quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Evolução no Colbert Report



Em Abril de 2006, os grupos de investigação de Edward Daeschler da Academy of Natural Sciences em Filadélfia, Farish Jenkins de Harvard e Neil H. Shubin da Universidade de Chicago descreveram em dois artigos na Nature a sua descoberta do fóssil de uma espécie (quasi) tetrápode, a que chamaram Tiktaalik roseae. O fóssil com 375 milhões de anos que tem o nome Inuit para um peixe de águas pouco profundas foi encontrado nos sedimentos do leito de um rio no Ártico canadiano, a cerca de 1000 km do Pólo Norte.

O Tiktaalik apresenta escamas ósseas e barbatanas mas permite apreciar a evolução do esqueleto apendicular. As barbatanas peitorais apresentam características quasi de membros; o esqueleto interno exibe a estrutura de um braço, incluindo ombro, cotovelo e pulso em que a parte terminal deste membro - o autopodium - ainda não existe com o plano básico de um tetrápode típico,isto é, não existem ainda os meta elementos, os metacarpos e respectivas falanges.

Na altura os criacionistas americanos tiveram alguns problemas em digerir o Tikataalik rosae. O templo do ID, o Discovery Institute, clamou não constituir o fóssil uma ameaça para as suas pretensões neocriacionistas uma vez que para serem espécies intermédias entre peixes e tetrápodes teriam de ter exactamente 50% das características de cada, peixe e tetrápode :

«Estes peixes não são espécies intermédias, explicaram os cientistas do Discovery Institute que questionei sobre a descoberta. Não são intermédios no sentido que são meio peixe/meio tetrápode. Pelo contrário, estes peixes têm algumas características de tetrápodes».

Neil Shubin foi o convidado do Colbert Report de 15 de Janeiro, dia em que foi lançado o livro de Shubin «Your Inner Fish: A Journey Into the 3.5-Billion-Year History of the Human Body» (disponível no final do mês na Amazon britânica). Não deixa de ser irónico que actualmente nas televisões norte-americanas os momentos mais sérios de ciência aconteçam na Central da Comédia!

8 comentários:

perspectiva disse...

O estatuto de elo de transição do Tiktaalik de peixe para tetrápode está rodeado de dificuldades estruturais e funcionais, como tem sido amplamente documentado, mesmo na literatura evolucionista.

Um bocado à imagem do que se passa com outras “transições” (v.g. dinossauro/ave; mamíferos terrestres/baleias; primatas/seres humanos), trata-se aqui de uma “transição” só aparentemente plausível.

Quando analisada em detalhe, à semelhança do que se passa noutros casos, entra imediatamente em colapso, por razões em boa medida paralelas às demais transições falhadas do evolucionismo.

Alguns dos problemas que colocam dificuldades inultrapassáveis prendem-se com a origem da locomoção, com a inexistência de progressão regular nas barbatanas dos hipotéticos elos da cadeia, a inexistência de uma progressão regular em matéria de tamanho entre os hipotéticos elos da cadeia, etc.

Acresce que a evidência encontrada é claramente insuficiente para suportar as extrapolações evolutivas dos evolucionistas.

Isto, para não falar dos problemas e desencontros que rodeiam a datação.

Devemos ter presente o facto de que existem cerca de 25 000 espécies de peixes vivos documentadas, com características muito diferentes umas das outras.

Todos os anos estão a ser descobertas entre 200 a 300 novas espécies. (são descobertas, não evoluem!)

Existem muitas classificações diferentes de peixes, dada a grande variedade dos mesmos.

Existem peixes respiram ar, que “andam” e mesmo registos de alguns que sobem às árvores (Anabas testudineus).

Do mesmo modo, existem peixes voadores, sem que daí se possam retirar quaisquer interpretações evolutivas plausíveis.

Eles são contemporâneos das aves e dos seres humanos, não seus antepassados evolutivos. Trata-se essencialmente de casos interessantes de especialização.

Os evolucionistas defendem que os invertebrados demoraram cerca de 100 milhões de anos a evoluir para peixes, sem que exista qualquer evidência fóssil (ou outra) conclusiva nesse sentido.

Trata-se de um domínio essencialmente assente na especulação.

O Tiktaalik é, na melhor das hipóteses, um “mosaico”, como tantos outros casos, e não um suposto elo de transição evolutiva.

O mesmo mostra que módulos comuns apontam para a existência de um Criador comum, sendo a evolução incapaz de explicar este padrão modular, já que a selecção natural apenas pode funcionar no organismo como um todo.

Isto é, a selecção natural não pode seleccionar uma cabeça com uma particular configuração, mas apenas criaturas que tenham uma cabeça que lhes confira uma aptidão superior.

Mas o Criador, trabalhando com diferentes módulos, pode criar diferentes criaturas com diferentes módulos, à margem de qualquer padrão evolutivo consistente.

Dessa forma, o Criador envia-nos uma “mensagem biótica” acerca da Sua existência.

Resumindo, o Tiktaalik é apenas um peixe.

De resto, sto mesmo foi reconhecido num artigo na revista Nature sobre o Tiktaalik em que os autores diziam:

“in some respects Tiktaalik and Panderichthys are straightforward fishes: they have small pelvic fins, retain fin rays in their paired appendages and have well-developed gill arches, suggesting that both animals remained mostly aquatic.”

