terça-feira, 20 de maio de 2014

PORTAS COM O RELÓGIO PARADO


O vice primeiro-ministro Paulo Portas, o segundo maior responsável pela governação do país, resolveu interromper as suas viagens ao estrangeiro para dar internamente uma ajuda à campanha eleitoral das suas cores. E que disse esse esforçado político? Disse textualmente:

«Eu apelo aos eleitores para pensarem bem quando virem José Sócrates, o homem que chamou a 'troika', o homem que assinou o memorando, o homem que nos levou ao precipício financeiro e que nos custou toda esta austeridade, na próxima sexta-feira, ser levado em ombros pelo PS."

O relógio de Portas está parado há três anos, pois ele quer agora votar contra José Sócrates quando Sócrates já foi julgado pelo voto há três anos, não sendo hoje candidato. Se  Paulo Portas não gosta de José Sócrates eu também não, mas não é o antigo primeiro-ministro que está agora em causa. É a Europa e a participação de Portugal na Europa, incluindo naturalmente as posições (e as omissões) que o governo de Portas tem tomado sobre assuntos europeus. Agora, nas eleições europeias, é Portas e não Sócrates que está em jogo. E, nas legislativas, será ainda mais. O mais provável é que venha a acontecer a Portas, que com a sua demissão "irrevogável" não se importou de relançar o país no "precipício", o mesmo que aconteceu a Sócrates: ser afastado pelo eleitorado descontente. 

O corpo e a mente

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