Entranhou-se em nós este gosto mórbido de reverenciar a
ignorância e assistir ao absurdo, amplamente apregoados por fervorosos
militantes que defendem o indefensável e optam também por silenciar críticas,
consideradas perigosas, porque capazes de despertar incautos ou resignados.
Outros há que, usando um discurso oco e de características labirínticas, tendem
a confundir os mais ingénuos e pouco habituados a reflectir. Passa-se isto não
só no campo político, mas também cultural. O Acordo Ortográfico é um entre
muitos exemplos. Vejamos apenas alguns aspectos:
1. Lendo os discursos do
ex-presidente do Brasil, Lula da Silva, e do presidente de Portugal, Cavaco
Silva, proferidos no Rio de Janeiro, a 7 de Março de 2008, neles encontramos
subjacente a ideia da «projecção internacional da língua portuguesa» na base do
Acordo Ortográfico, fortemente justificado pelo número de falantes brasileiros,
num colonialismo linguístico inaceitável para Portugal e para os países africanos
de expressão portuguesa. Num
faz-de-conta de cultura, refere-se o nome de Fernando Pessoa e a sua frase
escrita por Bernardo Soares, «Minha pátria é a língua portuguesa», ignorando
que a mesma, no contexto em que se integra, se associa a uma outra frase que
defende vigorosamente a vertente etimológica da língua, posta tão em causa pelo
referido AO - «Sim, porque a ortografia também é gente. A palavra é completa
vista e ouvida. E a gala da transliteração greco-romana veste-ma do seu vero
manto régio, pelo qual é senhora e rainha». Num outro passo do discurso, Lula
da Silva retoma a literatura portuguesa e foca o conceito de «Quinto Império»
de Vieira, de novo evidenciando desconhecer o seu significado, mas sentindo sem
dúvida o agradável cheiro a poder que depois mascara com pozinhos de
«solidariedade entre povos e de justiça
universal».
De acentuar que ambos os
discursos, o de Lula da Silva e o de
Cavaco Silva, diferenciam-se pela sua sintaxe e pela sua ortografia, disso não
resultando qualquer problema na compreensão do sentido do texto nem qualquer
confusão relativamente às palavras
escritas de maneira diferente. Convivem sem qualquer ruído «projetar, projeto,
efetivo, ação, proteção, respetivo com projectar, projecção, projecto,
actuação, protecção, respectivo». No entanto, querem fazer-nos demagogicamente
crer que estas diferenças dificultam a compreensão e a aprendizagem da língua,
constituindo «divergências sérias» que são «largamente prejudiciais para o
prestígio do português no Mundo».
2. Em sintonia com o actual
gosto de mastigar um vocabulário moderno, novo, que repudia o antigo e o velho,
repete-se à exaustão «inovador» ou
«inovação», pretendendo-se assim mostrar quão modernos e progressistas são os
adeptos da mudança seja ela qual for, para o bem ou para o mal. Daí a estafada
acusação de «Velho do Restelo» a quem resiste e reage a essa argumentação. A
expressão camoniana, tão continuamente usada por ignorantes que, na verdade,
desconhecem o significado desse «Velho de aspeito venerando», surgiu no debate
de 17 de Maio de 2008, na Assembleia da República, cuja leitura das actas da
referida sessão envergonhará qualquer português. Com efeito, alguns deputados,
de partidos vários, adeptos convictos do «novo», do «moderno» e da «língua
portuguesa do futuro», falaram assim:
- «A continuação da língua portuguesa deve ser
o nosso desafio e essa deve ser a medida das posições de todos os que se
preocupam com o futuro da língua portuguesa, recusando seguir posições e
posicionamentos que Camões tão bem retratou e deu a conhecer como de “Velhos do
Restelo.”»
- Os portugueses
devem abandonar a «vocação para isolacionismos», sabendo «ser os
legítimos herdeiros de quem não temia o novo, de quem ousava descobrir novos
rumos de progresso.»
- «[…] não
podemos deixar de perguntar aos que questionam este Acordo o que têm feito, por
exemplo, para defender a língua portuguesa que é tão maltratada nas nossas
escolas?»