Ahlberg, P.E. and Clack, J.A., News and Views, Nature 440(7085): 747–749), 6 April 2006

Informação mais detalhada sobre o Tiktaalik pode ver-se em:

www.creationwiki.org
www.creationontheweb.org
www.answersingenesis.org

Julio Maugénio disse...

"Desta forma, o Criador envia-nos uma "mensagem biótica" acerca da Sua existência".

No comments!!

Fernando Martins disse...

Caro Doutor "perspectiva":

Cá está outra vez a comentar o que não sabe através do habitual "copy & past" de textos de outros que pouco mais sabem do assunto do que o senhor... É lamentável o modo como o senhor interage com estas notícias, negando a evidência e tentando tapar o Sol com uma peneira...

PS - Porque não admite os erros e gaffes que cometeu em comentários anteriores, nomeadamente no post "Evolução e pós-modernismo" e outros anteriores...? Sabe bem que para os cristãos a mentira é um erro grave e assumir os erros é o primeiro passo para os superar...

Bruno Afonso disse...

Ola' Palmira,

Excelente post. Penso que a divulgacao geral deste tipo de conhecimento sobre especies exemplificativos de transicoes sao a melhor maneira de espalhar o conhecimento cientifico.

Nao penso que se deva dar a importancia excessiva que se da' aos creacionistas. Isso apenas serve o proposito dos seus proponentes.

A decisao e' entre um conhecimento assente em fundamentos cientificos ou especulativos. Bastante simples.

perspectiva disse...

Fernando Martins diz:

"Sabe bem que para os cristãos a mentira é um erro grave e assumir os erros é o primeiro passo para os superar..."

Será que isto vale só para os cristãos? Pelos vistos sim, já que os evolucionistas, pelos vistos, não acreditam no bem e no mal.

Os evolucionistas deste blogue estão sempre a desancar naqueles que acreditam em valores absolutos.

Mas então como é que podem condenar a mentira de acordo com os vossos próprios critérios.

Estimado Fernando Martins. A sua argumentação neste blogue tem-se revelado sobremaneira estéril.

A próxima vez que acusar os criacionistas de erros e gafes, seja mais específico.

Quem faz acusações genéricas expõe vergonhosamente a sua total ausência de argumentos.

A menos que esteja mais apostado em denegrir os criacionistas do que em obter respostas.

perspectiva disse...

O Fernando Martins devia é desconfiar daqueles que, neste blogue, passam gato por lebre em nome da ciência e da teoria da evolução.

É o caso da Palmira Silva, que compara a estrutura dos cubos de gelo com a informação complexa e especificada contida no DNA! Pasme-se!!

É o caso também do Ludwig Krippahl, que teve o descaramento de afirmar que a mitose e a meiose são mecanismos de criação naturalística de DNA (ignorando que em ambos os processos se copia informação genética pré-existente e, no caso da meiose, se assegura que cada espécie se reproduza de acordo com essa mesma espécie, tal como a Bíblia diz em Génesis 1).

O Fernando Martins pelos vistos não está nada preocupado com essas gaffes.

Repare, Fernando Martins, que diferentemente do que sucede consigo, sou bem específico quando chamo a atenção para erros e gafes dos evolucionistas.

Aprenda!

Fernando Martins disse...

Caro Jónatas "perspectiva"

"Quem faz acusações genéricas expõe vergonhosamente a sua total ausência de argumentos."

Não leu os meus comentários anteriores (num até me dei a trabalho, para lhe facilitar a vida, a pôr link para as patranhas que tinha colocado em textos seus anteriores...). Se tivesse lido e tivesse vergonha não dizia o que diz aqui.

Os seus argumentos não o são, são os de alguém sem formação em Ciência que pega em PALAVRAS (às vezes de alguém que nesse mesmo texto que copiou diz precisamente o contrário do aquilo em que o senhor acredita...) e as interpreta para se justificar.

Pode acreditar no que quer, mas não mistura crenças não científicas com ciência - é so isso o que lhe peço...

Pedro Luna disse...

É patético ver um professor universitário, usando um pseudónimo, tentar-nos convencer que a Bíblia é verdade científica e que toda a ciência está errada.

Por não tenta voltar ao século XIX e participar no debate entre Wilberforce e Huxley ou falar com os cientistas e teólogos que, há dois séculos atrás, debateram o assunto? É que os seus argumentos são a cópia chapada dos argumentos dos criacionistas dessa altura (com a diferença de que entretanto a ciência fez mais descobertas que mandaram o criacionismo para o caixote do lixo da História...).

Quem é o senhor para pôr em causa a Física, a Química, a Linguística, a História, a Biologia, a Geologia e a Teologia da maioria das Igrejas cristãs? E por que raio, se não acredita na Ciência, a usa para fazer uma cruzada contra ela? Ou esta só é boa para lhe dar meios de propaganda e é má quando nega os seus argumentos?

É preciso ser parvo para não perceber isto - as suas aldrabices podem pegar em leitores fanáticos da Bíblia, quem sabe de ciência (mesmo sendo crente...) percebe que só diz baboseiras e se mete com o que não sabe. Como disse um Senhor que viveu há XX séculos (e que lhe devia servir de exemplo) "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus"...

Tenha vergonha Doutor Jónatas...

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