Segunda-feira, curiosamente na véspera da minha ida à TSF falar sobre o «Segredo», passei por uma farmácia para comprar umas pastilhas para a garganta. A farmacêutica que me atendeu deu-me solicitamente umas pastilhas que me assegurou serem quasi milagrosas. Por hábito, olho sempre para a composição de qualquer medicamento que compre e qual não foi a minha surpresa quando vejo umas sinalefas suspeitas no verso da embalagem.
Inquiri a farmacêutica sobre as ditas sinalefas e ouvi boquiaberta a senhora explicar-me que se tratava de um «medicamento» homeopático, muito melhor que os restantes porque não tinha «químicos». Expliquei-lhe que que era um disparate total dizer que algo não tinha «químicos», tudo, tirando o vácuo absoluto, «tem» químicos e depois de lhe manifestar a minha surpresa por uma farmacêutica ter esta postura anti-ciência disse-lhe que pretendia algo para a garganta, não um placebo.
Não sou grande adepta de argumentos de autoridade mas devo confessar que não aguentei mais que uns minutos a tirada indignada da senhora, que apontou a minha ignorância nestas coisas de medicamentos e repetidamente referiu a sua licenciatura em farmácia como argumento liminar das virtudes e cientificidade da homeopatia, para lhe explicar que era doutorada em química mas que não eram necessários muitos conhecimentos de química ao comum mortal para perceber que a homeopatia era uma fraude (e uma fraude muito cara, os tais comprimidos homeopatetas custam mais do triplo do preço do medicamento a sério que acabei por comprar).
Esta experiência fez-me perceber que a irracionalidade de que tanto falamos no De Rerum Natura chegou em força a Portugal, mesmo aos locais mais insuspeitos, nomeadamente suponho que esta farmácia moderna, que exibe tecnologia «state of the art», não seja caso único. Como aparentemente a homeopatetice assentou arrais no nosso cantinho achei por bem explicar porque é uma fraude pseudo-científica.
A homeopatia foi «inventada» em 1796 por um médico alemão, Samuel Hahnemann, que não tinha a medicina da altura em grande conta e propôs (mais) um método místico de «cura». A desconfiança de Hahnemann era completamente justificada se pensarmos que na época estavam na moda as sangrias - recomendadas para tudo e mais umas botas, mesmo hemorragias, Goethe, por exemplo, após sofrer uma hemorragia estomacal, foi privado de mais de um litro de sangue - e «remédios» como a «pílula perpétua», a bola de antimónio metálico referida pelo Carlos, ou o calomelanos (cloreto de mercúrio, extremamente tóxico).
Aliás, George Washington, que faleceu uns anos antes do nascimento da homeopatia, em 14 de Dezembro de 1779, é um bom exemplo dos efeitos da medicina praticada na altura. Washington foi «medicado» por uma dor de garganta atípica, «tratamento» que consistiu em sangrias sucessivas que no espaço de alguns horas lhe removeram mais de três litros de sangue, seguidas da administração de calomelanos. Embora muito se discuta sobre qual a doença que afligiu Washington, diria não ser muito arriscado supor que morreu não da doença mas sim da cura.
Como referiu Ben Goldacre há cerca de 15 dias no jornal britânico de Medicina «The Lancet», durante um epidemia de cólera em Londres no século XIX, as taxas de morte no hospital homeopático local foram cerca de três vezes mais baixas que nos restantes hospitais uma vez que os tratamentos homeopatetas simplesmente não fazem nada enquanto a terapia da época, sangramentos como seria de esperar, diminuia muito as hipóteses de o paciente ultrapassar os desarranjos intestinais induzidos pela enterotoxina da Vibrio cholerae.
Assim, o sucesso inicial da homeopatia tinha a ver com o facto de que com ela os pacientes só morriam do mal e não também da cura, razões de sucesso que só fazem sentido hoje em dia se as entendermos à luz das pragas ditas New Age e/ou New Thought (na realidade velhas de pelo menos um século) que assolam a modernidade.
