terça-feira, 20 de dezembro de 2011
CARLOS FARO: DESCODIFICAR O GENOMA NACIONAL
A jornalista Catarina Pires da revista "Notícias Magazine" pediu-me que nomeasse uma pessoa para 2012. Indiquei Carlos Faro, o director do Biocant, o parque de Biotecnologia em Cantanhede (na fotografia). A reportagem saiu no domingo passado e trancrevo-a aqui:
"O currículo brilhante não o qualifica exactamente como revelação, mas Carlos Fiolhais, possivelmente o físico mais famoso de Portugal. garante que o trabalho desenvolvido por Carlos Faro em Cantanhede é ímpar e vai dar que falar em 2012. Director fundador do Biocant, o primeiro parque de Biotecnologia em Portugal, Carlos Faro é professor de Biologia Molecular e Biotecnologia da Universidade de Coimbra e prepara-se para lançar um projecto ambicioso: a longo prazo, o Porgene poderá levará à descodificação do genoma de toda a população portuguesa. Em parceria com a Universidade de Coimbra e a Critical Software, o primeiro passo será a sequenciação de cem portugueses, entre os quais estarão ele próprio e o professor Carlos Fiolhais, um dos parceiros desta missão, numa amostra que se pretende representativa da população nacional.
Cumprida a meta de longo prazo, por enquanto ainda incomportável do ponto de vista financeiro, é um admirável mundo novo que se abre em termos médicos. "Explicado de uma forma muito simples: se tem problemas de colesterol, conhecendo o seu background genético, o médico poderá receitar-lhe um fármaco 'à medida?, aumentando em muito a sua eficácia. A medicina tornar-se-ia personalizada, podendo ser adoptadas estratégias de prevenção e terapêutica ajustadas ao perfil genético de cada um, o que representaria uma enorme redução dos custos do Serviço nacional de Saúde." Se existisse uma base de dados genética de todos os portugueses, seria possível, por exemplo, ver automaticamente se existiria um dador compatível de medula para o filho do jogador de futebol Carlos Martins. É a este projecto, com grande potencialidades, mas também alguns desafios éticos e legais, que Carlos Faro dedicará, em total exclusividade, o ano de 2012, e a maioria das horas do seu dia preenchido. O que não será exactamente problema. "Quem trabalha nesta áreas não desliga, porque o trabalho é um prazer. Há sempre tempo para mais.""
Catarina Pires
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
O corpo e a mente
Por A. Galopim de Carvalho Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...
-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
-
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
-
Cap. 43 do livro "Bibliotecas. Uma maratona de pessoas e livros", de Abílio Guimarães, publicado pela Entrefolhos , que vou apr...
4 comentários:
A coragem humana e intelectual do Professor Doutor Carlos Fiolhais, pessoa solicitada por humanos e micróbios, para tudo e para tudo, revela-se mais uma vez atenta e diligente em homenagear quem alimenta a força motriz da utilidade que a ciência e a tecnologia deve ter para todos os cidadãos.
Que espécie de população... está em causa? JCN
Parece-me pertinente a pergunta do Professor João de Castro Nunes. Se em cem pessoas a estudar (já) se incluem o Professor Carlos Fiolhais e o Professor Carlos Faro, então (pelo menos) 2% da amostra é formada por académicos doutorados na área das ciências, o que sobredimensiona, e de que maneira, aquela fatia de portugueses.
Se assim não é, os especialistas (sociólogos, geneticistas?) que expliquem...
QUE POVO SOMOS?
Que povo somos nós? qual o destino,
a missão porventura malograda
que por um toque do poder divino
desde a raiz nos terá sido dad?!
Que traços nos distinguem, que feições,
que virtudes, defeitos, sentimentos,
nos distanciam das demais nações
com base em verosímeis documentos?!
Acaso tem alguma em todo o mundo
um termo equiparável a saudade
para expressar este sofrer jocundo?!
Fazendo tábua rasa do idioma,
tenhamos fé na eventualidade
de em nossas veias termos um genoma!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Enviar um comentário