- «[…]
respeitando as opiniões de autores, de cientistas, de especialistas de que uma
ou outra solução técnica possa não ter sido a mais perfeita, não é isso que
pode impedir um olhar político e uma perspectiva de futuro acerca da língua
portuguesa».
- «Como já foi dito, a ninguém fica castrada a liberdade de
criar segundo as regras da sua própria escrita.»
Talvez também por inovação,
querem agora obrigar-nos a pronunciar «dáblio» (w) no alfabeto, tal como
aparece no AO, base I, 1º, em vez de
«dâblio» na norma ortográfica portuguesa.
3. A Nota Explicativa do Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa (1990) apresenta argumentos que dificilmente
acreditamos terem sido desenvolvidos por
«peritos» e «especialistas» da Língua Portuguesa, como dificilmente
podemos acreditar na aceitação do mesmo texto por parte de alguns professores
universitários, cultos e inteligentes. Não referimos já os deputados que discutiram
o AO na Assembleia da República porque lamentavelmente nenhum deles a terá
lido. Com efeito, na argumentação usada nesta Nota Explicativa, ficamos, como
Las Casas (1474-1566), sem saber se rir ou se chorar perante o absurdo e a
ignorância das afirmações feitas. Por
uma questão de espaço, exemplificaremos apenas três situações:
. Ponto 4.2 («Justificação da
supressão de consoantes não articuladas»),
alínea c), em que sobressai a compaixão pelas crianças de 6-7 anos face
ao uso das consoantes mudas: «É indiscutível que a supressão deste tipo de
consoantes vem facilitar a aprendizagem da grafia das palavras em que elas
ocorriam. […] Só à custa de um enorme esforço de memorização» poderiam as
crianças fazê-lo o «que poderá ser vantajosamente canalizado para outras áreas
da aprendizagem da língua».
. Ponto 4.2
(«Justificação da supressão de consoantes não articuladas»), alíneas d) e f), em que se refere a «teimosia
lusitana em conservar consoantes que não se articulam» quando a «norma
brasileira» já «há muito as suprimiu», acentuando-se o facto de não se dever
tentar «impor a sua grafia àqueles que
há muito as não escrevem, justamente por elas não se pronunciarem.»
. Ponto 4.4 («Casos de dupla
grafia) em que erroneamente se afirma «Sendo a pronúncia um dos critérios em
que assenta a ortografia da língua portuguesa […]». (sublinhado nosso).
São
alguns dos exemplos sobejamente conhecidos, mas duvidando muitos da sua
veracidade precisamente porque não se dão ao trabalho de ler a Nota
Explicativa; outros, lamentavelmente, conhecem-nos, mas silenciam-nos tal como
aconteceu com os vários pareceres contrários à aplicação do Acordo. Enquanto
professora, não posso deixar de transcrever o parecer dado pela Direcção-Geral
dos Ensinos Básico e Secundário: «Há
acordos assináveis, sem grandes problemas e há outros que são de não assinar. O acordo recentemente assinado
tem pontos que merecem séria contestação e é, frequentemente, uma simples
consagração de desacordos».
Cansados certamente da falta
de eficácia dos argumentos de influência «salazarista» e de «velhos do
Restelo», os defensores do Acordo iniciam agora nova estratégia,
aproveitando-se da chaga que representa o desemprego. Com efeito, chegam ao
desplante de afirmar que o AO virá aumentar as possibilidades de emprego e, no
mesmo âmbito miserabilista, apontado às crianças africanas, alega-se «que o
acordo facilita a alfabetização das crianças pobres dos países africanos, o que
aumenta o número de falantes/escreventes».
