quinta-feira, 15 de março de 2007

Guerras da evolução chegam a Portugal

«Charles Brabec é criacionista, ou seja, não aceita a teoria da evolução através da selecção natural, postulada por Charles Darwin no século XIX. Para ele, o que vale é a palavra da Bíblia, o que se diz no livro do Génesis, que relata a criação do mundo por Deus e tudo o que aconteceu ao homem quando Eva escolheu aceitar a maçã que a serpente lhe oferecia. "Acredito neste livro de capa a capa", diz Brabec, abrindo a Bíblia bastante manuseada que tem à sua frente." (...) "É muito difícil de acreditar nisso. É mais fácil crer que Deus omnipotente o criou de uma vez só. É preciso mais fé para acreditar na evolução do que na criação, relatada na Bíblia, que é um livro inspirado por Deus" (...)

E estão ligados a alguma igreja em particular? "Não, a várias igrejas. O movimento criacionista ainda está a começar a Portugal." »

A ofensiva criacionista - que muitos consideram uma idiossincrasia americana sem extrapolação para Portugal - tornou-se aparente com o texto de que retirei estes excertos. O artigo, que anunciava a construção de «um museu criacionista em Mafra, o primeiro do tipo na Europa», mais concretamente o Parque Temático Discovery, devotado ao criacionismo versão Terra jovem, mereceu honras de destaque no Público de 8 de Dezembro de 2006 (link reservado a assinantes).

Na realidade, esta variante do criacionismo - que pretende, entre outras imbecilidades, que a Terra tem entre 6 ooo a 10 000 anos e que os dinossauros coexistiram com o Homem mas pereceram no Grande Dilúvio (que deu origem ao Grand Canyon) - é ensinada nas escolas públicas nacionais como parte integrante do curriculum da disciplina de Educação Moral e Religiosa Evangélica.

O ataque à ciência por parte dos criacionistas nacionais tinha sido prenunciado um mês antes na revista Atlântico, num artigo de opinião defendendo o criacionismo disfarçado de Desenho ou Design Inteligente, ID ou IDiotia*, da autoria de Tiago Cavaco e que dava pelo título «Darwin e os esqueletos da humanidade» - transcrito parcialmente no post «O sexo dos anjos». O autor, que parou em termos de ciência no século XIX, isto é na «Origem das espécies», afirma pomposamente que «O darwinismo começa a soçobrar» supostamente devido ao «vigor académico do Design Inteligente».

Na realidade, a academia em peso rejeita a IDiotia como um conjunto de inanidades delirantes debitadas pelo templo dos neo-criacionistas disfarçados de IDiotas, o Discovery Institute, que conta nas suas hostes a totalidade do «vigor académico» referido: 400 pseudo-cientistas, na sua esmagadora maioria sustentados pelo Instituto.

A IDiotia, que não é ciência é apenas religião, é apoiada entusiasticamente pelos dignitários mais fundamentalistas das religiões do livro, cristianismo, islamismo e judaísmo.

Não consigo assim perceber a bondade de um debate pondo ao mesmo nível evolucionismo e criacionismo, ou seja, ciência e religião, como o que vejo anunciado para a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa no próximo dia 21 de Março!

Acharia deveras interessante um colóquio sobre mitologias criacionistas sortidas mas é um pós-modernismo perigoso misturar ciência e religião num debate sobre um facto indiscutível, a evolução, sugerindo que ambas permitem a elaboração de «teorias», no léxico do quotidiano equivalente a «opiniões», igualmente aceitáveis. Espero bem que o título do colóquio, «Darwinismo versus Criacionismo. Onde começa e onde acaba uma teoria científica?» não seja um anúncio de que as guerras da evolução - que acendem os Estados Unidos, a Turquia e a Polónia e se desenham noutros países europeus - serão importadas em força cá para o burgo.

Porque urge «evitar a destruição da biblioteca», dedicarei ao tema vários posts mas entretanto recomendo a leitura de um artigo de Jerry Coyne, «A fé que não tem coragem de se mostrar» disponível na Crítica, Revista de Filosofia e Ensino.

*Intelligent Design is Involved in the Origin of The Species

25 comentários:

Joana disse...

