segunda-feira, 7 de maio de 2007

Vale a pena ler

Título: Pense: Uma Introdução à Filosofia
Autor: Simon Blackburn
Tradutor: António Infante et al.
Editor: Gradiva, 2001

A propósito deste post da Palmira:

"Goya pensava que muitas das loucuras da humanidade resultavam do «sono da razão». Há sempre pessoas prontas a dizer-nos o que queremos, a explicar-nos como nos vão dar essas coisas e a mostrar-nos no que devemos acreditar. As convicções são contagiosas, e é possível convencer as pessoas de praticamente tudo. Geralmente, estamos dispostos a pensar que os nossos hábitos, as nossas convicções, a nossa religião e os nossos políticos são melhores do que os deles, ou que os nossos direitos dados por Deus anulam os direitos deles, ou que os nossos interesses exigem ataques defensivos ou dissuasivos contra eles. Em última análise, trata-se de ideias que fazem as pessoas matarem-se umas às outras. É por causa de ideias sobre o que os outros são, ou quem somos, ou o que os nossos interesses ou direitos exigem que fazemos guerras ou oprimimos os outros de consciência tranquila, ou até aceitamos por vezes ser oprimidos. Quando estas convicções implicam o sono da razão, o despertar crítico é o antídoto. A reflexão permite-nos recuar, ver que talvez a nossa perspectiva sobre uma dada situação esteja distorcida ou seja cega, ou pelo menos ver se há argumentos a favor dos nossos hábitos, ou se é tudo meramente subjectivo." (Simon Blackburn)

9 comentários:

Anónimo disse...

Isto não será muito cansativo, não?

guida martins

Anónimo disse...

Será que as pessoas se mataram na I e na II Guerra Mundial por questões religiosas? E na guerra da Crimeia? e na Guerra Franco-Prussiana?

Isto para não falar dos massacres de materialistas como Pol Pot, no Cambodja, ou de Staline na ex-União Soviética.

Não nos enganemos a pensar que acabando com a religião acabamos com a guerra. Só um ingénuo pode acreditar em tal coisa.

Não deixa de ser interessante notar que os Estados com níveis mais elevados de protecção dos direitos humanos são os mais influenciados pelo Judaísmo e pelo Cristianismo.

O que tem a Coreia do Norte a ensinar em matéria de direitos humanos? E o que tinha a antiga Albânia?

Anónimo disse...

Cansativo é o meu horário diário de ginásio.
Isto? ... É estafante!"(.!.)"

Artur Figueiredo

felixcomosempre disse...

Um apontamento sobre o cansaço: cansa-me ver tanta gente embaraçada à mínima hipótese de exercerem o seu sentido crítico, de vê-la usar a força como primeiro argumento. Cansa-me a animosidade disparada contra quem não tem medo, contra quem usa as faculdades de ser humano em prol de todos, mesmo daqueles que as renegam.

Apontamento sobre a energia: é sintomático observar a saída das tocas dos defensores da fé religiosa, armadas com as foices e os martelos abandonados pela queda soviética, quando sentem que outros possam fazer prevalecer a razão sobre a cegueira de acreditar. Esquecem os acólitos judaico-cristãos que os comunistas históricos tiveram as suas bíblias, e que cometeram actos sujos tal como o fizeram os cristãos e os judeus no passado, apoiando-se em promessas da mesma felicidade eterna.

A receita serve para todos: pensar outra vez (uma porta para uma nova senda na minha vida) sobre todos os problemas, os da existência, os da profissão, os da família. Não aceitar dogmas, nem os de dois mil anos nem os de noventa, não chamar "o mais belo livro" àquele que historicamente contextualizado defendeu ditaduras, apoiou escravaturas e diabolizou a mulher na sociedade, remetendo-a para o papel de mera parideira de homens rectos, será um caminho a considerar como válido.

A evangelização e a fé (antítese de pensar) afastam o homem das suas potencialidades. Nem a religião nem a filiação partidária estão livres deste problema.

Miguel Félix

Anónimo disse...

Esse livro, além de ser ligeiro é uma enorme porcaria!

Anónimo disse...

Não percebo. Os países mais influenciados pela Bíblia foram os que mais cedo se libertaram das ditaduras e promoveram a libertação da mulher!

Anónimo disse...

Não haverá ninguém interessado em dizer que o 25 de Abril foi obra do movimento nacional feminino?

Artur Figueiredo

Anónimo disse...

Viva,

cito:
«Esse livro, além de ser ligeiro é uma enorme porcaria!»

Ora aqui está uma crítica exemplar. Ligeiro e porcaria. Seria bom se fosse profundo e incompreensível. Ou pelo menos passaria a ideia de que é bom porque não se compreende. O livro de Blackburn é uma introdução e, curiosamente, das dezenas de introduçõe à filosofia que conheço é das menos ligeiras. De todo o modo o ser ligeiro não é necessariamente sinónimo de porcaria. Para o provar poderia fazer uma extensa lista de livros nada ligeiros e que são uma porcaria. Para além de tudo é falso que Blackburn seja um autor ligeiro e dizê-lo seria tão só consequência de desconhecimento completo da obra do filósofo. Este comentário advém da falta de hábito de publicações deste género e do pretensiosismo que a filosofia tem de ser profunda, uma espécie de experiência religiosa, para ser boa filosofia e enquanto mais enigmática é, mais filosofia é. Esta é a imagem patética que se tem da filosofia em portugal, tão patética e absurda que mais não pode fazer do que provocar o riso.... e alguma irritação!!! Ligeiro é afirmar que este livro é ligeiro e não justificar porquê, até porque se o livro tivesse merecido uma leitura atenta, o comentador anónimo teria aprendido que uma frase como a sua nada diz e merecia outra justificação que constituisse, pelo menos, um debate sobre a coisa.
Rolando Almeida

Anónimo disse...

O Rolando tem o desidério como um herói asimtão grande e estimável? Peça-lhe um autógrafo homem.
João Vaz

O corpo e a mente

 Por A. Galopim de Carvalho   Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...