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28 comentários:
Pareceu-me que o onjecto do texto era explicar porque é que os ditos medicamentos homeopáticos são uma fraude e um placebo.
Percebi que em certas situações a abordagem pareceu mais efectiva simplesmente porque são um placebo.
Mas escapou-me o porquê ?
Os ditos são feitos de quê ? E que "quê" é esse que não faz nada ?
Que é isso da New Age e da New Thought ?
Confesso que não fiquei esclarecido. Seria possível acrescentar algo que mais na análise para que a sintese se tornasse mais acessível, Prof Palmira ?
Obrigado !
Bom, para explicar porque é que os "medicamentos" homeopáticos não passam de placebos, vamos começar por referir o princípio que está subjacente à sua preparação. Para começar, o critério de escolha do princípio activo, que se baseia no facto (para os "adeptos"...) de que determinados sintomas podem ser tratados por substâncias que os provocam, isto é, se os sintomas são nauseas então a cura pode ser obtida por uma substância que as provoque.
Claro que isto implica que muitas vezes as substâncias a utilizar como princípio activo sejam poderosos venenos, se utilizados directamente mas, como se verá adiante, isso não vai acarretar nenhum perigo para os utilizadores.
É que os "medicamentos" são preparados através de diluições sucessivas desse princípio activo, com o factor de diluição 1/100. Assim, um medicamento que apresente um CH 10 (existem com valores ainda mais elevados!) terá sido preparado por diluição do princípio activo de 1/100 (CH 1), depois nova diluição a partir da solução anterior no mesmo factor de 1/100 (CH 2) e assim por diante, até ao factor pretendido.
Temos assim uma fortíssima probabilidade de na solução final não existir uma única molécula do princípio activo, pelo que qualquer medicamento preparado a partir dela não passará de um placebo.
Claro que os defensores da homeopatia já ripostaram a estes argumentos, dizendo que como as sucessivas soluções são preparadas com forte agitação, as moléculas do princípio activo deixarão a "memória" na água da sua passagem por ela. Mas esta questão da "memória da água" já é outra história...
Francisco Martins
Tem piada que eu conheço um russo, doutorado em química, com uma excelente lista de publicações, que é fã da homeopatia!
Também conheço físicos com papers na Nature que são religiosos e supersticiosos!
E acho o Mundo muito mais engraçado assim, apesar de eu ser um agnósticoseco que não crê nas homeopatadas!
A Palmira e o Desidério não gostam de gente assim, não é? Mas os gaijos safam-se, metem cenas na Nature, esse é que é o caralho!
luis
Samuel Hahnemann inspirando-se em Paracelso (licenciado em medicina em 1510), vai por assim reciclar-lhe a sua parte mais obscura em 1796. Para a ciência química que seguimos hoje, uma boa parte deve-se a Paracelso, aplicando a química à medicina (derivada da Alquimia), sendo assim o precursor da farmacologia moderna. Mas como qualquer precursor esclarecido renascentista, também tinha em boa conta muita coisa esotérica como o hermetismo, o pitagorismo, o neoplatonismo e até a astrologia, o que para nós hoje é absurdo.
Ora, o que é irónico no meio disto tudo é que Hahnemann conserva de Paracelso o que a ciência deixou para trás como obsoleto, reciclado obviamente com alguma ideia nova e nomenclatura mais apropriada a sua época.
Aliás, vem a talhe de foice o post que hoje Desidério publicou sobre a Obra ao Negro de Marguerite Yourcenar. Neste excelente romance que eu também vivamente recomendo (já o li três vezes), o personagem principal, Zenão, sendo certo que é um protótipo da Renascença em que muitos nomes célebres de várias áreas podem encaixar, aquele em que Yourcenar se inspira para modelar o seu herói, é precisamente Paracelso.