Ah! Regressa em força a minha blogger favorita :)

Ainda me lembro das críticas que lhe fizeram há uns três anos qundo a Palmira começou a escrever sobre o tema. Que não, que isto do criacionismo é uma paranóia americana que nunca cá vai chegar. Pois... está-se a ver!

Ainda não consigo acreditar que a Universidade que me formou alinha num disparate destes :( Com o atrasado mental do Jónatas Machado e tudo...

no name disse...

não quer esse debate dizer mais sobre o estado da ciência e da universidade em portugal, do que propriamente sobre a "bondade" da faculdade de ciências? o que se segue?; um debate sobre astrologia no técnico e outro sobre para-psicologia em santa maria? por favor!; parece-me que se a universidade e a ciência portuguesa querem estar ao nível internacional a que se propõem é fundamental cortar pela raíz este género de aberrações... boa sorte para os cientistas portugueses nesse aspecto!

Palmira F. da Silva disse...

Olá Joana e Ricardo:

Também fiquei estupefacta quando vi o anúncio, o Jónatas Machado e os links para o Discovery Institute e restantes sites criacionistas.

Que se façam debates sobre o tema nas Universidades americanas, isto é, denunciando a cretinice que pretende ser ciência e dá pelo nome de IDiotia, é perfeitamente compreensível.

Para os mais alheios às guerras da evolução americanas, os criacionistas locais pretendem um redefinição de ciência de forma a serem abarcadas causas sobrenaturais e até outro Monkey Trial teve lugar em Dover, apenas um dos muitos locais em que a IDiotia era ensinada como alternativa ao evolucionismo.

Agora em Portugal não faz sentido um debate nestes termos. Não é de facto um bom sinal que este colóquio tenha lugar....

Palmira F. da Silva disse...

Já agora sobre a situação do ensino da evolução na Turquia:

"There are also religious groups who are always giving out creationist material both outside and inside school premises," Miss X goes on to say. "These people also send petitions to the authorities complaining about teachers who support evolution. The local authorities send faxes telling headmasters to send children to creationism meetings. And last year, five teachers were suspended because they taught evolution. Every year it becomes more difficult for teachers like me."

http://www.qantara.de/webcom/show_article.php/_c-478/_nr-478/i.html?PHPSESSID=5

Filipe Castro disse...

Aqui na minha universidade - que e a universidade publica mais conservadora dos EUA - houve mais outro "debate" na semana passada. Mas aqui so os fundamentalistas e que vao a estas coisas. Os cientistas guardam as energias para os tribunais.
Nao se percebe como é que estes professores universitarios todos se prestam a uma vergonha destas: debater ideias com criacionistas!! Isto é com tortas na cara, espero eu.

Ricardo disse...

Não consigo perceber o problema de existir um debate sobre esta temática.
Quer se queira ou não, o criacionismo existe e deve ser debatido e criticado. Aqueles que pensam que a evolução é um facto indiscutível só têm de aparecer no colóquio e apresentar os seus factos, eles falarão por si. Para mim a ideia de Universidade significa isso mesmo: debate de ideias contraditórias. Se se parte de uma posição em que se considera tudo o que parte da ciência como facto indiscutível, para que servirá a Universidade?
Se a Universidade quer ter alguma relevância para com a sociedade deve debater e dar a sua opinião sobre os assuntos que nela surgem. E embora esta questão não tenha em Portugal o impacto que tem, por exemplo, nos EUA, não significa que não tenha relevância para uma Universidade que, na minha opinião, não se deve cingir ao que interessa directamente a Portugal, pois corre o risco de se tornar irrelevante ao nivel internacional.
E faz todo o sentido discutir o que é uma teoria científica, porque isso é um dos pontos de discórdia da relação entre religião e ciência. Tanto mais que o colóquio é organizado por um centro de filosofia das ciências. Não é uma ideia pós-moderna, seja lá o que isso é.
Disclamer: Faço parte do centro que organiza este colóquio, mas não faço parte da organização deste colóquio.

Abraço

Joana disse...

Quer se queira ou não a astrologia e os curandeiros existem e seria completamente errado professores de Medicina debaterem banha da cobra versus ciência com professores Karamba.

Faz sentido explicar o que é ciência mas não num colóquio que incluiu acéfalos fundamentalistas evangélicos como aquele Jónatas Machado.

Isso é dar importância e publicidade a uma atrasadice mental!