Gostaria de salientar que se
quisermos podemos alterar esta situação. Basta que resistamos à ignorância e
que não aceitemos ser passivos perante o absurdo. Podemos intervir, assinando
por exemplo a Iniciativa Legislativa de Cidadãos, no endereço www.ilcao.cedilha.net ; solicitando uma audiência ao Grupo
de Trabalho para Acompanhamento do AO, criado recentemente pela 8ª Comissão de
Educação, Ciência e Cultura; participando activamente em debates e fóruns,
podendo também organizá-los com outros amigos, como o que irá realizar-se no
auditório 1 da Universidade Nova (FCSH), Av. de Berna, em Lisboa, no dia 20 de
Março pelas 18.00 horas, intitulado «Onde Pára e Para Onde Vai a Língua
Portuguesa», sendo intervenientes o deputado Mota Amaral, a professora Maria Alzira
Seixo, o jornalista e escritor Miguel Sousa Tavares, o jornalista Nuno Pacheco
do jornal Público, o jornalista
António Guerreiro, a tradutora Hermínia Castro (ILC), a par de professores e
alunos do ensino secundário e universitário.
Termino
com Fernando Pessoa: O Estado nada tem a ver com o espírito. O
Estado não tem direito a compelir-me, em matéria estranha ao Estado, a escrever
numa ortografia que repugno […].
Maria do Carmo
Vieira
Lisboa, 17 de Março de 2013
35 comentários:
Mais um texto teologico sobre o acordo...
Pela parte que me toca, acho evidente que o NAO não vai resolver o problema do desemprego, como também acho mais do que provavel que ele não seja chamado a precipitar o fim do mundo em cuecas...
Uma vez que os opositores ao NAO parecem reconhecer (hoje) que os objectivos do acordo são legitimos (pelo menos em teoria), e que o grande problema esta na sua ma qualidade técnica, porque é que eles não procuram definir uma norma técnicamente superior, que pudesse reunir consenso e ser adoptada por todos os PLOPS por aclamação unânime dos eruditos ?
E' certo que essa norma continuaria a chocar com a ancestral tendência lusa para resitir a qualquer tentativa de mudar a ordem das coisas, vista como a heresia suprema numa civilização que sempre olhou com desconfiança para as teorias barrocas da reapropriação da sua cultura por parte do labrego.
Mas, ainda assim, seria, sei la, um progresso ?
Boas
Não sei por que é que diz que "os opositores ao NAO parecem reconhecer (hoje) que os objectivos do acordo são legitimos (pelo menos em teoria)". Eu pelo menos não acho nada disso. Os objectivos do acordo são uma asneirada e o problema vai muito para além da má qualidade técnica...
Ricardo Dias
Tem razão, caro Ricardo Dias. Esta ideia não esta no texto (embora este se centre em criticas técnicas). Estava a pensar noutras ocasiões que tive de debater o assunto, em que julgo ter percebido que os opositores não criticam, de per si, a ideia de mudar a norma seguida pelas administrações dos PLOP por forma a favorecer a utilização de um padrão comum.
Pessoalmente, não consigo pensar em nenhuma razão convincente de ser contra esta ideia e os argumentos que li neste sentido parecem-me assentar em falacias, tais como o caracter pretensamente "imperialista" ou "liberticida" da norma (como se não continuassemos completamente livres de escrever como nos apetece...), mas admito que elas existam.
Seja como fôr, esta concessão não esta neste texto. Portanto o seu comentario esta acertado.
Boas
"A expressão camoniana, tão continuamente usada por ignorantes que, na verdade, desconhecem o significado desse «Velho de aspeito venerando», surgiu no debate de 17 de Maio de 2008, na Assembleia da República, cuja leitura das actas da referida sessão envergonhará qualquer português". Esta frase é que envergonha a língua portuguesa. Uma pessoa como Alice Vieira não deveria escrever em português escorreito? Sobretudo neste contexto?
Cada um escreve como lhe apetecer! Está bem. E na escola, cada professor ensinará a ortografia de acordo com a sua opinião?
Questão mais interessante (em meu entender) do que as levantadas pelos criticos do acordo.
Quanto a mim a questão tem duas facetas :
1/ Pode um professor ensinar ortografia de acordo com a sua opinião ? Por mim, desde que esta sua opinião seja conforme ao que se considera cientificamente aceitavel, julgo que sim (em nome da liberdade de ensino). Por exemplo, posso perfeitamente encarar que um professor, hoje, opte por ensinar ambas as normas (a do NAO e a anterior) de maneira critica. Não penso que isso pudesse justificar sanções disciplinares. Acharia mesmo choquante e estupido que se procedesse disciplinarmente contra um professor que ensinasse ortografia desta forma...
