sábado, 18 de agosto de 2007

PROFECIAS FALHADAS

Ser profeta é difícil ou é preciso ter muito cuidado com o que se diz:

“Já se conhecem todas as leis mais importantes da Física”
A. A. Michelson, físico norte-americano, 1894

“Máquinas voadoras mais pesadas do que o ar são impossíveis
Lorde Kelvin, presidente da Royal Society, 1895

“Todas as coisas que podiam ser inventadas já o foram”
Charles H. Duell, Comissário do US Patent Office, 1899

“Os aviões são brinquedos interessantes, mas não têm qualquer interesse militar

Marechal Ferdinand Foch, Professor de Estratégia, Ecole Supérieure de Guerre

“Penso que há no mundo mercado para talvez cinco computadores
Thomas Watson, chairman da IBM, 1943.

“Essa é a maior tontaria que eu jamais vi. Falo como especialista em explosivos e garanto que essa bomba atómica nunca explodirá”,
Almirante W. Leahy ao Presidente Truman, 1945

“Não há qualquer razão para que alguém queira ter um computador em sua casa”.
Ken Olson, chairman e fundador da Digital Equipment Corporation, 1977

“640 k deve ser suficiente para toda a gente”
Bill Gates, chairman e fundador da Microsoft, 1981

(agradeço ao físico basco Pedro Echenique a recolha destas extraordinárias frases)

6 comentários:

Anónimo disse...

pelos vistos eram humanos

Anónimo disse...

Em relação à frase "640 k deve ser suficiente para toda a gente", Bill Gates já desmentiu várias vezes que a tenha proferido. A discussão pode ser acompanhada, por exemplo, aqui: http://en.wikiquote.org/wiki/Bill_Gates#Misattributed e aqui: http://tickletux.wordpress.com/2007/02/20/did-bill-gates-say-the-640k-line/

Quanto à frase “penso que há no mundo mercado para talvez cinco computadores”, é provável que Watson se estivesse a referir, não aos PCs (personal computers) que todos temos em casa, mas aos computadores que ocupam uma sala (a que actualmente chamamos supercomputadores), que eram os únicos existentes em 1943. De facto não existem muitos no mundo (embora, claro, sejam mais que cinco...).
Lídia del Rio

Rui leprechaun disse...

A propósito de um diálogo aqui no "Rerum Natura", ainda há pouco tempo me lembrei de uma dessas famosas frases erradas.

De facto, a infalibilidade não é por certo um atributo do Homem, nem sequer da ciência como actividade humana. Ou ainda, da filosofia e da religião e do que quisermos.

Desse modo, há também que ser algo cautelosos ao pretender provar certas "irracionalidades", já que o nosso conhecimento é sempre imperfeito e talvez seja melhor não pôr demasiados limites ao "impossível".

Por exemplo, no campo da saúde que muito me interessa, já se sabe de há muito que a mente ou "psique" pode influenciar o corpo e causar as chamadas "doenças psicossomáticas". Deste modo, a medicina reconhece que perturbações emocionais - a cólera, a ansiedade, a depressão, o sentimento de culpa, etc. - podem provocar desequilíbrios orgânicos, sem causas fisiológicas imediatas.

Nem sempre foi assim, tal ideia pareceu estapafúrdia e essa possibilidade foi veementemente negada durante muito tempo, mesmo bem depois de Freud explicar alguns desses distúrbios à luz da sua teoria sobre o inconsciente.

Pois bem, se existem doenças psicossomáticas, poderá também haver cura ou saúde promovida a nível da mente e dos nossos pensamentos?!

Esta novel ideia, até ver nada consensual na medicina "mainstream", tem sido avançada nas últimas décadas e já com alguns resultados no mínimo intrigantes. Por exemplo, os seus defensores sugerem que ela pode explicar as remissões espontâneas mais surpreendentes, incluindo as chamadas "curas milagrosas", nas quais a fé do paciente é considerada vital. Ou como Cristo diria no seu tempo: "A tua fé te salvou".

E, contudo, tal hipótese continua a ser ferozmente atacada e ridicularizada em muitos círculos da medicina quimioterapêutica, como se apenas aquilo que é físico e palpável, ou que se pode experimentar e dissecar ou analisar em laboratório... matéria sólida!... possuísse o monopólio da cura. Será mesmo assim? Ou não se afigura bem mais prudente moderar certos comentários e permanecer razoavelmente aberto à possibilidade de novas evidências demonstrarem que, afinal, o espírito também pode consertar aquilo que estraga?!

Logo, será que o futuro nos trará maravilhas ainda insondáveis mas quiçá prováveis?!

Pois a profecia do possível...

Rui leprechaun

(...é talvez a mais admissível! :))


During World War II, the importance of belief reentered the web of health care. On the beaches of Anzio, morphine for the wounded soldiers was in short supply, and Henry Beecher, M.D., discovered that much of the pain could be controlled by saline injections. He coined the term "placebo effect" and his subsequent research showed that up to 35 percent of a therapeutic response to any medical treatment could be the result of belief*. Investigation into the placebo effect and debate about it are ongoing.

(* Beecher H. - Measurement of Subjective Responses. New York, NY: Oxford University Press, 1959)

Anónimo disse...

É de sublinhar a ironia do título deste texto : PROFECIAS FALHADAS .

No DA seria um dia muito produtivo , fruto da prestimosa e desinteressada dialéctica com os habituais interlocutores crentes .


Citarei, a título de exemplo, apenas 2 versículos :


- [Is, 7:14] e [Mat, 27:9] ...

James Harris disse...

Esta lista de citações está abaixo do nível usual dos textos deste blogue. Como já outra pessoa observou, Bill Gates sempre negou ter dito aquilo que lhe é atribuído. Quanto à frase atribuída a Thomas Watson, veja-se este texto da Wikipedia.

Quanto à citação atribuída a Charles H. Dell, leia-se este texto do Skeptical Inquirer.

Fernando Gouveia disse...

A frase atribuída a Watson também já a vi atribuída a Howard Aiken (pioneiro dos proto-computadores militares da Segunda Guerra Mundial), comentando a criação de uma empresa para comercialização de computadores por parte de Eckert e Mauchly...

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