Uma Universidade não deve dar tempo de antena a patetadas criacionistas: é o descrédito total!

Este colóquio é uma vergonha inadmissível!

Que se advirta quem de direito que é preciso investir no ensino usando as patetadas criacionistas como exemplo ainda percebo. Que uma Universidade portuguesa de livre iniciativa organize um colóquio evolucionismo versus criacionismo é incompreensível!

Carlos Fiolhais disse...

Caro Ricardo:
Uma universidade pode debater tudo, mas não pode debater tudo de qualquer
maneira e com qualquer pessoa. Além
de escolher o modo e as pessoas, deve
também escolher a melhor oportunidade e o melhor título, julgo eu. Quuanto
ao não saber o que é uma ideia pós-moderna, eu também não sei muito
bem (a filosofia das ciência poder-e-á explicar melhor) mas já li, escrito por quem sabe mais do que eu sobre esse assunto,
que é, por exemplo, colocar a astronomia e a astrologia em pé de
igualdade.
CF

no name disse...

ricardo, por essa linha de pensamento, então deveria haver espaço na universidade para organizar debates entre meteorologistas e pessoas que acham que no fim do arco-íris existem duendes verdes com um caldeirão cheio de ouro. eu penso o contrário, penso que existe uma linha clara entre a ciência e a estupidez, e que essa linha nunca deve ser ultrapassada na universidade (ou em qualquer outro lado for that matter). penso que compete aos docentes com alguma sanidade da faculdade de ciências tentar impedir que se realize esta aberração de debate, apelar ao seu boicote, ou apelar junto da FCT por um corte total das verbas que recebe o centro de investigação organizador do debate.

Ricardo disse...

Caro Carlos Fiolhais,

basta olhar para o programa do colóquio para perceber que não é um debate feito de "qualquer maneira e com qualquer pessoa" (http://cfcul.fc.ul.pt/coloquios/programa_darwinismo_final.pdf).

No meu ver, não faz parte do espírito científico ignorar as opiniões discordantes, mesmo que da própria ciência, e recusar a debatê-las. É assumir que a evolução por ser consensualmente aceite pelos cientistas está para além de qualquer dúvida e que por isso não deve "perder" tempo a discutir com uns "bárbaros irracionais".

E, isso sim, é uma ideia pós-moderna: argumentar que o valor de uma ideia científica é definido pelo consenso dos que acreditam que ela é verdadeira.

Não basta dizer que existe uma linha clara entre ciência e tudo o resto, e depois recusar a debater onde fica essa linha e a enfrentar aqueles que não concordam com essa linha. Quem conhecer a história da ciência sabe que essa estratégia já foi utilizada no passado contra a própria ciência.

Quem não deve, não teme.

Abraço

Joana disse...

Ricardo (o pós-moderno não o físico)

Vamos lá a ver, criacionismo não é ciência, é religião. É um absurdo pós-moderno dizer disparates como:

"No meu ver, não faz parte do espírito científico ignorar as opiniões discordantes, mesmo que da própria ciência, e recusar a debatê-las"

Dá ideia que criacionismo é ciência: não é!

O evolucionismo não é "uma ideia científica" é um facto indisputável.

É um disparate à enésima potência debater como se fossem iguais ciência e "revelações sobrenaturais".

Estão a pensar fazer um debate científico com os criacionistas que juram que a Terra é plana, está imóvel no centro do Universo, que a lei da gravidade e da relatividade são "opiniões", "ideias científicas" sem fundamento?

Joana disse...

Recomendo ao Ricardo a leitura da Memória inventada, um blog de um biólogo à séria. Pode ser que o tratamento prescrito resulte...

«Não sei o que a Faculdade de Ciências terá a ganhar com a presença de Jónatas, mas pode ser que ao virar da esquina de um qualquer corredor Jónatas colida violentamente - testa na testa - com um professor de microbiologia e deixe de escrever inanidades como "o desenvolvimento da resistência dos vírus aos antibióticos". Quando o conhecimento não chega pela leitura, a via de entrada que resta é o traumatismo craniano.»

http://memoria-inventada.weblog.com.pt/

Ricardo disse...

Joana,

nunca disse que o criacionismo é ciência, apenas que ele apresenta uma visão do mundo contraditória em relação à da ciência. Se não concorda com essa visão, só ter de apresentar os seus argumentos para persuadir os que não concordam consigo. Já agora, não vale a pena tentar persuadir-me com sugestões de leituras de blogues ou de livros, eu já sou evolucionista convicto.