Não sei se Palmira concorda comigo, pois as raizes históricas e os ínvios percursos de certas coisas são sempre polémicas e envolvidas de muita bruma interpretativa, mas este pequeno apontamento pode dar achegas esclarecedoras sobre homeopatetices.
Do que o senhor Martins disse eu percebi alguma coisa e agradeço por isso. Do resto não percebi grande coisa mas culpa minha. Mas a grande dúvida que me fica é se essa coisa é mesmo banha da cobra como é que consegue passar tantos crivos de técnicos e cientistas e chegar ao público ? É vigarice a a ASAE que anda a apreender tremoços nas feiras não diz nada ?! E os doutores que os comercializam e os outros que dizem que são charlatanices não andaram todos na mesma escola ?
Mas que mundo tão estranho ...
Afinal a posta não ia esclarecer essa crendice da homeopatia?
Esqueceu-se do que estava a fazer e ficou-se pelas sangrias...
O comentador Francisco Martins ainda, vá lá, ajudou, porque explicou minimamente o princípio básico da homeopatia, mas ficou-se, na contestação, por achar os medicamentos demasiado "fracos" por demasiado diluidos e portanto só conterem diluente (percebi eu).
Pessoalmente também estou na atitude passiva de "não aceito enquanto não me convencerem". Mas como também ainda não me convenceram de que é má ou inútil, não me ponho para aqui a vituperar contra a homeopatia. Um pouco a despropósito só lhe digo que tenho ainda maiores dúvidas sobre a excelência da "agricultura biológica" que se está a tornar num negócio politicamente correcto de nos impingirem produtos enfezados, ainda por cima com altos preços.
Para esclarecimentos consultar o site do Ben Goldacre:
http://www.badscience.net/
Está lá tudo sobre as diluições e o delírio da "memória" da água.
Ben Goldacre:
Homeopathic pills are made by taking a substance, such as arsenic, and diluting it in water by one part in 1,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000.
A drop of this water is put into a jar of pills, which are then sold at great cost, and prescribed by homeopaths.
Homeopaths claim that their pills make people get better. This is a very easy claim to test, and it has been tested, exhaustively.
The pills perform no better than ordinary everyday sugar pills which have never been given the magical treatment by a homeopath: no better than placebo pills, if you will.
But is there anything wrong with using the placebo effect? No, and it's fascinating. The placebo response is about far more than the pills - it is about the cultural meaning of a treatment, our expectation, and it has been studied extensively by medical science.
We know that four placebo sugar pills a day will clear up ulcers quicker than two sugar pills, we know that a saltwater injection is a more effective treatment for pain than a sugar pill, we know that green sugar pills are more effective for anxiety than red, and we know that brand packaging on painkillers increases pain relief.
Cara Prof. Palmira, gostaria de chamar a atencao para alguns pontos.
O encontro que descreve ser que foi mesmo com uma licenciada em farmacia da Ordem dos Farmaceuticos?
Ou tera sido com uma funcionario que, no maximo, tem o curso de auxiliar de farmacia?
A diferenca e importante.
Mas nao justifica essa do "nao tem quimicos"!
Bolas!
Eu ja sabia que tudo era quimico antes de ter Quimica no 8o ano!
Digo-lhe que tambem "que vou aos arames" quando alguem me diz tal absurdo.
Quanto a Homeopatia...
E verdade que a historia das diluicoes e de levantar o sobrolho...
No entanto, o que interessa sao os resultados.
Se usar uma abordagem homeopatica leva a melhoras entao aplique-se.
Quanto ao efeito placebo...
Este nao se pode aplicar a Homeopatia Veterinaria!
A qual fiquei a conhecer, senao me engano, na Universidade de Bona.
Alias, os produtos homeopaticos sao correntes na Alemanha.
Ja agora, o Francisco pos um esoterico "CH" no comentario dele. Eu, que me fartei de fazer diluicoes - desde o 9o ano ate ao fim do Ensino Superior - nao consigo decifra-lo!
