“Ciclos de tempo - Uma visão nova e extraordinária do Universo” é o novo livro do físico-matemático inglês
Roger Penrose, publicado pela Gradiva na sua premiada colecção “Ciência
Aberta", com o n.º 198. Neste livro, o prestigiado cientista inglês
propõe um novo modelo
cosmológico do Universo.
Esta primeira edição portuguesa de “Ciclos de Tempo” (Fevereiro
de 2013) foi traduzida por Nelson Rei Bernardino a partir da obra original
inglesa publicada em 2010. É pois um livro bem recente (ler um excerto aqui), escrito de forma
cativantemente rigorosa por Roger Penrose, cientista octagenário, conhecido do
grande público por várias e notáveis obras de divulgação científica que alcançaram reconhecimento e êxito mundial. Esta
obra adiciona-se a outras três do mesmo autor também publicadas entre nós pela
Gradiva, a saber: “A Mente Virtual”, “A Natureza do Espaço e do Tempo” e “O Grande, o Pequeno e a MenteHumana”.
Na
sua longa carreira Penrose distinguiu-se sobretudo pelas contribuições
para a cosmologia em geral e para a relatividade geral em particular. É «autor de várias
descobertas que em muitos casos criaram conceitos baptizados com o seu nome,
entre eles as escadas de Penrose ou as desigualdades de Penrose».
Agora, Roger Penrose aborda «um dos mistérios mais profundos do nosso universo» que «é o enigma da sua origem». Estruturado em três partes intituladas “O mistério da segunda lei”, “O carácter curiosamente especial do Big Bang” e a “Cosmologia cíclica conforme”, o livro inclui ainda dois apêndices, de leitura naturalmente facultativa, devido aos seus cálculos tecnicamente mais complexos.
Penrose descreve não só “os principais modelos
da cosmologia relativista clássica, mas também vários desenvolvimentos e
enigmas que surgiram desde a descoberta da radiação cósmica de fundo”, a qual
veio transformar a cosmologia numa ciência exacta e sustentar a ideia de que o nosso Universo terá tido origem no evento singular designado por Big Bang.
Penrose
faz uma análise abrangente da segunda lei da termodinâmica. Segundo esta lei, «as coisas vão ficando cada vez mais desorganizadas à medida que o tempo
passa». Ou seja, e por outras palavras, esta lei descreve a tendência
continuamente crescente da «desordem» no Universo, ou, de um modo mais
rigoroso, descreve o aumento de entropia com o tempo num sistema isolado.
A
partir da segunda lei e da geometria do espaço-tempo baseada na teoria da
relatividade geral, Penrose propõe um novo modelo cosmológico do
universo: a cosmologia cíclica conforme (CCC). O modelo propõe uma explicação
para o que existia antes do Big Bang que deu origem ao nosso Universo actual e o
que estará para lá dos buracos negros. Explicando padrões circulares detectados
na radiação cósmica de fundo, a proposta de Penrose poderá substituir o modelo
inflacionário actualmente mais aceite pela comunidade científica.
Este
novo modelo, ao integrar o conhecimento actual, propõe-nos uma compreensão do
Universo e contribui para a reflexão filosófica sobre a sua origem e natureza da sua evolução.
Este livro é, assim, de
leitura imprescindível para uma actualização profunda sobre o Universo, desde o mais remoto passado ao mais longínquofuturo, do infinitamente pequeno e intangível da física de partículas ao
astronomicamente longínquo e igualmente intangível do horizonte em expansão.
António
Piedade
Nota sobre o modelo da Cosmologia Cíclica Conforme
Nota sobre o modelo da Cosmologia Cíclica Conforme
A Cosmologia Cíclica Conforme (CCC) é um modelo
cosmológico proposto pelo físico-matemático Roger Penrose e construído a partir
da teoria da relatividade geral de Einstein. Na CCC o universo expande-se
indefinidamente até alcançar uma densidade infinitesimal (o oposto da densidade
infinita quen houve no Big Bang) e uma entropia desprezável. Na fronteira evaporar-se-iam os buracos negros, a matéria (fermiões)
converter-se-ia em radiação (só ficariam fotões e gravitões) e o tempo pararia.
Através de uma operação
matemática Penrose iguala essa infinitude praticamente vazia a um ponto sem
dimensões, que daria origem ao um novo Big Bang. Assim, segundo a CCC o Universo passa por sucessivos ciclos infinitos, com o fim da linha do futuro
de cada universo identificado com a singularidade do Big Bang do
universo seguinte.
4 comentários:
Meus Amigos,
Com todo o respeito que possa merecer Roger Penrose fica desde já informado que não vou ler os seus escritos tidos como científicos porque o Grande Arquiecto do Universo não confia o segredo da caixa de Pandora ao bicho humano, sem esquecer que "a ciência" é conhecimento transcendental partilhado às bochechas com o dito bicho.
Abraços
Gil Teixeira
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