Quanto a factos indisputáveis, vejo isso como uma muleta intelectual e retórica de quem não deseja discutir aquilo que toma como certo. Sempre pensei que em ciência não existissem factos, teorias ou ideias indiscutíveis. Que os cientistas estivessem sempre prontos a modificar a sua opinião de acordo com as evidências que possam surgir. Pelos vistos enganei-me. A ciência de hoje é a ciência do futuro, para todo o sempre.

Moral da história: A ciência não evolui.

Abraço

Ricardo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Joana disse...

Prontos Ricardo.

vamos então discutir a teoria da terra plana que apresenta "uma visão do mundo contraditória em relação à da ciência"

Já sei que acha "uma muleta intelectual e retórica" eu considerar um facto indisputável que a Terra é redonda (mais ou menos) e recusar-me a discutir disparates.

Se tivesse o mínimo de conhecimentos de biologia perceberia que discutir criacionismo é equivalente a discutir se a Terra é plana ou não!

Ricardo disse...

Joana,

não é comigo que iria discutir, visto que não acho que a terra é plana. Mas se alguém o defendesse eu discutia com ela e apresentava os argumentos de que a terra tem uma forma redonda e achatada nos pólos.

A minha posição nesta questão é independente do que eu acho sobre a evolução. Tanto posso concordar ou não, ela seria igual. Agora não fujo às questões que se põem à ciência. Para mim, é preferivel argumentar do que fechar o debate porque se acha a posição do outro ignorante ou ridícula. Se não debatermos com os outros como esperamos que eles - ou até nós - possamos mudar de opinião.

Abraço

Joana disse...

"Agora não fujo às questões que se põem à ciência"

Eu também não. E as patetadas criacionistas não são questões que se ponham à ciência. Nem as patetadas da terra plana ou as patetadas geocêntricas.

Será que é assim tão difícil de perceber isso?

no name disse...

ricardo, se acha mesmo que os centros de investigação e as universidades devem gastar o seu financiamento e recursos a promover conferências sobre todas as parvoíces que se consegue imaginar, então volto a reforçar a ideia que a FCT deve cortar o financiamento ao centro de investigação em causa.

sem dúvida a ciência não é estática, encontra-se em evolução constante. mas também não é democrática: algumas coisas estão pura e simplesmente erradas. e não interessa quantas pessoas se interessam pela teoria da terra plana --- simplesmente não há qualquer espaço para tal conceito.

e da mesma forma que há muitas coisas que não sabemos, há muitas outras que já sabemos: que a terra não é plana, que o criacionismo está errado. e nisto, não há volta a dar. são assuntos mortos e encerrados. promove-los fazendo uso de dinheiros públicos é um atentado não só à ciência, mas também a todos investigadores sérios que trabalham em portugal, muitas vezes lutando contra muitas adversidades de recursos. é uma vergonha alguém que se julga cientista tentar defender o indefensável (que qualquer diarreia mental sobre ciência deva receber atenção generalizada).

shame on you.

Pedro Morgado disse...

Comparar Darwinismo e Criacionismo, colocá-los lado a lado, no contexto de uma Faculdade de Ciências Naturais é, mais que um equívoco, um erro grosseiro.
Ainda que a comparação seja um mero exercício de retórica, não deixa de ser uma negação da ciência tal qual a conhecemos. A discussão sobre o Criacionismo, por se tratar de uma crença que não tem qualquer substrato científico, não pode fazer-se numa Faculdade de Ciências Naturais, muito menos no âmbito de uma discussão sobre "Onde começa e onde acaba uma teoria científica?”.

Anónimo disse...

Provavelmente alguns dos entes bem pensantes que aqui se manifestaram queriam que a discussão deste tema fosse feita na igreja, não? Alguns comentários só me merecem um comentário com antecedentes históricos: os 250 anos de inquisição em Portugal, mais os 50 anos de ditadura, continuam bem marcados no espírito de muitos dos jovens e velhos intelectuais portugueses. Sou evolucionista, mas não tenho receio de debater este tema no local próprio com os anti-evolucionistas, porque ao contrário do que possam pensar, não é fácil rebater alguns dos argumentos apresentados que correspondem aos pontos mais débeis do darwinismo.