2/ Devemos exigir que um professor ensine a ortografia utilizada pela administração ? Pessoalmente, tenho duvidas que devamos exigir que essa ortografia seja ensinada com caracter de exclusividade (pelas razões apontadas acima), mas tendencialmente, isso não me choca. Calculo que a ideia é fazer com que todos os alunos que saem do ensino basico saibam grafar como o faz a administração. OK, isso parece-me ser razoavel (e também, razoavelmente insignificante, ha coisas muitissimo mais importantes que considero deverem fazer parte do ensino basico). Se as minhas filhas tivessem um professor de Português que lhes ensinasse o gosto pela leitura e pela escrita, que despertasse a sua curiosidade para Camões e para Guimarães Rosa, que fizesse com que elas compreendessem como é importante conhecer o nosso patrimonio literario, mas que se recusasse a seguir o NAO, iria protestar junto da escola ? Claro que não, que disparate !
Boas
Ó Cláudia, e se estivesse calada?
A sua resposta não me parece satisfatória e eu também não sei como responder. O problema da escola parece-me grave. Concordo que cada um pode escrever como lhe apetecer, incluindo pharmacia. O mesmo para o falar. Se eu resolver ir a uma farmácia e balbuciar sons incompreensíveis, desde zurros a guinchos, o problema é meu. Também posso garatujar rabiscos a pretexto de que estou a escrever português ou sueco como deve ser. Se eu tiver carradas de dinheiro (quem tem dinheiro pode tudo ou quase) posso até editar um jornal diário escrito só com garatujas. Se não tive dinheiro, terei de ter outro comportamento.
Mas na escola, que ensinar? Posso ensinar rabiscos ou escolher a grafia do tempo da pharmacia só porque gosto? Deve haver rigor ou qualquer coisa serve? E a questão estética? Que dizer, por exemplo, da frase de Alice Vieira citada acima por um anónimo? Alice Vieira pode escrever assim, tanto pode que escreveu. Mas soa pessimamente e eu preferiria uma escrita mais agradável. Que devemos preconizar para a escola? Refiro-me principalmente às crianças. Não têm o espírito crítico dos universitários. E deve haver uma norma para a língua de modo que nos entendamos. Quem decide o que é bom português do que não é? Hoje os erros nos apresentadores da Televisão abundam. Devemos aceitar em nome da liberdade deles para a asneira?
Anónimo das 12:55
Caro anonimo,
Repare que o que eu digo não é (contrariamente ao que v. parece supor) que não deveria existir ortografia, nem que a escola não deveria ensinar ortografia... Muito pelo contrario, eu considero que a ortografia é necessaria. Instrumental, mas necessaria.
Digo apenas que as modificações resultantes do NAO não são tais que ponham radicalmente em causa a ortografia do Português tal como o praticamos, ou que devam ser consideradas como um atentado inaceitavel à lingua. Trata-se de pequenos ajustes, porventura perfectiveis, com vista a unificar (tendencialmente) os diferentes padrões administrativos nos paises onde se escreve o Português.
O que me choca é constatar que os adversarios do acordo, tal como os seus defensores, parecem ambos animados por um objectivo idêntico : proteger o nosso patrimonio linguistico.
Acho que tenho uma ideia razoavelmente clara daquilo que é a ortografia. Ora bem, a celeuma que se faz em torno desta questão leva-me a concluir o seguinte : se as pessoas não se entendem a este respeito, como aparenta ser o caso, sera por razões que, claramente, ja nada têm a ver com ortografia, ou com preocupação pela salavaguarda do nosso patrimonio linguistico...
Boas
Aplauso!!
Não ligue Cláudia, continue a comentar à sua vontade.
Muitas vezes os seus comentários são a única coisa que faz algum sentido.
