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Os estudantes envolvidos nas praxes têm dezoito anos ou mais, são adultos; chegaram ou estão no ensino superior, estiveram, portanto, pelos menos doze anos na escola, e tiveram outros tantos de "educação para a cidadania".
Nas (cada vez mais) áreas dessa componente curricular (neste momento, pelo menos dezassete), a avaliar pelo conteúdo das dezenas, centenas de documentos reconhecidos e produzidos pelo Ministério, que lhe são anexas, para não falar dos projectos educativos de escola, dos projectos e das actividades que lá são dinamizada, todos os alunos deveriam sair do sistema muito bem formados no respeitante a valores éticos.
Valores que têm, à cabeça, a dignidade humana, que lhes dá coerência e sentido.
É a dignidade que em Coimbra se vê rastejar quando um estudante rasteja a mando de outro, ou quando um estudante manda outro rastejar. Nem um nem outro têm qualquer sentido da dignidade. Não o aprenderam e muito menos o interiorizaram, não conseguem defendê-lo. Também não aprenderam a resistir à pressão do grupo, nem a escolher o que concorre para a dignidade: sua e de todos os outros.
3 comentários:
Atualmente, entrar na universidade é quase tão natural como beber um copo de água, com que se mata a sede num dia de canícula como o de hoje, 25 de setembro de 2018. Nos dias que correm, já se ouve, com bastante frequência, diretores de mega agrupamentos, com jardins de infância, escolas primárias, escolas EB 2,3 + S e escolas secundárias, defenderem, na televisão, que a inclusão escolar obrigatória deveria ser estendida às universidades, que são espaços espaços ideais para acolherem toda a gente, com destaque para deficientes mentais profundos que, após concluírem os seus estudos secundários, com muito bom aproveitamento, graças à flexibilidade curricular, muitas vezes acabam por ficar em casa dos familiares, sem nada para fazer, quando poderiam aproveitar muito melhor o seu tempo se fossem obrigados a frequentar e concluir cursos de Mestrado e Doutoramento!
Perante esta banalização em curso (BEC) dos altos estudos universitários e politécnicos, o ridículo anacronismo que é a Praxe, herdeira das tradições machistas e classistas de quando a Universidade era frequentada principalmente por meninos ricos e seminaristas, transforma-se, ano após ano, num espetáculo real de violência e crime gratuitos!
Qualquer palco social é plataforma de espetáculos de crime e violência. Não vejo ninguém preocupado com isso, a não ser para comprar bilhete ou espreitar gratuitamente.
Se calhar o exemplo que tiveram dos vários setores da sociedade, incluindo a escola, não lhes transmitiu a noção do valor da pessoa e da dignidade humana.
Não é por acaso que isto acontece. É a consequência da acefalia que grassa por aí, da incapacidade de pensamento crítico, da apologia da mediocridade intelectual.
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