Portanto, sem querer ser presuncoso, duvido que haja muita gente que o consiga!
Sera o autor um discipulo de Paracelso, usando siglas so decifraveis pelos "iniciados na arte"?
Embora a despropósito:
http://www.usatoday.com/news/education/2007-11-30-schools-creationism_N.htm#uslPageReturn
Recomendo a leitura dos comentários
Outra aldrabice! Mais pseudo Ciencia e banha da Cobra, Palmira devia ter deixado uma nota no livro de reclamações e alertar a ASAE e a ordem dos Farmaceuticos, vender medicamentos homeopaticos como medicamentos cientificamente comprovados é crime, no minimo deveria ser fechada essa farmacia no momento e despedida a senhora que a atendeu.
Caro portugal decosta, "CH" são tão somente as iniciais de "Centesimal Hahnemanniana", factor de identificação da diluição na medicação homeopática, pelo menos em França, parece-me que nos países anglo-saxónicos se utiliza unicamente "C". Como vê, não há aqui nada de esotérico.
Também eu nunca, em todos os anos enquanto aluno do liceu e depois nos estudos superiores, mais os anos que levo agora como professor, vi fazer ou fiz referência ao tal "CH" ou só "C", pela simples razão de que nas escolas, por enquanto, a charlatanice ainda não faz parte dos programas...
Francisco Martins.
"Quanto ao efeito placebo...
Este nao se pode aplicar a Homeopatia Veterinaria!"
Ai não? Então facto de um dono de um animal ter confiança num "medicamento" não tem efeito no resultado final...? É que há estudo científicos, feitos em humanos, que mostram que os resultados são apenas efeito placebo...
1 - Alguém daqui faz a menor ideia de como funciona biofisiologicamente um efeito placebo?
BEN GOLDACRE
"Homeopaths claim that their pills make people get better. This is a very easy claim to test, and it has been tested, exhaustively.
The pills perform no better than ordinary everyday sugar pills which have never been given the magical treatment by a homeopath: no better than placebo pills, if you will.
Ben Goldacre
The sceptic: Ben Goldacre
But is there anything wrong with using the placebo effect? No, and it's fascinating. The placebo response is about far more than the pills - it is about the cultural meaning of a treatment, our expectation, and it has been studied extensively by medical science.
We know that four placebo sugar pills a day will clear up ulcers quicker than two sugar pills, we know that a saltwater injection is a more effective treatment for pain than a sugar pill, we know that green sugar pills are more effective for anxiety than red, and we know that brand packaging on painkillers increases pain relief.
This research into the link between mind and body is fascinating, and far more interesting than any made-up story from homeopaths, where magic pills alone do the healing. "
Acredito ( é mesmo uma questão de fé) que a homeopatia se baseia no efeito placebo.
Sei que o efeito placebo funciona em algumas patologias cujas causas são psicossomáticas.
Sei que não funciona para curar, digamos, uma perna partida.
Dito isto, se há pessoas que acreditam de tal modo no medicamento que leva, por mecanismos que eu não conheço, o seu corpo a produzir mais endorfinas ou lá o que é, isso é bom para elas.
Eu tb gostaria de acreditar.
Claro que, acreditar por acreditar, talvez seja mais barata a crença religiosa ou nas pulseiras magnéticas.
Eu, que sou um céptico do caraças, nunca terei hipóteses de mobilizar as minhas desconhecidas capacidades de cura.
Estou em desvantagem.
Por isso, o que eu tenho é inveja das pessoas que acreditam. Têm mais hipoteses de se safarem, especialmente se tomarem o medicamento normal e o homeopático para "reequlibrar o organismo".
Ficam é com a carteira mais leve, o que é a única consolação que me resta.
"Mas afinal qual é a competência que tem uma «doutorada em Química» para falar sobre saúde ou medicina?"