Caro Paulo,
Não sei bem a que é que v. se refere quando diz "aqui". Tanto quanto percebo, partidarios e adversarios do NAO entendem-se para considerar que é oportuno, e mesmo necessario, ensinar ortografia.
Onde não se entendem, infelizmente(*), é acerca do que seja ortografia...
Boas
(*) Dado o grau de paixão que ambos os lados põem no debate, não estou certo que a palavra "infelizmente" seja adequada
Ó João Viegas, sabes porque és aceitante do inaceitável? Eu também não sei, mas parece-me que o modo como escreves é eloquente e exibe-te intimamente.
Estrangeirados de merda!
"são a única coisa que faz algum sentido." Sério? Por que fala assim deste blogue?
Eloquente ou não, o que é certo é que o modo como alguém escreve pode exibir intimamente esse alguém, ainda que ele seja anonimo...
À mui nobre e sempre corajosa colega Maria do Carmo Vieira agradeço o esforço para que se continue a ensinar e a aprender bem a língua portuguesa. Convém não confundir Maria do Carmo Vieira com Alice Vieira, que são pessoas distintas, profissionais muito competentes de ofícios diferentes, duas lutadoras pelos seus legítimos e generosos objectivos, mas ambas ligadas à língua portuguesa, e servindo-a muito bem.
É o que penso e sinto: trata-se de duas Mulheres do meu país a quem tributo a mais sincera homenagem.
Fossem(os) muitos e muitas a ter o valor (de qualquer) delas.
Orgulhemo-nos, pois.
1.º) No que diz respeito aos flatos produzidos pelos deputados, nada há a dizer, apenas que estão em consonância com a sua sapiência.
2.º) Já que as crianças podem ficar traumatizadas por umas consoantes que não têm voz, pelo que são suprimíveis, gostaria que suprimissem também o caso do «Egito» e «egípcio». Não deverá ser fácil explicar às criancinhas de onde surgiu aquele «p» malandro no adjetivo.
3.º) Os argumentos de unidade e de potentado da língua portuguesa são, como é óbvio, uma valente trampa, caca, que não resistem à mais pequena brisa.
4.º) O problema da deficientíssima capacidade de expressão dos «faladores» da língua de Camões não se resolve com este nem com qualquer AO, com a supressão de consoantes ou do que quer que seja. O problema, ontem, hoje e amanhã, é, sobretudo, de ordem sintática, de construção e estruturação do discurso.Os erros ortográficos aos pontapés só vêm intensificar a tonalidade do quadro. E para isso só existe uma (?) solução: ponham a criançada a ler a sério desde tenra idade. O resto é conversa.
5.º) Imagino os tristes dos docentes de língua portuguesa a tentarem despertar os petizes para a língua e a literatura portuguesas e, em simultâneo, a levarem com um «vistes», «fizestesi-o», etc., pelas fuças. Devem ser momentos...
6.º) Dizem que o ministro Gaspar, enquanto aluno do ensino superior, nunca conseguiu compreender a razão por que os seus colegas liam romances. Suponho que ele deve ser um dos primeiros apoiantes da labreguice linguística e cultural. Cá para mim, o homem fala tão devagar para adormecer o auditório e impedir que os ouvintes captem a sua insuficiência oratória.
Pois, muitas vezes assim acontece. E, nessas ocasiões, os comentários da Cláudia são a coisa que faz mais sentido.
(nota: nada o obriga a partilhar a minha opinião)
"ponham a criançada a ler a sério desde tenra idade. O resto é conversa"
100 % de acordo !
Boas
Muito bem. Mas bote lá "adjectivo" onde está "adjetivo".
Nobres e corajosas são. De facto em Portugal é tudo malta porreira. Carmo Vieira é distinta e lutadora, é verdade, o português dela é que deixa a desejar.
Com todo os respeito, limito-me a convidar os defensores do actual AO / 90 a lerem a seguinte reflexão minha — http://ilcao.cedilha.net/?p=5334 — e a contestá-la, ponto por ponto, de modo fundamentado. Fernando Paulo Baptista.