Joana disse...

Está-se mesmo a ver que este anónimo é mesmo evolucionista. Falar em «pontos mais débeis do darwinismo» é afirmar a alto e bom som: sou criacionista!

Evolucionismo não é equivalente a darwinismo e se o darwinismo tinha pontos débeis, o que é normal se considerarmos que foi proposto há 150 anos, a evolução não tem pontos débeis. Há questões que não estão bem esclarecdias mas a ciência é assim mesmo.

Só um criacionista que acredita em disparates neolíticos pode apontar as características da ciência como um problema...

Anónimo disse...

...por essa linha de pensamento, então deveria haver espaço na universidade para organizar debates entre meteorologistas e pessoas que acham que no fim do arco-íris existem duendes verdes com um caldeirão cheio de ouro.


Ó Ricardo... but I AM that leprechaun, see?! ;)

Oh... não devo acreditar então em mim, tão ladino a saltitar no arco-íris sem fim?! :D

Bem, eu sou um pouquinho mais para o vermelhusco, sim, e quanto ao pote... ai!... nem de ouro nem de cobre, está vazio, quem me acode?! :o)

Fora do tal criacionismo, que é uma visão de facto demasiado literal de um Deus muito à imagem do Homem, há contudo por aqui algumas referências à parapsicologia e às outras medicinas - alternativas ou complementares - que já não se enquadram num tipo de debate irracional.

Afinal, a Psicologia Transpessoal é uma realidade que não pode ser ignorada e pertence por direito próprio aos mesmíssimos cânones da ciência que abrangem o Behaviourismo ou a Psicanálise, por exemplo.

Logo, o seu a seu dono, que a rainha Consciência sobe ao trono! :)

O nome "transpessoal" significa tão somente que esta moderna corrente psicológica abrange não só o "ego", como as demais escolas de psicologia, mas também os estados além do ego (trans-pessoal). Falamos aqui da pesquisa dos estados não ordinários de consciência que vão desde as experiências com alucinógenos até aos relatos místicos das diversas tradições religiosas mundiais.

E isto não é nada que se possa esconder assim debaixo do tapete com duas penadas, que a táctica da avestruz deve ser abandonada!!!

Anyway... é óbvio que convém saber com quem se vai debater! E, sim, se a discussão pretende ser científica, claro que têm de ser respeitados os pressupostos da ciência... aberta!...

Rui leprechaun

(...que a Verdade é sempre incerta! :))

Ana Carvalho disse...

1º E porque não? Se é um dogma religioso... cada macaco no seu galho (LOL).
2º Acha que a falta de vontade de debater este tema vem de um trauma coletivo resultante da repressão religiosa e política? Não, vem da falta de paciência daqueles que estavam atentos às aulas de ciências da terra e da vida. E por isso eu concordo que o criacionismo seja dado nas escolas. Eu estudei ciências e foi bastante interessante ver a história da EVOLUÇÃO do pensamento científico. Desde quando não se falava num só deus, os criadores eram os 4 Elementos, fogo, terra, ar e água. Não se aprende Galileu sem os antecedentes geocentristas de Ptolomeu. Mas não há debate, são teorias ultrapassadas e refutadas pelas evidências.
3º O Darwinismo não tem pontos débeis. Darwin desconhecia a existência do ADN e os seus mecanismos de mutação. A teoria da Evolução só começou com Darwin. Tem evoluído desde então, e, hoje em dia, é corroborada por um rol de dados empíricos, A astrobiologia é mais um passo nesse sentido.

Burden of Proof: quem afirma algo tem de conseguir defender a sua teoria.

O criacionismo é indefensável fora dos livros religiosos, que não são fonte fidedigna de conhecimento.

Anónimo disse...

Ha umas semanas atrás apareceram aí umas notícias de uns tais raelianos que afirmam que a vida na Terra foi criada por extraterrestres. Depois de pesquisar na net, vi que eles dizem que tanto as religiões mundiais tradicionais como a teoria da evolução irão colapsar nas próximas 3 décadas, devido a certas descobertas científicas que serão feitas.

Marques disse...

aqui: http://en.wikipedia.org/wiki/Human_evolution (http://en.wikipedia.org/wiki/Human_evolution

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