Argumento final - um não especialista em Medicina ou Farmácia não pode falar de outras áreas... É um bocadinho pobre e deprimente, mas é o que se pode arranjar...
Hummm.. se antigamente a homeopatia resultava melhor do que a medicina porque os doentes morriam com os tratamentos médicos, como sabemos que isso não continua a suceder?
(desculpem , não resisti em usar a própria lógica do artigo...)
De qualquer forma quereria salientar que as certezas que as pessoas de ciencia tem na ciencia não é a mesma que as outras pessoas têm. E convém entrar com isso em consideração antes de se presumir que as pessoas são demasiado estúpidas ou ignorantes - normalmente experimentam essas tretas depois de desiludidas pela medicina. E é preciso não desprezar a força do efeito placebo.
Eu também já tive destas conversas com pessoas crentes "no poder da água". Já percebi que o melhor é não as desiludir, elas precisam dessas crenças, limito-me a verificar se da cença não resulta perigo para a pessoa.
Mas gostei de ler estes posts, são informativos.
Caro Prof. Francisco Martins, obrigado pelo seu esclarecimento.
Mas repare, que eu, ao ter referido Paracelso e a palavra esoterico, estava correcto.
De facto, essas iniciais "CH" nada tem de cientifico, e sao esotericas, excepto para os iniciados na "arte da homeopatia".
De nada vale ter aprendido quimica laboratorial, pois aqui elas nao tem lugar.
Como tal, sao indecifraveis!
Por outro lado, o prof., ao escrever num blogue para milhares de leitores, nao pode usar designacoes cripticas.
Ao usa-las, so confunde, alem de fragilizar os seus argumentos.
Quem nao deve nao teme.
Se esta tao certo, do ridiculo da homeopatia, entao seja claro no que escreve.
Nao o fazendo, cai nas mesmas armadilhas dos artistas paracelsicos.
Ou seja, na minha modesta opiniao, o seu esclarecimento so confirmou o que escrevi.
Cumprimentos.
Quanto a questao veterinaria...
Mas afinal quem esta doente?
O dono do animal ou o animal?
Que interessa a confianca do dono?
O prof. escreveu:
"Então facto de um dono de um animal ter confiança num "medicamento" não tem efeito no resultado final...?"
Entao, pegando nas suas palavras, se a confianca do dono tem efeitos no resultado final, entao, se ele acreditar que uma qualquer entidade sobrenatural lhe curara o bichito este ficara curado!
Sinceramente prof.!
Uma explicacao mistica para justificar a sua rejeicao da Homeopatia?!
Mas vale tudo?
Ate os homeopaticos fazem melhor!
Eu ando com uma infeccao, e nao e por confiar no antibiotico que ela desaparecera!
Se ela desaparecer, e porque estes microrganismos sao susceptiveis ao principio activo!
Nao e com pseudo-argumentos daquele calibre que o prof. consegue beliscar a Homeopatia!
Mas a sua argumentacao, senao mesmo a sua reputacao, belisca de certeza.
A proposito da competencia da Prof. Palmira.
Claro que ela tem formacao para falar em Quimica.
Mas questionar se pode falar em Medicina e legitimo!
Se estiver doente, eu irei a medica de familia e nao ao Instituto Superior Tecnico.
Mas o prof. Francisco contra-argumentou duma forma surpreendente.
Em vez de recorrer a factos foi pelo lado emocional!
Usou as palavras:
"Pobre e deprimente"?!
Mas isto e argumento para alguma coisa?!
Realmente!
Para este tipo de argumentacao, so me vem a cabeca a seguinte frase:
"É um bocadinho pobre e deprimente, mas é o que se pode arranjar..."
Epa!
Onde e que eu terei lido isto?
É pobre e deprimente acusar alguém de não poder falar em Farmacêutica e Medicina só porque tem um doutoramento em Química - é basicamente o contrário do argumento de catedra. O que estamos aqui a discutir é:
1. Se a Homeopatia tem explicação científica (a sua base inicial ou outra que tenha sido mais tarde "inventada"). Aqui a resposta, mesmo de quem defende a Homeopatia, é NÃO...
