Agradeço à leitora Fátima André o comentário que teve a amabilidade de fazer ao texto Os enigmas da "Narrativa da Educação do Século XXI, no qual apresenta a informação que me permite escrever este apontamento.
O evento referido nesse texto, que eu não havia conseguido situar, onde o representante da educação da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) fez as afirmações que comentei, teve lugar no mês passado, foi realizado online para vários países e teve a participação de um elevado número de professores e de outros "agentes educativos", muitos deles do mundo empresarial. O evento, com a designação "Virtual Educa Connect - Encontro Virtual Internacional", teve o programa que pode ser visto aqui e foi reconhecido pela Direcção Geral da Educação (DGE) (ver aqui),
Apelando aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos na Agenda 2030 das Nações Unidas, teve o foco, como se percebe, nos "desafios" que a pandemia colocou à "comunidade educativa global", os quais implicam necessariamente uma renovação tecnológica. Nas palavras da DGE:
Importa, contudo, ver a intervenção desse representante da OCDE que incidiu (mais uma vez!!!) num slogan que é também um enigma "Educar os aprendizes para o seu futuro, não para o passado":
Apelando aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos na Agenda 2030 das Nações Unidas, teve o foco, como se percebe, nos "desafios" que a pandemia colocou à "comunidade educativa global", os quais implicam necessariamente uma renovação tecnológica. Nas palavras da DGE:
[Os destinatários eram] responsáveis do setor da Educação, professores, responsáveis de recursos humanos, bem como profissionais de PME’s e grandes empresas, que procuram conhecer os mais recentes avanços, pesquisas e resultados educativos e tecnológicos face à crise da COVID-19. As temáticas [situaram-se] em quatro grandes blocos:Demorei algum tempo a percorrer a informação disponível e devo dizer que não encontrei nada de novo nem de interessante: repetiram-se, repisaram-se slogans superficiais, mistificações e contradições, ingredientes fundamentais da "narrativa da educação do século XXI".
- Desenvolvimentos exponenciais em Educação e Formação;
- Quarta revolução industrial: novos contextos, novas exigências;
- Inovação para uma Educação de qualidade e inclusiva na pós-pandemia;
- Iniciativas de impacto no desenvolvimento de novas competências cognitivas.
Importa, contudo, ver a intervenção desse representante da OCDE que incidiu (mais uma vez!!!) num slogan que é também um enigma "Educar os aprendizes para o seu futuro, não para o passado":
E, também, a intervenção do Ministro da Educação de Portugal:
Este evento terá continuação no Congresso Mundial Virtual Educa" que se realiza em Novembro deste ano em Lisboa (ver aqui e aqui).
1 comentário:
"Educar os aprendizes para o seu futuro, não para o passado"
É necessário e urgente que o bom povo português volte a cerrar fileiras, sob o comando da mais bem preparada geração de capitães de sempre, que pede meças à geração de setenta do século XX – aquela que nos libertou do atraso telúrico de quase meio século da longa noite católico-fascista –, para impedir que a esquerda caviar, do Costa, do Jerónimo, da Martins, do Louçã e da Joacine Katar Moreira, transforme a educação em Portugal, e no mundo, numa vaca sagrada que todos têm o dever de adorar de igual maneira e em toda a parte!
As grandes organizações internacionais, que superintendem a educação no mundo de hoje, não veem com bons olhos o ensino formal de antigamente, com literatura, matemática e ciências experimentais no coração dos curricula; para elas, basta informática e imensas atividades, do tipo ATL, para entreter a garotagem enquanto os encarregados de educação estão a trabalhar nas fábricas e em escritórios. Apesar deste formato descontraído, com garantia de boas classificações para todos ao fim de cada ano letivo, o pseudoensino é obrigatório até aos dezoito anos. Atingida a maioridade, com uma preparação excelente no ensino secundário, os alunos, todos os alunos, estão em condições de ingressar na Universidade, onde, aí sim, finalmente aprenderão tudo que há para aprender sobre satisfação pessoal e altos níveis de empregabilidade.
Assim, o tempo do liceu é um tempo perdido!
Porque não fazer do 7.º ano de escolaridade, quando os adolescentes ainda não estão muito viciados pelo ensino facilitista, a entrada obrigatória na Universidade?
Ganhavam os jovens, a sociedade e o erário público!
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