sexta-feira, 8 de julho de 2011

Notícias da Guerra

Destacamos, como fizemos noutras ocasiões, a crónica de J.L. Pio Abreu saída no "Destak" de hoje (na foto, simulação em 2008 de uma execução chinesa feita em França pela Amnistia Internacional, como protesto contra a pena de morte naquele país):

"A Moody’s acabou de nos lançar mais um torpedo. Acertou em cheio no Bolsa de Valores que se afundou de repente. Os piratas internacionais preparam-se para apanhar os destroços. O País, já paralisado pela barragem de fogo que, em Março, as grandes máquinas de guerra – Fitch, Standard & Poors e Moody’s – dispararam em sincronia, pode ficar sem reacção.

Assim vai a guerra mundial. A frente de Wall Street, contando com a estupidez e a cumplicidade dos políticos europeus, acabou de submeter a Grécia. Irlanda e Portugal estão debaixo de fogo e já se preparam para atacar a Espanha, Itália e Bélgica. A guerra, no século XXI, não precisa de armas pesadas. Ela baseia-se em informação. E as máquinas de guerra são as Agências de Rating.

Para o cidadão comum, soa estranho que estas agências privadas, depois dos reconhecidos erros e graves prejuízos que causaram à economia, bem como dos conflitos de interesses que evidenciam e dos processos judiciais que correm contra si, continuem na frente da encarniçada batalha contra a Europa. Mas soa ainda mais estranho que elas sejam pagas pelas instituições que atacam ou protegem. Para que tudo fosse mais transparente, os Estados e instituições europeias deviam divulgar quanto pagam a estas três agências.

Conta-se que quando um sentenciado chinês é executado, o Estado manda à sua família a factura da bala que o fuzilou. Na Europa, somos todos nós, contribuintes, que pagamos as máquinas de guerra que nos estão a destruir."

José Luís Pio de Abreu

8 comentários:

Nuno Silva disse...

A sobranceria com que num segundo se atira ao ar um «bitátite» ou uma «posta de pescada» sobre um tema que desconhecemos é… espantosa. E a bazófia com que julgamos desenterrar as causas e semear as soluções simples que atormentam quem as estuda a fundo e trabalha nelas todos os dias é… assustadora. A economia é tão simples quando vista por um psiquiatra, não é? Deve ser como a psiquiatria se vista por um economista.

Anónimo disse...

Enquanto houver rat(os), haverá sempre rat(oeiras)! JCN

Anónimo disse...

Independentemente da questão da justiça do rating atribuído pela Moody's (note-se que a esta hora já saíu a notícia de que outra agência de notação, a S&P, manteve o rating), é bem sabido que estas agências são detentoras de activos cuja valorização é influênciada directamente pelos ratings que atribuem. Ou seja, não são independentes e de maneira alguma deviam poder ter o impacto que têm na economia de países soberanos. Para além de que não faz sentido nenhum que 3 empresas privadas americanas possam ter nas mãos o destino de economias por todo o mundo.
Não esqueçamos também os ratings altíssimos que estas agências atribuiram a produtos financeiros que eram constituídos por dívida de créditos a habitação concedidos por bancos a pessoas sem capacidade para os pagar, incluindo até pessoas desempregadas sem qualquer fonte de rendimento que não uma fantasia de valorização especulativa da própria casa que adquiriram.
A economia é de facto complicada, mas não sejamos ingénuos, há coisas bastantes claras quanto à forma como estas agências de notação e os mercados financeiros em geral funcionam.

spm disse...

a culpa é sempre dos outros...

O TEU FLUVIÁRIO METE ÁGUA CAMARADA disse...

Vocês próprios auto-destroem-se, nisso não precisam de ajuda.

Anónimo disse...

Para caçar ratazanas
que se ocultam nas lixeiras
é que existem ratoeiras
de agências americanas!

JCN

Anónimo disse...

"A única coisa necessária para que o mal triunfe é que os bons não façam nada"!

Precisamos de gente boa. Muita!
HR

maria disse...

gostei muito da sua análise. apenas chamaria spiners àquilo que chama máquinas de guerra, e lamento que a psiquiatria não se tenha debruçado antes sobre esta economia esquizofrénica bolha de sabão completamente desligada da realidade produtiva e nos tenha deixado à merce dos economistas astrólogos que , apesar de estudos não sei quê dificeis e xpto rigurosos , pariram/parem previsões que nos encerram em manicómios. Saravá , sábio Pio de Abreu , nem imagina como me faz sentir menos sozinha.

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