terça-feira, 17 de setembro de 2013
AINDA A INCULTURA CIENTÍFICA
Há quem se interrogue a razão de o actual governo ter desferido um rude golpe na cultura científica dizimando a área de promoção e administração da ciência. A resposta é muito simples: ele não apenas tem aversão à cultura científica, mas tem aversão à cultura tout court. A situação da cultura, atascada numa Secretaria de Estado, é lastimável. Se está na dependência directa do primeiro-ministro isso apenas poderá significar que o primeiro-ministro é inculto e assim quer permanecer. Se a cultura não é bem tratada por que razão a cultura científica o haveria de ser?
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4 comentários:
Chamar-lhe incultura é lavar a questão com água limpa, os planos estão delineados faz muito tempo, ouça o grande Olavo de Carvalho em relação à destruição gradativa dos valores culturais ocidentais
http://www.youtube.com/watch?v=j4_awb7VLqY
Não interessa quem elegemos para o governo, a agenda está definida e este não é o nosso Portugal.
Ultimamente, não sei bem porquê, há uma expressão riquíssima de significados, que é preciso aprofundar, que se cruza nos meus pensamentos sobre a situação política portuguesa: "...dos negócios... estrangeiros". Vejamos, então, as coisas numa perspectiva proba, qual seja, a de negócio. Tudo tende a ser negócio nas relações interpessoais e institucionais e o que não é cai em zona, ou inócua, ou ilícita, ou promíscua... Os políticos são uns sacerdotes sacrificados, não sacrificam nada, nem ninguém...Os outros também...Mas uns aproveitam mais do que os outros. Por exemplo, os políticos são os únicos que nunca têm culpa de nada e têm sempre os culpados na ponta da língua, são os únicos que se sacrificam (dizem eles) por vontade própria ao contrário dos outros...egoístas.
Não é somente na cultura científica que foi desferido um rude golpe. É a própria produção científica, em Portugal, que está em causa.
Em Espanha, tenta-se mobilizar contra esta deriva:
"El próximo jueves, 19 de septiembre, la web científica Materia celebra su primer año de vida con un encuentro que, bajo el título 'Salvemos la ciencia', será una cita con su comunidad de lectores y la sociedad en general para el debate sobre el futuro de la ciencia y en defensa de la I+D+i en España. El acto se podrá seguir por streaming en la web de Materia.
En el evento, que tendrá lugar en el CaixaForum de Madrid a las 19.30 horas, participarán cuatro destacados científicos españoles y expertos: Manuel Lozano Leyva, catedrático de Física Atómica, Molecular y Nuclear de la Universidad de Sevilla; Carlo Frabetti, escritor, divulgador y guionista; Francisco Guinea, investigador en el Instituto de Ciencias de Materiales del CSIC, Premio Nacional de Investigación 2011 y Medalla de la Real Sociedad Española de Física y Miguel Delibes de Castro, presidente del Consejo de Participación de la Estación Biológica de Doñana (CSIC). [...]
Además, Materia editará un documento en formato ebook recogiendo las mejores ideas, sugerencias, comentarios recogidos en la web y en el debate, que estará disponible para su descarga en la web."
http://esmateria.com/2013/09/17/materia-celebra-su-primer-ano-de-vida-con-un-encuentro-en-favor-de-la-ciencia-en-espana/
Falta, em Portugal, uma força dinamizadora que seja capaz de mobilizar a comunidade científica e a sociedade civil em prol do mesmo objectivo: garantir que a ciência seja (e continue a ser) uma peça importante do desenvolvimento do país, criando, para isso, espaços de debate que juntem os vários segmentos da sociedade.
A exemplo do que o Materia tem vindo a fazer, assim como outros órgãos de comunicação social (OCS) de Espanha, gostava de ver, mas em Portugal, alguns OCS a dinamizarem e dar destaque a um debate deste género - independentemente do formato.
Infelizmente, os(jornais e televisões)que estão em melhores condições para o fazer estão um pouco a olhar para o lado. Desconheço se é por incapacidade ou outro motivo. Quem perde somos todos nós.
Com a devida licença professor Carlos Fiolhais estaria a boa ciência a fazer (duas margens) de um lado a margem de competição e de outro competência (de modo genérico países civilizados). Ora planear ciência a sentido cultural de facto teria de haver educação (competente). - digo - de primeiro nível!
É natural o rumo (curso) científico e o alicerce a boa formação e creio que todos concordam; apenas recordaria que o interessante é: todos estão a querer o mesmo (suponho) deveria ser simples.
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