sexta-feira, 6 de outubro de 2023

O DEVER DE PENSAR PARA DECIDIR. "TOMADA DE POSIÇÃO" POR PARTE DE UMA ESCOLA

É real a tentativa de, nos sistemas de ensino públicos, se levar os professores a executarem o que está previamente decidido; o mesmo se aplica aos directores escolares, e os ministros da educação não ficam de fora. As "políticas" globais são tão subtis quão poderosas; em geral, convencem e funcionam. 

Porém, há um momento em que alguém interroga isto ou aquilo: está certo? Em função de quê? Quais as consequências? 

Começa a acontecer isto no caso da "transição digital", dada como adquirida até há tão pouco tempo. A dúvida razoável tem vindo a lume, sendo que a discussão gerada influencia decisões tomadas ao nível de escolas, de autarquias e do ministério. Exemplifico com uma "tomada de posição" da Escola Dr. Augusto César da Silva Ferreira, publicada em 19 de julho de 2023 e que encontrei disponível no blogue "O meu quintal"

Regresso ao futuro da escola: dos ecrãs aos livros. Recursos Digitais SIM, Manuais Digitais Não 

3 comentários:

Anónimo disse...

As orientações do ministério, sejam elas mais ou menos subtis, e que, infelizmente, poucas dúvidas têm suscitado nos professores e educadores de infância que as aplicam impensadamente, são a principal causa da degradação acelerada nos últimos anos do ensino/ aprendizagem em Portugal. Perante um cenário à vista de todos, estejam dentro ou fora do convento, de violência e indisciplina generalizada nas nossas escolas "C + S" , o governo ordena aos professores que preencham grelhas e muitos papéis para que os incidentes/ ocorrências entre adolescentes e adultos licenciados, em contexto de sala de aula, fiquem muito bem esclarecidos, sem sanções consequentes aplicadas aos desordeiros, ficando tudo na mesma no dia seguinte. A escola é, por força da lei, obrigatória e inclusiva.
Para estudar, se é que estudar ainda faz sentido em escolas inimigas dos professores que querem ensinar, são melhores os manuais em papel; para situações excepcionais de ensino/ aprendizagem, ou só para mostrar que somos tecnologicamente muito à frente, podem utilizar-se manuais digitais.

João Boavida disse...

Esta Escola Secundária Dr. Augusto Cesar Ferreira, mostra bem como a autonomia das escolas devia ser valorizada e generalizada porque os professores estão em geral muito melhor colocados do que os burocratas do Ministério da Educação para saber o que devem fazer. Formem bem os professores, em termos científicos e pedagógicos e deixem-nos trabalhar com autonomia. Felizmente que o potencial deseducativo e estupidificante do novo-riquismo tecnológico começa a ser desmascarado.

João Sousa disse...

Este parecer da escola utiliza um artigo do Público sem citar o autor. De qualquer forma, é de louvar a sua autonomia de pensamento: https://www.publico.pt/2023/06/19/opiniao/opiniao/regresso-futuro-escola-ecras-livros-2053641

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