sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
POR QUE NÃO UM SUDOKU?
Já tínhamos saudades de Vasco Pulido Valente. Nesta crónica no Público de hoje arrasa a incompetente prova que pretende avaliar os candidatos a professores. No fundo trata-se de uma prova de charadas e o IAVE, cuja competência não dá para mais, bem poderia pôr um sudoku ou palavras cruzadas, que o resultado seria semelhante. O resultado deste tremendo erro político de insistir numa prova absurda é o desprestígio, na opinião pública, não só dos professores como dos exames, que deveriam servir para seleccionar os melhores e melhorar o sistema e assim só servem para polémicas inúteis.
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2 comentários:
A estupidez à solta, também serve a Vasco Polido Valente.
A pergunta que mais professores erraram é inatacável matematicamente, só uma pessoa com rudimentares conhecimentos sobre matemática o pode pretender fazer crer como o faz VPV.
Senão vejamos, se o enunciado diz inequivocamente “sem qualquer critério que restrinja a sua escolha”... vêm depois o senhor VPV dizer “Grupos de quê? De jogadores de ataque, de médios, de defesas? Grupos dos que jogam no estrangeiro e dos que, por acaso, jogam aqui? Não se sabe e não existe maneira de descobrir ou de responder.” enfim, santa ignorância, senhor VPV!, o O dr. Crato aqui não perdeu a cabeça.
É evidentemente que a pergunta, pelos dados fornecidos, define inequivocamente o tipo de problema que está em causa. Trata-se de um problema de combinações (dois grupos com os mesmos elementos, qualquer que seja a ordem, são considerados como o mesmo grupo) o enunciado é muito claro. Os professores poderiam calcular as combinações dos suplentes e dos efectivos, e chegariam à conclusão de que as “combinações de 17 elementos tomados 6 a 6” é igual a “ combinações de 17 elementos tomados 11 a 11” usando máquina de calcular chegariam ao resultado de 12376 grupos diferente, ou modos diferentes de agrupar os seis elementos, ou o mesmo que, o modo de agrupar os onze elementos.
Mas na verdade o cálculo era desnecessário, tanto que nem era pedido o numero de modos diferentes, ou grupos, que se podiam formar, bastaria um rasgo de inteligência (ou melhor de intuição matemática) para perceber que por cada grupo de seis elementos que fosse formado estaria, necessariamente formado um outro de onze elementos, e que por isso o numero de grupos de uns e de outros só podia ser igual.
P.S.: Infelizmente, a intuição, o poder de análise e o sentido crítico não se desenvolver pela existência de um sistema de ensino baseado nos exames. Hoje a escola encontra-se centrada no sistema de exames, sistema de exames que é muito ao gosto do professor Carlos Fiolhais. Quantas vezes os alunos nos exames são confrontados com “prova de charadas” iguais a estas, sem que estejam para isso minimamente preparados? Eu digo, todas as vezes.
Temos candidato a presidente do IAVE: o senhor Ildefonso Dias.
E a avaliação de professores ficaria muito bem entregue.
Nestes tempos maniqueístas, pouco dados à análise calma e reflectida, o que abunda por aí é gente que, perante a floresta, se entretém com a sua árvore de estimação.
Que fazer?
Mas entretanto a floresta existe, apesar dos Ildefonsos Dias, pois o sol e a chuva fazem-na crescer.
Às vezes da pior maneira, mas não serão os podadores maniqueístas que lhe darão a forma adequada.
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