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O corpo e a mente
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3 comentários:
Um aspeto relevante entre as políticas de prevenção e combate dos fogos florestais que, surpreendentemente, tem sido descurado, tanto pelos membros mais ativos das redes sociais como pelas autoridades estatais, é o da revalorização socioprofissional do bombeiro em Portugal. É indiscutível a imediata melhoria das aprendizagens que se verificou no tempo do Cavaco primeiro-ministro, quando, por via da entrada em vigor do estatuto da carreira docente, os professores passaram a ser pessoas bem instaladas na vida, o que se refletiu na melhoria das aprendizagens dos seus alunos, que, agora, já estão a colher os frutos da educação de excelência que receberam, seja porque arranjam facilmente bons empregos em cargos de chefia, seja porque auferem salários que já não os deixam envergonhados quando se comparam com os outros europeus da sua idade. Por outro lado, os professores, como ficaram altamente motivados, deixaram de ensinar, o que contribuiu decisivamente para a enorme redução do insucesso escolar dos alunos, que se encontra no nível mais baixo de sempre. Aplicando a mesma receita aos bombeiros, dentro de pouco tempo deixaria de haver incêndios florestais – pelo menos nas estatísticas oficiais –, podendo os soldados da paz usufruir, como todos os outros portugueses, de umas repousantes férias pagas, em agosto, nas nossas belas praias de areias douradas.
O pensamento consequente deve preceder toda a ação, que se quer profícua, tal como me disse, numa tarde quente de verão, um filósofo amigo, antes de mergulhar, vestido com o seu traje académico de cerimónia, nas águas quentes do mar da Praia do Barril, no Algarve.
A questão filosófico-económica que precisa de ser resolvida no princípio do próximo ano, o mais tardar, para entrarmos numa época de fogos 2018 devidamente preparados, psicológica e materialmente, para darmos uma luta sem quartel às chamas que poderão irromper, quando menos se espera, da vegetação seca que, em certas bouças, ultrapassa a altura de um homem, é:
Portugal é pobre porque arde, ou arde porque é pobre?
Quando as aldeias tinham gente, a limpeza das matas era feita pelos mais pobrezinhos que, face à necessidade vital de se aquecerem um pouco nos dias mais frios de inverno e cozerem duas ou três batatas, com que procuravam enganar a fome, iam arrancar giestas e apanhar gravetos do chão em terra alheia, arriscando-se a serem esfolados vivos se os proprietários os apanhassem em flagrante delito. Mesmo assim, com as matas limpas, os campos cultivados e o elevado consumo de lenha e madeira, também havia fogos florestais, mas com áreas ardidas anuais muito inferiores às atuais. Depois, alguns camponeses deram o salto lá para fora, viram que a limpar escritórios, que raramente ardiam, ganhavam mais do que muitos doutores em Portugal, foram chamando familiares e amigos que, por sua vez, passaram palavra, desencadeando o êxodo rural que deixou aldeias despovoadas e campos abandonados. Presentemente, gastam-se milhões com sirespes e bombeiros e, ano após ano, repetem-se incêndios pavorosos, o que me leva a concluir que no nosso Estado em falência o governo praticamente demitiu-se de governar, pouco mais garantindo do que os ordenados, ao fim do mês, de mais de cento e quarente mil professores e educadores de infância e de muitas dezenas de milhar de oficiais das forças armadas que, lutando na África ardente ou no extremo oriente, defendem os habitantes portugueses de aquém mar!
Atualmente, com a doutora Catarina Martins ao leme, em coordenação com o doutor António Costa e o doutor Jerónimo de Sousa, os outrora cristianíssimos portugueses sentem-se muito orgulhosos de fazerem parte da linha da frente dos inventores do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Sem religião, sem moral, sem ideologia, o Estado Português, senhor do seu destino, vai, inexoravelmente, desabar. Passaremos, na melhor das hipóteses, a ser cidadãos dos Estados Unidos da Europa que trarão consigo os meios materiais e os recursos humanos indispensáveis à prevenção e combate dos fogos florestais que venham a lavrar neste país à beira-mar plantado.
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