Com referi em texto anterior, o Secretário da Educação Valter Lemos acusou directamente a Sociedade Portuguesa de Matemática de veicular a ideia de que o exame nacional do 12.º ano de Matemática iria ser fácil. Segundo este dirigente, a Sociedade em questão terá, assim, contribuído para o aligeiramento do estudo por parte dos alunos, o que explicaria a descida das classificações, que efectivamente se verificou neste ano. Para Valter Lemos, tratou-se de uma “agressão gratuita” aos alunos e às famílias.
A TSF ouviu a este respeito o vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, Filipe Oliveira. Transcrevemos alguns extractos das suas declarações que podem ser lidas e ouvidas aqui.
«Os alunos não estudam mais ou menos consoante aquilo que se diz dos exames. Na realidade os alunos estudam mais ou menos consoante os próprios exames: é bem sabido que consultam e resolvem os enunciados dos anos anteriores como forma de se preparar para as provas. Tal sucede também de forma sistemática na Universidade.»
«Visto que em 2007 e 2008 atingimos o fundo em termos de facilidade de exames é perfeitamente plausível que os alunos tenham estudado menos, pensando estarem bem preparados apesar de apenas dominarem superficialmente as diferentes matérias».
«Assim, a ter havido efectivamente este ano menos estudo por parte dos alunos, tal deve-se sobretudo à incapacidade do ministério em fazer exames de grau de dificuldade comparável de ano para ano e não às declarações de uma ou outra instituição.»
Em todo o caso «a descida das classificações explica-se facilmente pelo aumento da dificuldade da prova relativamente a 2008, aumento esse constatado publicamente pela Sociedade Portuguesa de Matemática muito antes de os resultados serem conhecidos».
Filipe Oliveira recordou, ainda, que esta Sociedade nunca afirmou que os exames iriam ser fáceis, pois «apenas comenta exames já realizados, elaborando um parecer técnico no próprio dia das provas». No comentário que este ano fez, elogiou «certas partes da matéria, que estão bem cobertas» e que o «exame era bem mais razoável que o do ano passado».
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
O corpo e a mente
Por A. Galopim de Carvalho Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...
-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
-
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
-
Cap. 43 do livro "Bibliotecas. Uma maratona de pessoas e livros", de Abílio Guimarães, publicado pela Entrefolhos , que vou apr...
5 comentários:
«Os alunos não estudam mais ou menos consoante aquilo que se diz dos exames.»
Por experiência própria posso dizer que isto é FALSO.
Claro que é falso. Há sempre burros ue acreditam em tudo que vem nos jornais.
Não percebo como é que professores universitários, alguns na área da matemática, vêm o problema da comparação dos exames/conhecimentos como uma fatalidade.
Se alguns alunos escolhidos aleatoriamente tivessem que responder a algumas perguntas (uma por aluno) dum exame de referência (PISA) seria possível a cada ano estabelecer a comparação entre os exames desse ano e de anos anteriores.
Tal como seria possivel comparar os conhecimentos dos portugueses comparativamente a outros países.
Porque não se faz isso?
Palavras claras, sensatas e credíveis. Exactamente o contrário das palavras de Valter Lemos.
Em Portugal há muitas pessoas capazes de se explicar de modo tão claro e sensato como Filipe Oliveira.
Porque é que para o governo só vão pessoas como o Valter Lemos (cujas acções, aliás, ainda conseguem ser piores que as palavras)?
Só gays
Enviar um comentário