quarta-feira, 21 de setembro de 2016

"Todo o sistema educativo europeu está feito para esmagar a inteligência"

Extractos de uma entrevista realizada por Paulo Moura ao jornalista e escritor espanhol Arturo Pérez-Reverte, publicada hoje no jornal Público.
"A boa e velha Europa dos direitos do homem, que iluminou o mundo, essa Europa que nasce na Bíblia, no Talmude, no Islão, em Homero e em Dante, em Virgílio, Camões, Cervantes, Voltaire e Rousseau, na Enciclopédia e na Revolução Francesa, essa Europa foi condenada à morte. E isso é um problema de educação. Estamos a criar gerações de jovens que carecem de mecanismos culturais e históricos que lhes permitam saber quem são. Estamos a criar órfãos culturais. Todo o sistema educativo europeu está feito para esmagar a inteligência. Para igualá-la à mediocridade. 
(Mas alguma vez foi diferente?)
Antes era diferente, sim. Antes, o miúdo brilhante era apoiado, potenciado, porque sabiam que dali sairia a elite do futuro. Aqueles que poderiam iluminar os que o não são. 
(Mas isso não era característica de um ensino mais elitista? Talvez o nível médio tenha descido porque agora muitos mais têm acesso à Educação.)
Não. Uma coisa é todos terem acesso, que é um princípio irrebatível. Outra coisa é que os brilhantes não tenham direito a subir a um patamar superior. Se numa turma há um medíocre e um brilhante, o medíocre não pode ficar para trás, mas o brilhante não pode ser mandado para trás do medíocre. Ou estaremos a esmagar a inteligência. Veja os políticos. Onde está um Churchill? Um Adenauer? Um De Gaule, um Kennedy?  
(Mas ainda se ensina História nas escolas)
É uma História desnatada, pasteurizada, homogeneizada, sem referências."

4 comentários:

Anónimo disse...

Esta é a solução para este diagnóstico:

Wallace Thornhill: The Elegant Simplicity of the Electric Universe | EU2016
https://www.youtube.com/watch?v=TyPl2f5dgm8

Carlos Ricardo Soares disse...

Não conheço o escritor, mas li a entrevista. Falar de cima da burra, nos tempos de hoje, é sintomático. Cada vez haverá menos paciência e tempo para aturar figurões. De súbito lembrei-me de "O soldado fanfarrão", de Plínio. Vejam bem como as coisas são. Oh, tantas majestades!!! Não vou ler mais nada do que ele escreva.

Anónimo disse...

Senhor Mário Soares: pode explicar-se melhor?

Carlos Ricardo Soares disse...

Escrevi Plínio mas queria escrever Plauto.

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