O projecto transnacional de transição digital tem encontrado
resistências várias em diversos países e o nosso não tem sido excepção. Ontem surgiu mais uma manifestação dessa resistência na forma de petição redigida por pais de alunos de um Agrupamento de escolas (aqui).
O texto, contra o uso de manuais digitais como suporte básico de aprendizagem no 1.º Ciclo do Ensino Básico, denota um lúcido conhecimento do assunto. Permito-me destacar algumas passagens, mas vale a pena lê-lo na totalidade:
"Sendo óbvia a necessidade de rentabilizar o tempo de aprendizagem, facilmente se percebe que o caminho não é o digital, que obriga os alunos a perderem demasiado tempo na realização das tarefas e fragmenta a sua atenção, atrasando assim a aprendizagem (...).
O tempo não volta atrás e este projeto está a prejudicar os nossos filhos (...).
Em Portugal, no início deste ano letivo, foi noticiado que um terço das escolas abandonou o PPMD [Projeto-Piloto Manuais Digitais] e houve uma diminuição, para quase metade, dos alunos participantes. Esta saída autónoma das escolas é reveladora de que o projeto não serve os alunos. As próprias direções tiveram consciência disso (...)
São muitos os pais que equacionam a possibilidade de mudança de estabelecimento de ensino para que os filhos saiam deste projeto que se revelou infeliz. É urgente que a escola oiça o nosso apelo. Somos a favor do uso de recursos tecnológicos, mas contra a substituição de livros por ecrãs, agravada com todos os problemas operacionais associados ao projeto.
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