As datas pessoais pouco mais são do que pretextos para relembrar pessoas e quando as pessoas produziram obra, para relembrar essa obra.
Passaram vinte e cinco anos sobre a morte de Alexandre O´Neill e, por isso, aqui se deixam as palavras de Clara Rocha acerca do projecto inovador que perseguiu.
"E qual é o projecto de O´Neill? À partida, ele coincide com o programa do Surrealismo: a libertação total do homem e a libertação total da arte. O que implica: primeiro, uma poesia de «intervenção», exortando os homens a libertarem-se dos constrangimentos de toda a ordem que os tolhem e oprimem (familiares, sociais, morais, políticos, psicológicos, quotidianos, etc.); segundo, a libertação da palavra de todas as formas de censura (estética, moral, lógica, de bom-senso). Como se vê, um projecto revolucionário. E tanto mais revolucionário quanto sabemos que a recepção literária em Portugal se mostra pouco aberta às vanguardas (...). Consciente dessas limitações, O´Neill sente-as dramaticamente e, por um reflexo de desafio, exacerba a provocação."
In Alexandre O'Neill (1995). Poesias Completas. Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, p.15.
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6 comentários:
Chamaria de “descontinuidade” enquanto a identidade de professor assimilaria uma pluralidade de mestre, ou, o que possa caracterizar um mestre no que tange a arte do ensino. Sendo que o ensino compreende duas realidades diferentes: uma a formação do indivíduo, outra a administração da formação deste indivíduo e que por vezes, o gerenciamento incide, contamina e mecaniza esta formação independente do desejo do professor por ser um ato inconsciente, já presenciando ou cadenciado por esta visão estructural.
O surrealismo abriga o questionamento pela liberdade do formador que implica na oferta da verdade (amor) conhecimento do ser livre. Afinal, quem é este professor?
Um ser humano livre, assimilada sua liberdade por virtude de acção do ato intrínseco de fé por sua escolha enquanto vivencia um compromisso pelo ideal do partilhar o aprendizado executando sua plenitude de realização como modelo, espelho de dignidade, vertente de orientação e conhecimento, homem de facto livre por seus saberes e como empenho descontínuo senão pela própria busca de sua formação e espontâneo pela razão de seu alicerce e figura do lar, da cidade e de responsabilidade social e da pátria. Onde reside o ânimo ao gosto de exercer como arte de ensinar a exemplo da própria natureza capaz de seus ancestrais que evoluíram estimulados por este impulso de aprimoramento e progrediram sucedendo descobertas em que o nada desafiava respostas de formação. Então “cria-se pela esperança de melhores dias”. Pela inquietude despertada como a própria graça da certeza no bem, no melhor por vir em direção ao aflorar este regenerar humano. Ser professor é professar senão o próprio ato de professar já é doar-se, é amor na firmeza da formação ao semelhante. Esta liberdade é tão somente inspiração e não só Alexandre O’Neill mas, quantos poderiam amparar no carisma e potencialização do desejo no ser/estar criança por despertar ao gosto de superar o limite da curiosidade sem medo e a criança busca emoções a todo momento, ser criança é só pertencer aos sentidos!
“Eu quero ser assim quando crescer!”
È de facto é o modelo da arte que nos traduz, excita, estimula e projeta através dos anseios, pois de todo a luz do sol e pela razão e outros caminhos também, mas eis que pela autonomia do chover, revela-se o arco-íris.
Cara Senhora: clarifique, por favor, a sua linguagem! JCN
O surrealismo acabou
numa grande surriada
como aliás começou
derrubando a paliçada!
JCN
"As batalhas mais invencíveis são as do entendimento, porque onde as feridas não tiram sangue, nem a fraqueza se vê pela cor, nenhum sábio se confessa vencido." Pe. António Vieira -1608-1697
“Somos todos escritores, só que uns escrevem outros não.” José Saramago 1922-2010
"A verdade é que a pena, na mão de um excelente escritor, resulta por si só numa arma muito mais potente e terrível, e de efeito muito mais prolongado, do que jamais poderia ser qualquer outro ceptro ou espada nas mãos de um príncipe."
Vittorio Alfieri 1749-1803
« Nous ne souffrons pas d’incommunication, mais au contraire de toutes les forces qui nous obligent à nous exprimer quand nous n’avons pas grand chose à dire (…) Les forces de répression n’empêchent (plus) les gens de s’exprimer, elles les forcent à s’exprimer. Créer n’est pas communiquer, c’est résister. »
Gilles Deleuze 1925-1995
Mestre: «latim magĭster,tri, "o que manda, dirige, ordena, guia, conduz, diretor, inspetor, administrador, o que ensina", provavelmente por influência do francês antigo maistre (c. 1100 doc. como le plus maistre, "o principal") ou do provençal maestre, como parecem mostrar as formas arcaicas maestre e meestre.»
Professor: «latim professor,ōris, "o que faz profissão de, o que se dedica a, o que cultiva; professor de, mestre", do radical de professum, supino de profitēri, "declarar perante um magistrado, fazer uma declaração, manifestar-se; declarar alto e bom som, afirmar, assegurar, prometer, protestar, obrigar-se, confessar, mostrar, dar a conhecer, ensinar, ser professor".»
Educador: «latim educātor,ōris, "o que cria, nutre; diretor, educador, pedagogo".»
Dicionário Houaiss
Quatro são as vertentes
São idéias ou patentes?
E se vós quiserdes mais
Sabereis que sois capaz!
Em que grande confusão
vossemecê mergulhou:
se ainda não se afundou,
eu estendo-lhe uma mão!
JCN
Em vos eis boa intenção
seguro seja meu coração
salvação é temor e tremor
pois no temor mora o amor!
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