dever de começar a educar para o nuclear, já! (ou talvez (ainda) não).
Mas não vos esqueçais que estes senhores medem pela mesma bitola com que os «sábios» economistas fizeram as suas estatísticas e projeções... A questão é complexa e deve ser debatida com todos os elementos disponíveis, certo, mas não venham com ideias (preconceitos) do tipo «a emoção não tem tanta força como a razão» - uma crítica de que já fui alvo, tomando-se por «emoção», não reflexão ou intuição, não sei a que se referia exatamenmte - porque então fica a reflexão: não será a inteligência emocional, que tem ganho terreno ultimamente à periclitante «razão intelectual» do racionalismo/positivismo, o modelo a seguir (também) pelos bem pensantes - que (só) pensam com a cabeça?
Embora pareça que, analogamente a temas que têm vindo e virão para a ordem do dia como eutanásias, e outras aberrações à la Sakozy e «Clube», a batalha esteja perdida, acho que há ainda muito diálogo a travar (entre quem tiver disposição para tal) e, já agora, nesta propalada mudança de paradigma (que não deve ser apenas económico-finaceiro), que se abandonem alguns «mitos» e se olhe para o horizonte, refletindo profundamente no passado e não nos perdermos neste labirinto de informação, que, paulatinamente, vai moldando o nosso tipo de pensar... não mais longe do que as estimativas para 2050 ou, no máximo, até 2100.
Estas previsão económicas a 20 anos são construídas com base na evolução dos últimos anos. Existem muitos factores que poderão vir a influenciar a evolução futura do consumo de energia, seja para melhor ou pior. Alguns desses factores são difíceis de controlar - crises económicas -, mas outros não. Este estudo deve servir para motivar uma mudança de atitude em relação ao consumo de energia e para a adopção de politicas de incentivo à sua redução. Quanto ao nuclear, parece-me sempre uma boa opção. Mesmo com o problema dos resíduos radioactivos, parece-me uma energia mais limpa do que outras alternativas. Continuar a enviar CO2 para a atmosfera começa a ser uma má opção. E já que os países em desenvolvimento vão aumentar a emissão - por razões óbvias -, deve ser o ocidente a liderar a substituição de termo-eléctricas alimentadas a hidrocarbonetos por outras formas de produção de energia. Neste contexto, a energia nuclear parece uma das melhores alternativas.
Luis
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