2. Mesmo não tendo explicação científica a Homeopatia poderia resultar (às vezes a ciência descobre coisas que só mais tarde consegue explicar). Aqui a resposta da ciência é novamente NÃO, tirando alguns pseudo-estudos pagos pela indústria que vende pílulas de açúcar e água pura resultante de diluições. Todos os estudos não patrocinados pela industria da Homeopatia têm a mesma resposta: não há resultados nenhuns sobre a doença e sim sobre a cabeça do crente na Homeopatia.
Há para aí imensa bibliografia sobre o assunto, já aqui sugerida -leiam-na e entendam-na...
PS - Quem é o "professor Francisco Martins"...?
PS 2 - "Eu ando com uma infeccao, e nao e por confiar no antibiotico que ela desaparecera!
Se ela desaparecer, e porque estes microrganismos sao susceptiveis ao principio activo!"
As infecções desaparecem sempre: umas vezes por acção directa do nosso corpo, que as combate, outras por acção de um antibiótico e ainda quando a pessoa morre e os "bichinhos" vão connosco para a cova. Só poderia assumir que as "poções homeopáticas" lhe curam uma doença se não tivesse nenhumas defesas imunológicas - não é o caso, pois não...?
O Farmacêutico não deve aconselhar medicamentos homeopáticos sem esclarecer completamente que são homeopáticos.
Como Farmacêutico, confesso que nunca consegui compreender o mecanismo de acção dos medicamentos homeopáticos; efeito placebo, talvez, ou então princípios ainda não compreendidos pela ciência, quem sabe. Em caso de dúvida mais depressa aconselharia gargarejos de água muito salgada.
Publiquei no "A Coruja" - http://acoruja.net uma tradução (autorizada) do texto citado 'O fim da homeopatia' de Ben Goldacre. O link é http://acoruja.haaan.com/ceticismo_fim_homeopatia
O site também tem textos sobre ceticismo, incluídos textos sobre homeopatia (como o excelente 'A inconsistência científica a homeopatia', de Paulo B. Bandarra - http://acoruja.haaan.com/str_inconsistencia_homeopatia
mário de sá peliteiro disse:
"Em caso de dúvida mais depressa aconselharia gargarejos de água muito salgada."
Ora aqui está uma questão que sempre me suscitou muita curiosidade - porque raio é que gargarejar com sal, alivia as dores de garganta?... há muitos anos que o faço, e com melhores resultados que a maioria das pastilhas - ou será placebo?
O sal tem exactamente o mesmo efeito que as comerciais hexetidina ou benzidamina, ou seja é um anti-séptico.
O mecanismo de acção é a lise bacteriana provocada por um fenómeno osmótico.
Talvez, pelo sabor desagradável e intenso, provoque um efeito dissimulador da sensação desagradável ou dolorosa da orofaringe.
eu axo estranho é as pesquisas in vitro e em animais darem muito certo com homeopatia e sabe-se que neles o placebo n funciona.
Sinceramente nao percebo porque raio as celulas cancerosas morrem com um homeopatico diluido a mais 200 vezes-----deve ser teima delas !!
"Cientistas russos descobriram um fenômeno natural que promete ser revolucionário. Revelou-se que os medicamentos podem ser eficazes em doses muito baixas.
Sabe-se que as substâncias dissolvidas em água perdem as suas propriedades, em proporção da quantidade de água na qual estão dissolvidas. Os cientistas russos gastaram seis anos para provar que assim se comportam apenas 25% das soluções. As propriedades dos restantes 75% mudam de modo inesperado.
Esta descoberta promete mudanças importantes na medicina e farmacologia: em concentrações insignificantes de substâncias, os efeitos colaterais dos medicamentos são minimizados."
PS. Entendo tanto de homeopatia como Palmira.
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