Não sei onde foram basear-se para afirmar que a frase é de Alice Vieira, jornalista e escritora...
A autora deste texto chama-se Maria do Carmo Vieira e, segundo creio, é professora.
O seu a seu dono. (Alice Vieira não escreve assim)
Ana
100% de acordo com cada palavra!
*vénia*
Ana
Eu não reconheço nenhuma legitimidade aos objectivos do acordo (objectivos apenas aparentes, já que não são verdadeiros). Não tem nenhum sentido uniformizar a norma escrita de variantes da língua onde os vocábulos se pronunciam de maneira diversa. Ainda para mais tendo a pronúncia como critério de "uniformização".
Este tema persiste em considerada moderação. Representa-nos do impulso na atividade educativa, quer fundamentado na serena propriedade, quer de conhecimento a identidade! Eis, cerne ao depositado valor a língua portuguesa. Visto do âmbito a propriedade: em sendo afirmação e, por atividade: motor. Esta causa, disponibiliza acerca da tradição a condição presente, assumir a realidade em importância e lastro. Ora, a língua portuguesa têm seu atributo de particularidade por dimensão da pertença evoluída. Tantos povos que outros, em diferentes continentes, regem-se nem através da escrita; posto que através da fala, de sons, que compreendem-no por idioma. Assimilam o diferencial a continuidade e zelo, distinção a língua. Para tanto o Brasil, quisera resguardar o seu aprendizado nas escolas, tema amplamente debatido, porém, a política transforma-o em cortina de fumaça de interesses que insistem buscar a derrota do sentimento maior a língua portuguesa. Doravante a sapiência de nossos professores retomam questões cuja prioridade nivelam do âmago, o sentido maior ao aprendizado; pois a simbólica defesa até mesmo ao quesito argumento, necessário a prática. Investir requer consciência para além da vaidade, cujo patrimônio faz ressurgir a tolerância assente. A língua portuguesa acima de qualquer trajeto, é projeto, caminho! A ortografia esta para baliza de quando, ponte a escrita.
Ocorreu-me nestes dias, discorrer sobre assuntos diversos. E, percebi que realmente têm gente que gosta e que preza, a boa leitura ! Sim. É um facto. Bem por isso ostenta-se por vezes da palavra e quando de sábio também, perdoa asneiras.
Digo de maneira simples aos e, entendem a quem do estrangeirismo. Apenas o complexo do termo "escrever" dilata-se do conhecimento puramente humano. Claro, tornar-se-ia tímida, as laudas se por ventura o advento da (web) concebida pela otimização (de termo evoluído) para o bem da boa comunicação, por consequência de uma razoável escrita e da compreensão absoluta nem atingisse do objeto. Embora colabore com dinâmica a leitura pode tornar válida sutilezas de conceito e regra. Salvo quaisquer atividades de expressão.
Nem lê-se só palavras, pois o termo leitura aplica-se a designes, partituras, moda, matemática, tendência e por aí, vai do universo compreensível da expressão.
Absolutamente incrível, o que atende da uniformidade de quão complexa a esfera virtual no campo das letras, seja da plasticidade ou do gênero. Arte contudo exige princípio. E, digo que o livre arbítrio é elemento condutor, assim por dizer, princípio que eleva a arte. Certamente dedico-me a este Brasil, o que percebe da importante feição as letras. Eis, o brasileiro preserva na expressão, o sabor, que tem de sobra no valor, de conceito humano.
Descrevo corretamente: trazer consigo é a graça de apaixonar-se!
Objetivo ou objetiva ?!
Praticar ou exercer a Língua Portuguesa também é arguir na liberdade de expressão!
A correta expressão (falar, dizer) seria: acorda-la ou desperta-la!?
Deliciei-me a ler este longo, pertinente e saboroso texto da autoria de Agostinho de Campos, na Introdução ao terceiro volume da antologia "Paladinos da Linguagem" (ed. Livrarias Aillaud e Bertrand, 1923).
Como Bocage, eu diria: “Zoilos, estremecei, rugi, mordei-vos”!...
https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/.../o-caos-grafico/3515
Enviar um comentário